Ômega 3 e todas as propriedades essenciais aos olhos humanos

Sementes de chia (alimento rico em Ômega 3), em uma colher de pau

Porque é tão importante mantermos o Ômega 3 presente no nosso corpo?

O ômega 3 é popularmente conhecido como gordura. Porém, não se trata de uma gordura maléfica à nossa saúde. Muito pelo contrário!  Ele pertence à família das gorduras poli-insaturadas e que são consideradas “boas” para o organismo. 

A partir de uma observação de comunidades inuítes, uma comunidade da Groenlândia suspeitou dos grandes benefícios do Ômega 3. A alimentação dessas comunidades era predominantemente à base de peixes e algas marinhas (alimentos ricos em tal nutriente), e entre eles se verificava baixa incidência de doenças cardiovasculares.

Fatia de salmão cru, um alimento rico em Ômega 3

A partir daí, diversos estudos têm comprovado a eficácia da substância no combate de doenças cardiovasculares. Cientistas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia constataram que o Ômega 3 é um importante aliado para a saúde dos olhos e para muitas doenças oculares.

Entenda como prevenir doenças em seus olhos através da alimentação, identificar sintomas de doenças oculares logo no início e como proteger melhor sua visão.

O que é ômega 3

O ômega 3 é formado por três ácidos graxos: eicosapentaenóico (EPA), docosahexaenóico (DHA), alfa-linolênico (ALA) que são fontes primárias de energia para as células.

Os componentes estruturais do ômega 3 apresentam diversas funções benéficas para o corpo humano e a mais conhecida como aliada na saúde ocular, é o DHA.

Você já assistiu a algum filme de zumbis ou ficção científica em que se tinha reproduzido um cérebro humano em alguma cena? Provavelmente deve ter reparado em uma aparência gordurosa ou gelatinosa.

Isto se deve ao fato do encéfalo humano ser formado por 60% de gordura, sendo que 20% desse total de gordura, é composto de ácido docosahexaenóico .

As propriedades antioxidantes do ácido graxo DHA é o que fazem dele tão importante não só para a composição cerebral, como também para a formação de outros tecidos como a retina.

Para que serve ômega 3

O DHA é um dos componentes que formam as células do tecido da retina e que melhoram as funções das glândulas oculares responsáveis pela secreção do óleo que cobre a superfície dos olhos e influenciam no índice de nitidez do que enxergamos. Suas deficiências estão relacionadas a problemas de visão como o olho seco. 

A síndrome do olho seco se caracteriza pela perda da capacidade de produção de lágrimas necessárias à lubrificação do olho, o que pode desencadear problemas como coceiras, olhos vermelhos, ardor, sensação de corpo estranho ou “areia” na vista, fotofobia, dificuldade de movimentar as pálpebras e maior produção de muco em casos mais graves.

Olhos avermelhados por excesso de Ômega 3

A ingestão de DHA através do consumo de alimentos ricos no nutriente é necessária para a manutenção tanto do cérebro, quanto do sistema cardiovascular. É primordial para a manutenção do bom funcionamento dos olhos e portanto é preciso saber em quais alimentos essa gordura é facilmente encontrada.

Peixes de águas geladas são os alimentos mais ricos em Ômega 3 

Os peixes marinhos, gordurosos e de águas geladas são as principais fontes de Ômega 3 encontradas na natureza e alguns exemplos são salmão, atum, sardinha, pescada, corvina e anchova. 

O ômega 3 também é encontrado em alimentos de origem vegetal. Quem é adepto de dieta vegetariana ou vegana pode se beneficiar do nutriente consumindo semente de linhaça, óleo de linhaça, chia e oleaginosas, como nozes, amendoim e castanhas. 

Sementes de chia (alimento rico em Ômega 3), em uma colher de pau

Pesquisadores da universidade de São Paulo conseguiram dominar a reprodução biológica de um ômega 3 hidrossolúvel a partir da semente de echium, que pode ser adicionado à alimentos, como por exemplo, aos iogurtes em refeições comuns.

Quando ainda não se podia encontrar alimentos enriquecidos com ômega 3 nas prateleiras dos mercados, como citado acima, era comum recorrer a suplementos alimentares em cápsulas. Eles eram comprados em farmácias e lojas de suplementos alimentares.

A ciência descobriu que essa não é a maneira mais benéfica de consumo. A justificativa é que a absorção de nutrientes por meio de fórmulas farmacêuticas ao nosso organismo não tem a mesma eficácia do que se espera em sua absorção orgânica.

Ingestão excessiva de ômega 3 pode trazer riscos

Além dos sintomas da síndrome do olho seco também podem ser indicadores da falta de ômega 3. No entanto, não basta sair tomando suplementos para corrigir a deficiência indiscriminadamente.

Assim como cada organismo tem uma resposta metabólica diferente às propostas medicamentosas, a ingestão de suplementos de ômega-3 também geram respostas diferentes em cada paciente.

É importante consultar-se com um médico oftalmologista para ter avaliação individualizada. O excesso de ingestão de Ômega 3 por longos períodos de tempo podem apresentar efeitos colaterais, como mau hálito, suor em excesso, náuseas e diarreia. 

Pessoa cobrindo a boca devido ao mau hálito causado pelo excesso de Ômega 3.

Além disso, o uso excessivo pode sobrecarregar o sistema imunológico. Grandes quantidades de ácidos graxos deixam as membranas celulares mais expostas aos radicais livres, levando-as ao dano oxidativo, o que faz com que as células percam as suas defesas.

O DHA do ômega 3 é grande aliado para a manutenção da nossa saúde, principalmente a dos olhos. É sempre recomendável ingerir o nutriente através dos alimentos citados neste artigo.

Vale enfatizar que o consumo de ômega 3 com orientação médica é a melhor escolha para cuidar bem da sua visão. Conte com a Clínica de Oftalmologia Integrada para manter  a saúde dos seus olhos e priorizar sempre o seu bem-estar.

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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