A ptose palpebral, popularmente chamada de pálpebra caída, é uma condição que provoca a queda das pálpebras superiores dos olhos.
Em situações normais, a pálpebra cobre aproximadamente 2 mm da córnea, diferentemente do que acontece na ptose, em que a pálpebra cobre o olho mais que o normal, incluindo uma parte da pupila.
Tal condição afeta apenas um ou ambos os olhos e pode ser de grau leve, moderado ou grave. Portanto, a ptose provoca impactos estéticos e pode prejudicar a visão da pessoa afetada.
A seguir, trouxemos as principais informações sobre essa doença, contando quais são os seus sintomas e os tratamentos. Confira!
Quais os sintomas da ptose palpebral?
Os sintomas provocados pela ptose palpebral dependerão da sua gravidade. Quando de grau leve, a condição provoca apenas um desconforto estético.
Mas, dependendo da extensão de cobertura da pálpebra, pode ocorrer:
- diminuição do campo visual, o que provoca uma consequente dificuldade para enxergar adequadamente;
- sensação de peso sobre os olhos;
- aspecto de olhos cansados ou preguiçosos;
- anormalidade de posição da cabeça.
Além disso, as pessoas afetadas tendem a forçar a testa para cima, a fim de manter a pálpebra mais elevada, o que pode provocar rugas, cansaço e dores de cabeça.
Dentre os sinais e sintomas precoces da ptose palpebral estão a assimetria dos olhos e a diminuição do campo visual.
O diagnóstico é realizado na consulta com um médico oftalmologista, que pode solicitar exames para identificar a causa do problema.
Quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil é o tratamento; desta maneira, é importante procurar auxílio médico, mesmo nos casos de ptose leve, para um diagnóstico mais acurado.
Quais são os tipos de ptose palpebral?
Existem dois tipos de ptose palpebral: congênita e adquirida. Confira, a seguir, as diferenças entre as duas.
- Ptose congênita
Na ptose congênita, a pessoa já tem essa condição desde o seu nascimento. Ela é causada por malformações no músculo responsável pela elevação da pálpebra ou por paralisia do nervo.
Esse tipo é responsável por 60% a 70% de todos os casos de ptoses, podendo ser bilateral em 25% dos casos.
No caso da ptose congênita, um sinal importante a ser observado é a assimetria entre as pálpebras dos dois olhos.
Além disso, a criança frequentemente inclina a cabeça para trás para enxergar, devido à obstrução da visão.
Nascer com ptose palpebral pode ser determinante na vida da criança: forçar a cabeça para trás durante o crescimento é um fator de risco para o desenvolvimento de problemas no pescoço.
Ademais, a condição de ptose pode levar a estigmas sociais e a problemas emocionais na adolescência ou na idade adulta.
A condição mais grave que pode ser desencadeada por uma ptose congênita é a ambliopia, também conhecida como olho preguiçoso.
Nela, o cérebro suprime informações do olho que enxerga mal para priorizar o olho saudável, podendo gerar cegueira unilateral irreversível.
Para a correção da ptose congênita, o ideal é prosseguir à cirurgia antes que a criança entre na escola. O reparo precoce evita que a ptose congênita evolua para formas mais graves, preservando a saúde ocular da criança.
- Ptose adquirida
Essa forma da doença, como o próprio nome já diz, é adquirida ao longo da vida. Diversas são as causas para a ptose palpebral adquirida:
- idade, caso em que ela é chamada de ptose palpebral senil ou involucional;
- doenças que atingem o músculo levantador da pálpebra;
- traumas na região da pálpebra;
- excesso de pele nas pálpebras, condição tecnicamente chamada de dermatocálase, que acontece geralmente após os 50 anos de idade e aumenta o peso das pálpebras;
- utilização prolongada de lentes de contato, provocando a inflamação do músculo levantador da pálpebra;
- problemas neurológicos.
A causa mais comum de ptose adquirida é a ptose senil. Ela geralmente acomete pessoas com mais de 60 anos, quando a fragilidade de músculos e tendões é maior.
A principal causa é a desinserção do tendão do músculo elevador da pálpebra superior, fazendo com que essa estrutura desabe.
Em pacientes mais jovens, deve-se sempre questionar se há alguma causa mecânica ou trauma prévio. Dentre as causas mecânicas estão tumores ou cicatrizes em conjuntivas.
Caso esses motivos sejam excluídas, deve-se pensar em causas que afetam os músculos ou os nervos.
Em casos de ptose palpebral neurogênica, a estrutura mais comumente afetada é o nervo oculomotor ou a via simpática ocular. São raros os casos em que o cérebro está acometido; nesses casos, a ptose é chamada de “cerebral” ou “cortical”, e pode afetar apenas um ou ambos os olhos.
Por fim, é necessário também considerar uma condição chamada “pseudoptose” — ela ocorre pelo excesso de pele nas pálpebras (chamado de dermatocálase) —, que pesa as pálpebras superiores. Com o peso, essa estrutura pode ficar mais deprimida, diminuindo o campo visual.
O tratamento da ptose adquirida depende da causa da lesão. Uma vez diagnosticado o quadro e descoberta a etiologia, o médico atuará na área afetada para a correção da ptose.
Qual é o tratamento para ptose palpebral?
O tratamento da ptose pode ser feito por métodos cirúrgicos ou por técnicas alternativas, o que vai depender da gravidade da condição. Como mencionamos, a correção deve ser individualizada, levando em consideração a causa da ptose.
Veja algumas características de cada um dos métodos:
Tratamento cirúrgico
Na maior parte das vezes, o tratamento da ptose palpebral é cirúrgico, por meio da blefaroplastia. Tal cirurgia pode ser feita tanto por objetivos estéticos como para a melhoria da visão nos casos mais grave da doença.
Quando a ptose é congênita, a cirurgia pode ser realizada ainda na infância. Normalmente, a cirurgia e o seu pós-operatório são simples. Um dos efeitos indesejados que pode ocorrer é a hipercorreção, quando o fechamento dos olhos fica prejudicado.
A cirurgia é contraindicada nos casos em que a ptose é transitória. Nesses casos, geralmente decorrentes de outras doenças, deve-se tratar a doença de base para a correção da ptose. Um dos exemplos de doenças que podem causar a ptose palpebral é a diabetes.
Exercícios visuais e fortalecimento das pálpebras
Em casos mais leves, os exercícios visuais e o fortalecimento das pálpebras podem ser de grande valia para a melhoria da estética e do campo visual.
Alguns exemplos desses exercícios são:
- massagens na região dos cílios, pálpebras, pescoço e testa;
- estímulos para o ato de piscar;
- alongamentos para o pescoço;
- alternância de compressas mornas e frias sobre os olhos fechados;
- alongamento das pálpebras.
É importante lembrar que este artigo é apenas informativo e nunca deve ser usado como diagnóstico. Para tanto, é preciso procurar por um médico especialista.
Se você identificou algum dos sintomas da ptose palpebral, não perca tempo: consulte o mais rápido possível com um oftalmologista e conheça as opções de tratamento.
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