O estrabismo é um distúrbio no qual os olhos não olham na mesma direção, os deixando desalinhados, entretanto ele pode ser tratado com sucesso! Continue lendo e confira tudo sobre o estrabismo
Ao contrário do que se possa imaginar, o estrabismo não se trata de uma condição estética. Na verdade, ele é um distúrbio no sistema muscular que pode ser causado por diversos fatores.
Neste artigo, você conhecerá os detalhes mais importantes desse problema ocular e descobrirá qual é o tratamento para estrabismo mais indicado para cada situação.
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O que é estrabismo?
O estrabismo é uma condição ocular em que os olhos não estão alinhados corretamente, resultando em uma falta de coordenação entre os músculos oculares. Como resultado, os olhos podem se desviar para dentro (esotropia), para fora (exotropia), para cima (hipertropia) ou para baixo (hipotropia).
Nessa condição, os olhos apontam para direções diferentes, refletindo uma alteração da habilidade neuromuscular. Dessa forma, o estrabismo está relacionado a fatores neurológicos.
Quais são as principais causas do estrabismo?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, o estrabismo acomete, em média, 3% da população. Ele pode surgir tanto nos primeiros meses de vida quanto na fase adulta.
Para conhecer quais são as causas desse distúrbio, é importante que você compreenda como os olhos se movimentam. O funcionamento motor desses órgãos é controlado por 6 pares de músculos.
Eles recebem os comandos dos nervos cranianos que estão conectados ao sistema nervoso central. Quando um ou alguns desses músculos não agem em equilíbrio e sintonia com os demais, os olhos tendem a desalinhar.
Esse comprometimento da atividade muscular da visão pode decorrer de diversas razões. Confira quais são as mais comuns:
- Dificuldade motora: Ocorre quando há falta de coordenação dos movimentos oculares.
- Doenças oculares: O grau elevado de hipermetropia e a consequente dificuldade de visão obriga a pessoa a forçar o movimento dos dois olhos, aproximando-os constantemente. A catarata congênita também pode causar estrabismo.
- Baixa visão: A visão reduzida em um dos olhos também pode causar estrabismo.
- Doenças neurológicas: Esse distúrbio pode ser causado por como traumas, paralisia cerebral, AVC, entre outros problemas neurológicos.
- Doenças genéticas: Pessoas com síndrome de Down e paralisia cerebral têm maior probabilidade de desenvolver estrabismo.
- Doenças infecciosas: Quem sofre de meningite ou encefalite corre o risco de desenvolver estrabismo.
- Distúrbios hormonais: A tireoide e a diabete estão entre as causas de estrabismo.
- Envelhecimento: Pessoas idosas, por conta do envelhecimento dos tecidos de sustentação dos olhos, podem desenvolver estrabismo.
Além dessas causas, a hereditariedade é um dos fatores a serem considerados na hora de procurar um tratamento para estrabismo.
Quais são os tipos de estrabismo?
- Estrabismo vertical ou hipertropia: o olho é voltado para cima (para a testa) ou para baixo (para o lado das bochechas).
- Estrabismo convergente ou esotropia: o olho é voltado para dentro (para o lado do nariz).
- Estrabismo acomodativo ou esotropia acomodativa: é causado pelo excesso de convergência dos olhos, sobretudo quando o paciente força a visão para perto. Uma das causas é a hipermetropia elevada.
- Estrabismo divergente ou exotropia: o olho é voltado para fora (para o lado da orelha).
- Estrabismo intermitente: há momentos em que um olho se desvia para o fora e outros em que os olhos estão alinhados. O desvio é mais perceptível quando o paciente está cansado ou mirando em objetos distantes. Isso pode ser passageiro ou se tornar progressivo.
- Estrabismo alternante: acontece nos dois olhos, alternadamente.
- Estrabismo paralítico: caracterizado pela fraqueza de um ou mais músculos oculares inervados pelos nervos cranianos afetados, que resulta em um desvio que pode necessitar de tratamento clínico, cirúrgico ou apresentar regressão espontânea.
- Estrabismo infantil: É caracterizado pelo desalinhamento dos olhos. Ele pode causar visão dupla e dificuldade para enxergar. Também pode interferir no desenvolvimento cognitivo e na qualidade de vida. Segundo o médico francês Marc Timsit, a condição afeta cerca de 5% das crianças. Em 80% dos casos, o estrabismo infantil começa antes dos 2 anos.
- Pseudoestrabismo: É uma falsa aparência de estrabismo provocada por ilusão de ótica. Nesse caso, o epicanto, dobra de pele localizada no canto interior das pálpebras, em bebês, pode ter um tamanho maior do que o esperado. Durante o crescimento do rosto, essa condição é corrigida naturalmente.
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Quais são os sintomas do estrabismo?
Os sintomas do estrabismo são simples de serem diagnosticados por um médico, afinal, basta observar o posicionamento do olhar do paciente.
Apesar de, nos primeiros anos de manifestação, o estrabismo não alterar a qualidade da visão do paciente, se a condição não for tratada ou controlada por um oftalmologista, é possível observar a diplopia — quadro conhecido como visão dupla — em doenças avançadas.
Como tratar o estrabismo?
O tratamento do estrabismo só pode ser realizado com a ajuda de um oftalmologista especialista no acompanhamento desses quadros clínicos. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores serão as chances de sucesso na melhora dos sintomas.
É importante ficar atento às queixas de crianças com relação aos sintomas desse quadro clínico e aos desvios oculares perceptíveis, para poder agir rapidamente no tratamento.
O tratamento é realizado com o uso de oclusões de um dos olhos, lentes corretivas e exercícios que fortalecem a tonificação dos músculos da região. Em casos mais graves, a cirurgia de estrabismo pode ser uma opção para corrigir os desvios oculares que não responderam bem ao tratamento clínico.
Como é feito o diagnóstico de estrabismo?
Durante a avaliação, o oftalmologista utilizará diferentes métodos para identificar a presença e o tipo de estrabismo. Os procedimentos que normalmente são realizados incluem:
Análise do histórico Médico: O médico fará perguntas sobre os sintomas, a duração do problema e possíveis fatores que possam estar relacionados ao estrabismo.
Exame Visual: O oftalmologista realizará um exame minucioso dos olhos para avaliar a acuidade visual, a refração (necessidade de óculos), a capacidade de focalização e os movimentos oculares.
Teste de Cobertura Ocular: Esse teste consiste em cobrir alternadamente um dos olhos enquanto o paciente focaliza em um objeto. O médico observará a resposta dos olhos ao alternar a cobertura, o que ajuda a detectar o estrabismo.
Teste de Alinhamento Ocular: Utilizando instrumentos como o oftalmoscópio ou a luz de fenda, o oftalmologista avaliará o alinhamento dos olhos para verificar se há desvio ocular.
Teste de Visão Binocular: Esse teste avalia como os olhos trabalham juntos para formar uma única imagem e verifica a presença de visão binocular (uso simultâneo dos dois olhos).
Testes Adicionais: Em alguns casos, podem ser necessários exames de imagem ou testes especiais para obter uma avaliação mais detalhada da condição ocular.
Com base nos resultados desses exames e avaliações, o oftalmologista poderá diagnosticar o estrabismo, determinar o tipo específico e avaliar a gravidade da condição. O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e evitar possíveis complicações visuais.
Quais são os possíveis efeitos a longo prazo se o estrabismo não for tratado adequadamente?
Os possíveis efeitos a longo prazo do estrabismo não tratado adequadamente podem ser significativos. Um dos principais riscos é o desenvolvimento de ambliopia, ou “olho preguiçoso”, onde o cérebro suprime a visão do olho desalinhado, levando à visão enfraquecida e permanente nesse olho. Além disso, a visão dupla (diplopia) pode ocorrer, tornando difícil a percepção visual e a realização de atividades diárias.
A falta de tratamento adequado também pode afetar a coordenação visual, tornando desafiador focar e acompanhar objetos em movimento. A percepção de profundidade pode ser prejudicada, afetando a capacidade de julgar distâncias com precisão.
Em termos psicossociais, o estrabismo visível pode causar constrangimento, baixa autoestima e dificuldades nas interações sociais, especialmente em crianças e adolescentes.
Dificuldades de aprendizado, especialmente em relação à leitura e escrita, também podem surgir se o estrabismo não for tratado precocemente.
Por que a visita ao oftalmologista é importante?
O oftalmologista é o único profissional médico capaz de diagnosticar e intervir corretamente no avanço dos sintomas de estrabismo.
Apesar de muitos pacientes acreditarem que o estrabismo se cura com o tempo (especialmente em crianças em fase de crescimento), é importante seguir com o tratamento desse distúrbio ocular para que as consequências não sejam mais graves no futuro.
Você conhecia os sintomas do estrabismo? Já visitou o seu oftalmologista para identificar e tratar esses desvios oculares?
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