Cirurgia de hipermetropia: quando ela é indicada?

Mulher sendo examinada por oftamologista

Com o avanço da tecnologia, procedimentos oftalmológicos se tornaram muito mais práticos e seguros, sendo assim, mais tranquilo realizar cirurgias ocular, assim como uma cirurgia de hipermetropia. Saiba mais abaixo sobre o que a cirurgia, quais sintomas levam a cirurgia e muito mais!

Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre a cirurgia de hipermetropia, quando considerar fazê-la, suas vantagens e cuidados necessários. Isso pode ajudar você a tomar uma decisão mais consciente antes de realizar este procedimento.

Em um mundo cada vez mais conectado, com as pessoas consumindo conteúdo em telas de todos os tamanhos, os problemas de visão têm se tornado cada vez mais comuns. 

Apenas no Brasil, um estudo realizado em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 35% da população têm algum tipo de deficiência visual.

Quando falamos especificamente de hipermetropia, cerca de 65 milhões de brasileiros possuem esta condição, como mostra um levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Uma parte desse grupo possui a hipermetropia em condições tão intensas que pode ser necessário recorrer a uma cirurgia. Muita gente ainda tem medo de fazer um procedimento tão delicado nos olhos.

Mas, não há o que temer. As cirurgias têm se tornado cada vez mais seguras e confortáveis para o paciente.

O que é hipermetropia?

Antes de explicar mais sobre a cirurgia de hipermetropia, que tal conhecer o que é hipermetropia, e sobre esta condição dos olhos que está presente na vida de tantos brasileiros?

A hipermetropia é um distúrbio refrativo que acontece nos olhos quando o globo ocular é um pouco menor que o normal. Por causa disso, as imagens formam-se atrás da retina, e não sobre a retina, como seria a maneira correta. A retina é a parte do olho responsável pela formação da imagem.

De maneira mais simples, a hipermetropia causa dificuldade para enxergar de maneira nítida o que está mais próximo dos olhos, enquanto fica mais fácil enxergar coisas que estão mais distantes.

Um exemplo muito comum é a leitura de um livro, um objeto que fica próximo ao rosto na hora em que está sendo utilizado. A pessoa que possui hipermetropia – ou hipermétrope – tem dificuldade para enxergar direito e, por isso, precisa afastar o livro para conseguir ler.

Normalmente, crianças podem apresentar um quadro de hipermetropia, já que seus olhos estão em desenvolvimento e são menores que o padrão. Conforme os olhos vão crescendo, o grau pode diminuir com o tempo.

Quais os sintomas da hipermetropia?

Óculos sobre um livro aberto.

Como não consegue enxergar direito o que está perto da visão, a pessoa hipermétrope precisa forçar a vista para conseguir enxergar de maneira nítida. Se você tem hipermetropia, provavelmente tem ou já teve um ou mais dos sintomas abaixo:

  • Fadiga ocular, que é quando o esforço constante para tentar enxergar gera cansaço na vista;
  • Necessidade de “apertar” os olhos para conseguir focar em algo;
  • Visão embaçada ao ler um livro, ou ao tentar focar em objetos que estão próximos da visão;
  • Dor de cabeça constante, ou após realizar uma tarefa que demande mais atenção;
  • Sensação de ardência ou de dor ao redor dos olhos;
  • Dificuldade em focalizar imagens próximas;
  • Sentir a necessidade de esfregar os olhos com frequência;
  • Excesso de lágrimas ou piscar demais.

Apesar de não ter cura, a hipermetropia pode ser corrigida pelo uso de óculos ou lentes de contato, oferecendo mais conforto à rotina do paciente. O diagnóstico é sempre dado a partir da avaliação realizada por um médico oftalmologista.

Quando uma cirurgia de hipermetropia é necessária?

Em alguns casos, a cirurgia de hipermetropia pode ser recomendada para aumentar a qualidade de vida do hipermétrope. A cirurgia refrativa, como é chamada, sempre é indicada por um médico oftalmologista após avaliação das condições apresentadas pelo paciente.

Normalmente se a pessoa possui um grau muito baixo, a cirurgia de hipermetropia não é necessária, sendo recomendado que o paciente continue utilizando óculos ou lentes de contato e mantendo visitas regulares ao oftalmologista para acompanhamento.

Este procedimento costuma ser indicado para pessoas que possuem um grau mais elevado de hipermetropia ou sentem incômodo muito grande por essa condição. 

Como é feita a cirurgia de hipermetropia?

Com o avanço da tecnologia, a cirurgia refrativa tem se tornado cada vez mais simples, prática, rápida e segura para os pacientes. 

São utilizados equipamentos modernos que, por meio de lasers especiais, alteram o formato da córnea e permitem que a luz seja captada da maneira correta, eliminando a condição de hipermetropia do paciente.

O procedimento é muito rápido e é necessária apenas a aplicação de um anestésico local, em forma de colírio. O tempo médio para realização do procedimento em cada olho é de 12 a 20 minutos e, após o término, o paciente não precisa de internação.

Existem dois tipos mais comuns de cirurgia refrativa atualmente. O oftalmologista é o responsável por indicar a opção mais segura, de acordo com as necessidades de cada paciente.

LASIK: por meio da cirurgia refrativa lasik, é realizada uma pequena incisão na parte externa da córnea, permitindo que o laser seja aplicado diretamente na camada interna. Seu alto grau de precisão evita que o paciente sinta dor durante ou após a cirurgia. 

Este tipo de procedimento não é recomendado para pacientes que tenham a córnea muito fina. 

PRK: ao paciente que possui córneas mais finas, a intervenção PRK é a mais recomendada. Ao invés de uma incisão, o epitélio da córnea é removido de maneira total temporariamente para realização do procedimento a laser.

Após a cirurgia, o paciente deve usar lentes de contato que substituirão de maneira temporária a camada da córnea que foi removida. As lentes servem para proteger os olhos da poeira, microorganismos e, desta forma, evitar infecções.

Quais são os cuidados necessários para minha cirurgia?

Se o oftalmologista indicou a cirurgia de hipermetropia como uma solução para o seu problema, é importante seguir os cuidados necessários antes e após a intervenção, para garantir que a cirurgia seja bem-sucedida.

Lembrando que cada caso pode variar de acordo com a avaliação do seu oftalmologista.

Pré-operatório

Há alguns fatores de preparo que devem ser respeitados criteriosamente antes do procedimento. Recomenda-se que pacientes acima dos 18 anos realizem a cirurgia, pois o olho já atingiu sua maturidade física e passará por menos mudanças de crescimento.

Também é importante que o grau esteja estável há pelo menos um ano, pois esse fator é importante para a eficácia do procedimento. O recomendado para fazer a cirurgia de hipermetropia é que o paciente tenha, no máximo, 5 graus.

Além disso, o paciente deve realizar uma série de exames para garantir que está apto a passar pela cirurgia refrativa. Alguns deles são topografia de córnea e mapeamento de retina; tomografia da córnea; e paquimetria ultrassônica (avaliação da espessura da córnea).

Pós-operatório:

A cirurgia refrativa é muito simples e com poucos riscos. Ainda assim, é um procedimento cirúrgico e os cuidados necessários devem ser tomados para garantir o sucesso. Por isso, após o procedimento:

  • Evite esforços oculares, como mexer no celular, ver TV ou ler livros logo após a cirurgia;
  • Mantenha os olhos fechados durante as primeiras horas após o procedimento, pois é comum sentir “areia” nos olhos ou visão embaçada;
  • Utilize protetor ocular no dia da cirurgia;
  • Siga à risca a medicação indicada pelo seu médico;
  • Não leve as mãos aos olhos para evitar contaminações;
  • Evite exposição ao sol e banhos de mar ou piscina no primeiro mês;
  • Não se exponha diretamente ao sol e, se sair de casa, use óculos escuros com proteção UVA e UVB.

Lembre-se: o médico oftalmologista é o profissional que vai poder indicar as melhores soluções para você, de acordo com as suas necessidades. Consulte um especialista de confiança  da Clínica de Oftalmologia Integrada.

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Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.
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