Como tratar o olho tremendo e o que é a condição chamada mioquimia?

imagem de um olho castanho aberto, ilustrando olho tremendo

As contrações das pálpebras – ou olho tremendo – são desconfortáveis e causam irritação, e podem ser um sinal de blefaroespasmo. O termo médico para a condição é mioquimia.

Você provavelmente já deve ter passado pela situação de ter o olho tremendo, ou já ouviu alguém falar que passou por isso. 

Os espasmos (contrações) das pálpebras são uma condição ocular comum. No entanto, eles podem gerar certa preocupação, já que a saúde ocular é um assunto que está cada vez mais em alta. 

Devido ao aumento da exposição às telas – de computador, celulares, etc. – durante a pandemia de Covid-19, o risco de sofrer com alguma doença ocular também se tornou maior. 

Além disso, a pandemia gerou outros problemas para a população, por exemplo, o aumento de sedentariedade, ansiedade e estresse. Claro, mesmo antes da pandemia, já ouvíamos falar sobre “olho tremendo de estresse”. Mas, hoje em dia, essa situação pode ser ainda mais comum. 

Geralmente, esses espasmos afetam a pálpebra inferior de apenas um olho, mas também podem ocorrer na pálpebra superior. 

Embora os espasmos oculares ocasionais sejam comuns, se ocorrerem com frequência, pode indicar a presença de uma condição chamada blefaroespasmo. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto! 

O que é o olho tremendo (tremor nas pálpebras)

Como citamos acima, olho tremendo pode ser uma coisa comum ou pode ser um sinal de que existe uma condição chamada blefaroespasmo. Mas, qual é a real diferença entre as duas opções? Entenda a seguir. 

Mioquimia

A mioquimia nada mais é do que o tipo mais comum de tremor nas pálpebras, que pode ocorrer somente em um dos olhos. Nesse caso, o espasmo desaparece sozinho, depois de alguns dias. 

Esse é o tipo de tremor que acontece devido ao estresse. Portanto, para evitar que isso aconteça, e também fazer com que o espasmo pare, é importante tomar certos cuidados para manter uma rotina mais tranquila, como: 

  • Ter uma noite calma de sono e dormir mais;
  • Reduzir o estresse;
  • Reduzir a ingestão de cafeína. 

Blefaroespasmo

O Blefaroespasmo é qualquer contração anormal da pálpebra. A condição deve ser diferenciada do tremor involuntário mais comum e mais leve de uma pálpebra (mioquimia). Em alguns casos, os espasmos são crônicos e persistentes, causando desafios ao longo da vida. 

Nesses casos, os sintomas geralmente são graves o suficiente para causar cegueira funcional. As pálpebras da pessoa parecem estar fechadas e não abrem sem grande esforço.

As pessoas têm olhos normais, mas por períodos de tempo ficam efetivamente cegas devido à incapacidade de abrir as pálpebras. O blefaroespasmo reflexo, em comparação, é devido a qualquer desconforto dentro e ao redor do olho.

Quais as principais causas do tremor nas pálpebras

As causas para um olho tremendo são diversas. Como raramente são um sintoma de um problema sério, geralmente não há investigação da causa.

Eles podem ocorrer pelos seguintes motivos:

1. Estresse

O estresse é uma das causas mais comuns que geram espasmos nas pálpebras. Maneiras de aliviar a tensão que pode causar contrações nas pálpebras são yoga, exercícios respiratórios, passar tempo com amigos ou animais de estimação e fazer mais pausas em sua rotina.

2. Fadiga 

O cansaço por conta da falta de sono, seja por causa do estresse ou outro motivo, pode provocar espasmos nas pálpebras. Dito isso, dormir de 6 a 8 horas todas as noites pode ajudar muito a minimizar que isso aconteça. 

3. Fadiga visual

A fadiga ocular digital também é uma causa comum de espasmos nas pálpebras devido ao uso prolongado de telas, tablets e smartphones.

4. Cafeína

Muitas pessoas não sabem, mas o consumo exagerado de cafeína pode deixar o olho tremendo. Portanto, tente consumir o menos possível.

5. Álcool

Assim como acontece com a cafeína, o consumo em grande quantidade de álcool pode provocar espasmos nas pálpebras. 

Então, evite consumir álcool em excesso e, caso esteja com tremor nos olhos, não beba cerveja, vinho ou qualquer outro tipo de bebida alcoólica até que as pálpebras parem de tremer.

6. Olhos secos

Olhos secos são encontrados por muitos adultos, o que pode causar espasmos nas pálpebras. 

Esse sintoma também é muito comum entre pessoas que: 

  • Possuem mais de 50 anos;
  • Passam muito tem em frente ao computador;
  • Tomam anti-histamínicos ou antidepressivos;
  • Usam lentes de contato;
  • Consomem cafeína ou álcool. 

7. Problemas de nutrição

A falta de certas substâncias nutricionais, como o magnésio, pode causar espasmos nas pálpebras, sugerem alguns relatórios.

8. Alergias

As alergias podem ser a causa de olhos lacrimejantes, inchados e com coceira. Além disso, também podem provocar espasmos nas pálpebras. 

Causas neurológicas:

Caso as contrações das pálpebras ocorram de forma persistente, ou elas façam com que a pálpebra se feche totalmente, talvez seja um indício de algum distúrbio neurológico, como: 

  • TDA – Transtorno de déficit de atenção;
  • Blefaroespasmo (espasmo involuntário ou espasmo da pálpebra);
  • Transtorno de tique motor crônico;
  • Tique facial;
  • Derrame;
  • Discinesia tardia (lenta ou tardia);
  • Síndrome de Tourette.

Outras causas incluem:

  • Distonia cervical: este tipo de condição médica envolve o movimento descontrolado do pescoço e da cabeça que se torce em uma posição incontrolável.
  • Paralisia de Bell: esta é uma condição séria na qual parte do rosto se inclina para baixo. Isso também pode resultar na ativação de um olho trêmulo.
  • Esclerose múltipla: é uma doença do sistema nervoso central que provoca problemas de movimento, bem como fadiga extrema.
  • Mal de Parkinson: esta doença envolve tremores graves dos membros e músculos. Uma pessoa com doença de Parkinson terá dificuldade em falar, comer e andar, pois esta doença causa rigidez muscular. Isso também pode causar espasmos oculares.

A mioquimia é perigosa?

Na maioria dos casos, a mioquimia é benigna e não representa uma ameaça à saúde. Geralmente, ela desaparece por si só com o tempo, à medida que as causas subjacentes são tratadas ou resolvidas. 

No entanto, se a mioquimia persistir por um período prolongado, for acompanhada por outros sintomas preocupantes, como fraqueza muscular significativa, dormência, formigamento, dor intensa ou mudanças na função muscular, é aconselhável procurar um profissional de saúde para avaliação e orientação.
 

Quando devo procurar um médico para tratar minha mioquimia?

Você deve procurar um médico para tratar sua mioquimia se estiver experimentando fraqueza muscular, dormência, formigamento, dor intensa, alterações visíveis nos músculos, ansiedade significativa ou se a mioquimia persistir por várias semanas apesar de mudanças no estilo de vida.

Também é aconselhável buscar atendimento médico se a frequência ou intensidade da mioquimia aumentar, se houver histórico médico prévio de condições neuromusculares ou distúrbios neurológicos, ou se a mioquimia estiver afetando negativamente sua qualidade de vida. 
 
Em geral, se você estiver preocupado com seus sintomas ou se houver outras mudanças notáveis em seu corpo, é prudente consultar um médico para avaliação e orientação.
 

O uso prolongado de dispositivos eletrônicos pode causar ou piorar o problema de mioquimia?

O uso prolongado de dispositivos eletrônicos não é uma causa direta conhecida da mioquimia, no entanto, o estresse ocular e a fadiga visual associados ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos podem desempenhar um papel indireto na exacerbação de sintomas de mioquimia.

O estresse ocular causado pela exposição prolongada a telas digitais pode levar à tensão muscular, incluindo nos músculos ao redor dos olhos. 
 
Embora a mioquimia seja mais frequentemente associada a tremores ou contrações visíveis em outras partes do corpo, o estresse ocular pode agravar a irritação e a tensão dos músculos oculares, potencialmente contribuindo para a manifestação ou aumento da frequência de mioquimia nas pálpebras ou na região ao redor dos olhos.

Qual é o tratamento para o blefaroespasmo? 

Caso você desconfie que sofre de blefaroespasmo, é importante que saiba que não existe um exame laboratorial específico para diagnosticar essa condição ocular. Portanto, é fundamental procurar um oftalmologista para obter um diagnóstico.

Caso o diagnóstico realmente seja de blefaroespasmo, o seu médico indicará algumas opções disponíveis ou a opção que seja ideal para a sua necessidade. Alguns dos tratamentos são: 

  • Aplicação de toxina botulínica (Botox): esse é o tipo de tratamento mais frequente para blefaroespasmo. As injeções de toxina botulínica enfraquecem os músculos da pálpebra, o que ajuda a reduzir os espasmos. No entanto, o efeito da injeção não é permanente. Geralmente, dura cerca de 3 meses, sendo necessário fazer novamente a aplicação.

  • Tratamento com medicamentos: caso o paciente não queira fazer a aplicação das injeções, ou elas não funcionem, o médico pode indicar um tratamento com medicamentos que ajudam a reduzir os sinais motores excessivos do cérebro. Com isso, os espasmos também podem ser controlados. 

  • Cirurgia: caso nenhum outro tratamento seja bem sucedido, pode ser que o médico indique a realização de uma cirurgia. Nesse caso, trata-se de um procedimento cirúrgico chamado miectomia. Geralmente, os médicos só indicam a cirurgia caso o blefaroespasmo esteja provocando a perda da visão. 

Quando procurar um médico

Agora que você já sabe o que são as contrações das pálpebras, provavelmente está se perguntando o que deve fazer ao sentir o olho tremendo. 

Quando isso acontecer, descanso e a redução do estresse podem acabar com os espasmos oculares, desde de alguns dias ou semanas. 

Porém, você deve procurar um médico oftalmologista se: 

  • As contrações não param em algumas semanas;
  • Sua pálpebra está fechando completamente a cada espasmo ou você sente dificuldade em abrir o olho;
  • O tremor ocorre em outras partes do corpo;
  • Seu olho está inchado, vermelho ou tem secreção. 

Se você precisa de cuidados médicos e está em busca de uma clínica oftalmológica no Rio de Janeiro, pode contar com a ajuda da COI – Clínica de Oftalmologia Integrada. 

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Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.
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