Muitas pessoas ainda possuem dúvidas em relação à cirurgia do anel de Ferrara, seus benefícios e quais os cuidados necessários no pós-operatório.
Em primeiro lugar, vamos entender um pouco mais. O anel de Ferrara é uma das opções utilizadas para o tratamento do ceratocone, doença que provoca a deformação da superfície da córnea, fazendo com que ela perca a sua forma circular natural e adquira um formato cônico e irregular, prejudicando a visão do paciente.
O anel de Ferrara consiste em um implante que é colocado dentro da córnea, com o objetivo de alterar a curvatura e regularizar a superfície corneana, melhorando, assim, a acuidade visual e a qualidade de vida das pessoas que sofrem com ceratocone ou astigmatismo elevado.
O que é o anel de Ferrara?
O anel de Ferrara, também chamado de Anel Intraestromal Corneano, é uma órtese formada por dois semicírculos de espessura variada e de apenas 5 mm de diâmetro, feitos de polimetilmetacrilato (PMMA), uma espécie de acrílico rígido.
Trata-se do mesmo material utilizado na fabricação de lentes intraoculares há mais de duas décadas, sendo perfeitamente tolerado pelo organismo.
Quais as vantagens desta opção de tratamento?
Entre as vantagens de implantação do anel de Ferrara destacam-se a rapidez da recuperação pós-cirurgica, a ausência de possibilidade de rejeição pelo organismo e o risco mínimo de complicações.
Outra grande vantagem da cirurgia do anel de Ferrara é que se trata de um procedimento totalmente reversível, o que possibilita que os implantes possam ser retirados, trocados ou ajustados quando necessário, como nos casos em que há uma correção inadequada da visão.
Aliás, a intervenção para ajuste ou retirada do anel não causa quaisquer prejuízos para a córnea ou para a saúde do paciente.
Por fim, vale destacar que trata-se de um procedimento com alto índice de sucesso, sendo eficaz em cerca de 80% dos casos. No entanto, é importante alertar que essa não é uma cirurgia para corrigir problemas refrativos. Ou seja, mesmo após a implantação do anel de Ferrara, existe a possibilidade de que o paciente ainda precise utilizar lentes de contato ou óculos para complementar o tratamento.
Como é realizada a cirurgia do anel de Ferrara?
O anel de Ferrara é implantado no interior da córnea, em uma camada chamada de estroma, por meio de um procedimento cirúrgico de alta precisão.
A cirurgia é simples: com auxílio de um raio laser, o oftalmologista faz uma espécie de túnel na córnea para a implantação do anel, que é posteriormente centralizado. Uma vez aplicado o implante, é colocada uma lente de contato terapêutica, que auxilia na cicatrização e recuperação da córnea. Essa lente é retirada pelo médico em cerca de sete dias após a operação.
A cirurgia do anel de Ferrara é considerada extremamente segura e eficaz. Para realizá-la, é utilizado somente um colírio anestésico, o que, além de tornar o procedimento completamente indolor, dispensa a necessidade de internação do paciente no pós-cirurgico.
A intervenção é rápida e dura cerca de 15 minutos, sendo que o paciente permanece acordado durante todo o tempo.
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Pós-cirurgico: tudo sobre a recuperação da cirurgia de Anel de Ferrara
O pós-operatório da cirurgia de anel de ferrara é relativamente rápido. Cerca de três dias depois do procedimento, o paciente já pode retornar normalmente às suas atividades cotidianas. A recuperação completa da visão, porém, só acontece em torno de três meses. Durante esse período, é comum apresentar visão flutuante.
No período pós-operatório, devem ser utilizados colírios antibióticos e anti-inflamatórios para evitar infecções e aumentar o conforto do paciente, uma vez que, embora raro, pode haver ocorrência de dor, vermelhidão, lacrimejamento e fotofobia (alta sensibilidade à luz). Não é necessário, porém, o uso de tampões.
No primeiro mês após a cirurgia, é preciso adotar alguns cuidados para reduzir o risco de contaminação, tais como não coçar os olhos, não tomar banhos de piscina ou mar, não frequentar saunas e evitar o uso de maquiagens. Também é recomendado não praticar atividades físicas de contato ou com bola, para não expor a região operada a possíveis traumas.
Nesse sentido, também é indicado que o paciente utilize oclusores acrílicos para dormir, evitando que coce ou toque no olho acidentalmente durante o sono. Além disso, é recomendado dormir sobre o lado oposto ao olho operado.
Cuidados adicionais com a higiene também são importantes durante a recuperação. Sendo assim, é recomendado que o paciente sempre lave as mãos antes de aplicar colírios ou lavar o rosto, por exemplo. Caso seja necessário limpar os olhos, o ideal é que a limpeza seja feita com gaze e soro fisiológico.
Por fim, como qualquer outro procedimento cirúrgico, a implantação do anel de Ferrara está sujeita a infecções e a cicatrizes na córnea. Outra potencial complicação é a extrusão (saída espontânea) do anel do olho, o que ocorre em cerca de 10% dos casos. No entanto, os riscos são mínimos quando a cirurgia é conduzida de forma adequada e quando são feitos todos os exames pré-operatórios recomendados.
Quando a cirurgia de anel de Ferrara é indicada?
A implantação do anel de Ferrara é indicada nos casos em que o ceratocone se encontra em franca evolução, quando há uma distorção muito acentuada da córnea, nos casos em que o paciente não tolera a utilização da lente de contato ou ainda quando a simples correção com óculos ou lentes de contato já não apresenta resultados satisfatórios – quadros que demandam uma intervenção cirúrgica.
É importante ressaltar, no entanto, que a cirurgia de anel de Ferrara não cura o ceratocone. De fato, os implantes conferem uma maior rigidez à córnea, freando a progressão da doença.
Além disso, como comentamos, esse não é um procedimento que corrige problemas refrativos. Quase metade das pessoas que fazem a cirurgia do anel de Ferrara precisam utilizar óculos ou lentes de contato após o procedimento.
Existem diferentes abordagens para o tratamento do ceratocone, desde a utilização de óculos e lentes de contato em estágios iniciais a soluções cirúrgicas, como a implantação do anel de Ferrara, Cirurgia de Crosslinking ou, em casos muito graves, o transplante de córnea. A escolha de cada uma delas dependerá da situação clínica de cada paciente, do nível evolução da doença e, mais importante, da indicação do médico oftalmologista.
Leia também: O que é crosslinking? Tudo o que você precisa saber sobre o tratamento
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