Ceratite – Saiba tudo sobre essa condição ocular

Olho irritado, possivelmente com ceratite.

A ceratite ocular pode causar desconforto, dor intensa nos olhos, visão embaçada, sensação de areia, entre outros sintomas. Veja como essa doença deve ser tratada!

Sua visão está embaçada ou borrada? Seus olhos estão vermelhos ou lacrimejando? Você também está sentindo uma dor intensa ou muito desconforto nos olhos? Isso significa que você pode ter desenvolvido ceratite ocular.

Essa doença pode surgir por várias causas, como lesões e infecções causadas por fungos e bactérias. Caso não seja tratada corretamente, os sintomas podem se agravar e provocar o desenvolvimento de doenças oculares mais graves.

Para te ajudar a evitar esses problemas, neste artigo, explicaremos o que é, o que causa, quais os tipos, quais os sintomas e como tratar a ceratite ocular.

Continue a leitura!

O que é ceratite ocular?

A ceratite ocular é uma condição em que ocorre a inflamação da camada superficial da córnea, que é uma membrana transparente localizada na parte frontal dos olhos.

Para entender como essa inflamação ocorre, é importante lembrar qual a função da córnea. A córnea é a lente mais externa do olho, responsável por proteger a íris e o cristalino. 

Por isso, ela precisa permanecer completamente transparente para garantir que a visão seja nítida e sem imperfeições. 

Caso essa região fique inflamada ou irritada, além da visão embaçada, podem aparecer sintomas como olho vermelho, dor, sensibilidade à luz e lacrimejamento excessivo.

Geralmente, a ceratite atinge apenas um olho, mas pode se espalhar e contaminar o outro olho, prejudicando ainda mais a visão do paciente.

Se não for tratada da forma correta, essa condição pode evoluir para complicações graves, como inflamação crônica da córnea, edema, perda temporária da visão, entre outros problemas. 

Por isso, em caso de suspeita de ceratite ocular, é importante procurar um médico oftalmologista para o diagnóstico e tratamento adequados. 

O que causa a ceratite?

Tudo que altera, irrita e inflama a camada superficial da córnea pode provocar o desenvolvimento da ceratite. Apesar disso, geralmente, as causas mais comuns dessa doença são:

  • Uso prolongado e higienização inadequada de lentes de contato;
  • Contato dos olhos com água contaminada de rios, lagos e oceanos;
  • Traumas e lesões na córnea;
  • Exposição prolongada ao sol;
  • Baixa imunidade;
  • Doenças autoimunes;
  • Contato com substâncias irritantes, como pomadas para cabelo, shampoos e produtos de limpeza, por exemplo.

Quais os tipos de ceratite?

Como a ceratite tem diversas causas, os sintomas e até as complicações da doença podem variar. Por isso, ela é classificada em diferentes tipos. Conheça os tipos de ceratite mais comuns a seguir:

Ceratite bacteriana

A ceratite bacteriana é causada por bactérias que entram em contato com a córnea, provocando uma infecção. Esse tipo de ceratite ocorre principalmente em função do uso contínuo e inadequado de lentes de contato. 

Ceratite viral

A ceratite viral é causada por um vírus, geralmente o vírus do herpes simples tipo 1 ou do herpes zoster. Por conta disso, ela também é conhecida como ceratite herpética, considerada o tipo mais comum de herpes ocular. 

Ela pode ocorrer como uma reativação de uma infecção prévia ou como uma infecção primária. Além disso, geralmente, ela afeta apenas a camada superficial do epitélio ou da córnea, causando dor intensa nos olhos. 

Apesar disso, a ceratite viral pode ser tratada sem complicações. Caso o paciente não faça o tratamento adequado, pode ter sua visão comprometida.

Ceratite fúngica

A ceratite fúngica, também chamada de ceratomicose, é causada pelo contato de fungos com a córnea, como os fungos do gênero Fusarium, Aspergillus e Candida

Geralmente, ela está relacionada a traumas oculares, uso abusivo de medicamentos ou baixa imunidade. Caso não seja devidamente tratada, essa doença pode provocar uma perda significativa da visão e até a cegueira.

Ceratite não infecciosa

A ceratite não infecciosa normalmente é causada por traumas e lesões na córnea, pelo uso de alguns colírios e o contato com outras substâncias que irritam os olhos. Além disso, ela também pode ser provocada pela exposição prolongada ao sol. 

Quais os sinais e sintomas da ceratite?

Conhecer os sinais e sintomas da ceratite é o primeiro passo para fazer o diagnóstico da doença, identificar sua causa e avaliar a gravidade da infecção. 

Alguns dos sinais e sintomas comuns da ceratite incluem:

  • Dor ou desconforto nos olhos, geralmente com intensidade;
  • Olhos vermelhos devido à inflamação na córnea;
  • Aumento da sensibilidade à luz, dificultando a exposição à luz intensa ou até mesmo à luz ambiente;
  • Produção excessiva de lágrimas;
  • Visão turva ou embaçada;
  • Sensação de areia nos olhos;
  • Queimação ou coceira nos olhos;
  • Inchaço da região da pálpebra.

Vale lembrar que esses sintomas também são comuns em outras doenças oculares. Por isso, é essencial procurar um oftalmologista para um diagnóstico e o tratamento adequado do problema.

O que é bom para tratar ceratite?

Geralmente, ele consiste na aplicação de pomadas oftálmicas e colírios adequados para cada tipo de ceratite. No caso de ceratite viral, por exemplo, o oftalmologista deve prescrever o uso de colírios antivirais. 

Já o tratamento de ceratite bacteriana pode exigir o uso de antibióticos e/ou colírios antibacterianos. 

Além dessas medicações, o médico também pode indicar o uso de colírios lubrificantes e/ou anti-histamínicos, bem como medicamentos orais para ajudar no controle da infecção e no alívio dos sintomas da doença.

Outra medida eficaz para o tratamento da doença é evitar o contato com o agente causador do problema. 

Por isso, dependendo do caso, a recomendação é evitar o uso de lentes de contato durante o período de tratamento, seguir medidas de higiene ocular adequadas e evitar fatores que possam agravar a condição, como exposição a substâncias irritantes.

Em outras palavras, o que é bom para tratar ceratite varia de acordo com as condições do paciente e do tipo da doença. Por isso, é fundamental consultar o oftalmologista, profissional capacitado para fazer o diagnóstico e tratamento correto da inflamação.

Qual melhor colírio para ceratite?

O melhor colírio para tratar ceratite é aquele indicado para atingir o agente causador da doença. Como existem diferentes tipos de ceratite, é possível encontrar vários colírios adequados para o tratamento. 

Como o uso inadequado dessa medicação também pode comprometer a saúde ocular, o ideal é consultar um médico oftalmologista para fazer o diagnóstico e o tratamento correto da doença. Vale lembrar que além do colírio, outras medicações também podem ser utilizadas nesse processo.

Quanto tempo leva para curar a ceratite?

A ceratite tem cura, mas o tempo necessário para resolver esse problema pode variar de acordo com o tipo da doença, a gravidade da infecção e o tratamento aplicado. Considerando esses fatores, isso pode levar semanas ou meses para acontecer. 

Vale lembrar que o diagnóstico correto e a colaboração do paciente no tratamento são fundamentais para acelerar sua recuperação e melhorar a qualidade da sua visão.

Como evitar esse problema?

Alguns hábitos e cuidados básicos são fundamentais para a evitar o surgimento da ceratite. O principal deles é manter a higiene adequada das mãos. Isso significa que você deve lavar bem as mãos com água e sabão antes de tocar nos olhos ou manusear lentes de contato.

Também é importante evitar coçar os olhos com as mãos sujas, já que essa atitude também pode introduzir microrganismos contaminantes na córnea.

Outro cuidado importante é utilizar óculos de proteção quando for necessário. Para nadar, por exemplo, é recomendável óculos de natação para proteger os olhos da exposição a água contaminada. 

Além disso, se você precisa realizar atividades que possam expor seus olhos a agentes irritantes, como produtos químicos, poeira, detritos ou respingos de líquidos, deve usar óculos de proteção adequados para isso. 

Por fim, quem usa lente de contato no dia a dia, precisa seguir alguns cuidados adicionais. Afinal, o uso de lentes é responsável pela maioria dos casos da ceratite. 

Para evitar essa doença, seus usuários devem optar por lentes de contato de uso diário, criar o hábito de retirá-las antes de dormir e trocar o estojo das lentes pelo menos a cada 3 a 6 meses. 

Também é fundamental lavar e secar as mãos corretamente antes de manusear as lentes e seguir as recomendações do seu fabricante.

Vale lembrar que quem não gosta de usar óculos de sol e não quer se preocupar com os cuidados das lentes de contato, pode optar pela cirurgia refrativa, uma excelente alternativa para corrigir distúrbios de visão.

Como é feito o diagnóstico de ceratite?

O diagnóstico geralmente é feito por um oftalmologista. O médico realiza um exame ocular detalhado, usando lâmpada de fenda, para avaliar os sintomas, histórico médico e causas possíveis.

Testes como cultura de tecido ocular, coloração com fluoresceína e análise de biomicroscopia podem ser realizados para determinar a causa e gravidade da ceratite.

A ceratite é contagiosa?

Sim, a ceratite causada por infecções virais ou bacterianas pode ser contagiosa e transmitida através do contato direto com secreções oculares infectadas. No entanto, a maioria dos casos de ceratite não é contagiosa e é importante consultar um oftalmologista para avaliar o risco específico.

É possível ter mais de um episódio de ceratitis ao longo da vida?

Sim, é possível ter vários episódios recorrentes ou mesmo crônicos de ceratite ao longo da vida, especialmente se houver fatores predisponentes como o uso contínuo incorreto das lentes de contato ou doenças autoimunes.

Conheça a cirurgia refrativa 

A cirurgia refrativa é um tratamento que consiste no aplanamento da córnea através do laser, permitindo a correção de distúrbios de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo. 

O procedimento é simples, não exige internação e pode reduzir significativamente a dependência de óculos de grau ou lentes de contato. 

Assim, o paciente reduz as chances de desenvolver ceratite ocular e ainda pode melhorar a qualidade da sua visão.

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Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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