Saiba como ajudar uma pessoa que tem deficiência visual em sua rotina

como ajudar um deficiente visual

A deficiência visual é uma condição intermediária entre a cegueira total e a visão subnormal. A cegueira total é a incapacidade de enxergar imagens de qualquer tipo, formato, cores ou tamanho. Ela pode ser congênita, em que o paciente nasce cego; e pode ser causada por fatores como rubéola na gestação, retinopatias hereditárias, glaucoma, entre outras doenças. O paciente também pode ficar totalmente cego devido
às complicações de doenças adquiridas, como a diabetes, a hipertensão, os traumatismos cranianos e os acidentes automobilísticos.

Já a visão subnormal é a incapacidade de enxergar e diferenciar objetos situados a 3 metros de distância. Nesse caso, o paciente pode enxergar vultos, claridade e objetos mais próximos de si.

Na cegueira congênita, o paciente não forma memória visual, pois não teve acesso às imagens dos objetos e, com isso, seu nível de dependência pode ser maior. Em pacientes que perderam a visão de forma lenta e gradativa, a memória visual pode estar presente e estes podem se lembrar de alguns objetos ou atividades do cotidiano.

Essas informações servirão de base para ajudar pessoas com deficiência visual moderada ou grave nas suas atividades diárias. Confira algumas dicas.

Estimule a independência e autonomia do paciente

O termo “deficiente” já denota uma característica negativa, pois entende-se que o paciente não poderá ser autossuficiente nas atividades diárias. Esse termo deve ser evitado pois pode causar constrangimento e tristeza no paciente.

Para evitar ou diminuir esses sentimentos, algumas estratégias devem ser realizadas para melhorar a autoestima do paciente: converse com ele, identifique suas angústias e proponha atividades para diminuir sua baixa autoestima.

Mesmo perdendo o sentido da visão, o paciente poderá desenvolver habilidades manuais, auditivas e vocais. Sendo assim, alguns cursos podem ser recomendados, como artesanato com papéis recicláveis, coral e oratória, e até mesmo apreciação de músicas clássicas.

Mantenha a organização dos ambientes para facilitar a adaptação do paciente

O paciente com deficiência visual precisa explorar os outros sentidos para entender o ambiente que o cerca.  Em geral, o tato, a audição e o olfato são os mais requisitados e ajudam o paciente a se locomover nos ambientes.

Por isso, é importante manter os espaços da casa organizados para evitar acidentes. Na cozinha, certifique-se de que as panelas que estiverem em cima do fogão estejam com os cabos virados para dentro do equipamento.

Guarde imediatamente os objetos perfurantes e/ou cortantes depois de usá-los, e deixe sempre em local de fácil acesso copos, talheres e pratos.

Faça adaptações no banheiro

Considerado o local mais propenso a acidentes, o banheiro deve ser adaptado para atender as necessidades desse paciente.

Sendo assim, é fundamental utilizar tapetes antiderrapantes, e instalar barras de apoio próximas ao vaso sanitário e dentro do box. São barras de inox e devem atender as normas NBR 10283 e 11003 que caracterizam o tipo de material, a resistência à corrosão e como deve ser feita a instalação.

Os produtos de higiene pessoal devem ser afixados nas paredes para evitar derramamento e acidentes.

Garanta um ambiente aconchegante e confortável na sala de visitas

Mesmo com as adaptações, é possível garantir um ambiente agradável e aconchegante para os pacientes e os visitantes. O sofá deve ser confortável para uma leitura em braile, para escutar música ou para conversar com os amigos. As mesas de jantar e cadeiras, assim como as quinas perigosas, devem ser protegidas para evitar acidentes.

A melhor ajuda que se pode dar a um paciente com deficiência visual é garantir sua autonomia e independência. Além de melhorias no ambiente de convívio.

E não esqueça de visitar o seu oftalmologista de confiança regularmente!

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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