Fungo no olho: tudo o que você precisa saber

Oftalmologista examinando o olho de paciente com fungo no olho em laboratório.

Se não for combatido, esse microrganismo pode provocar inflamações, problemas oculares graves e até perda de visão 

Ao perceber algum sintoma estranho nos olhos, tendemos a achar que é um problema de visão ou a ocorrência de alguma doença bastante comum, como a conjuntivite.

Porém, em algumas situações, a manifestação pode ser de outra causa: a ceratite, também conhecida como fungo no olho, é uma condição bastante comum. 

Ao ser identificada, ela deve ser tratada com muito cuidado para evitar a evolução para quadros mais severos, que podem causar a diminuição ou perda completa da visão e, em alguns casos, até a perda do globo ocular completo.

Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre a ceratite, seus sintomas, tipos diferentes de ceratite, diagnóstico e tratamento. Confira!

O que é ceratite (fungo no olho)?

Apesar da sabedoria popular chamar esta doença de “fungo no olho”, a ceratite é uma inflamação da córnea, a camada externa dos olhos. Ela pode surgir por uma série de causas externas, e a identificação correta é fundamental para o tratamento adequado.

De acordo com um estudo compartilhado no Congresso Internacional de Ciências da Saúde, no Brasil, a venda de antifúngicos aumenta nos meses em que umidade do ar é menor. 

Como se pega ceratite?

Mão segurando caixa para armazenar lentes de contato e evitar fungo no olho

O paciente com fungo no olho pode ter sido acometido da doença por diversas causas. A inflamação da córnea pode ser provocada por pequenas lesões ou infecções causadas por agentes externos.

Os microrganismos podem, por exemplo, encontrar no uso inadequado de lentes de contato a condição ideal para se instalar. Também há registros de ceratite em pessoas que haviam realizado cirurgias oculares recentemente e que, por isso, estavam com os olhos mais sensíveis e suscetíveis a infecções.

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Outros fatores que podem influenciar o surgimento da ceratite são a imunidade baixa, ter histórico anterior de ceratite, e até mesmo estar exposto a constante mudança de clima, o que facilita a proliferação das infecções.

Quais são os sintomas de fungo no olho?

Identificar os sintomas da ceratite é o primeiro passo para que o médico oftalmologista possa fazer o diagnóstico correto da doença, permitindo que o paciente possa tratar a doença o quanto antes. Os principais são:

  • Olho vermelho;
  • Fotossensibilidade, ou fotofobia – quando há sensibilidade à luz;
  • Dificuldade em abrir o olho;
  • Produção excessiva de lágrimas;
  • Dor intensa ou sensação de queimação no olho;
  • Visão turva ou embaçada.

Tipos de ceratite

Existem diversos tipos documentados de ceratite. A importância de entender a diferença entre os casos é fundamental para o correto tratamento. Confira a seguir os principais tipos de ceratite.

Ceratite viral: de caráter infeccioso, é causada por um vírus.

Ceratite herpética: tipo muito comum da doença, é ocasionada pelo vírus herpes simples do tipo 1 (também responsável pelo herpes labial) ou pelo herpes zoster. Costuma afetar apenas a camada superficial da córnea.

Ceratite bacteriana: este tipo de ceratite tem é causada por diversos tipos de bactérias. Costuma acontecer pela utilização inadequada ou excessiva de lentes de contato. 

Ceratite por Acanthamoeba: é quando a infecção é causada por um parasita que pode se desenvolver em lentes de contato. Este tipo de ceratite pode evoluir para quadros muito graves, sendo necessário até mesmo realizar um transplante de córnea.

Ceratite fúngica: a ceratite fúngica é causada por fungos. Existem diversas espécies de fungos que podem desenvolver a doença.

Ceratite não infecciosa: traumas ou agentes irritantes, como colírios, podem causar ceratite também, mas do tipo não infeccioso.

Ceratite micótica: infecção causada por fungos que geram úlceras na córnea. Se não for tratada correta e rapidamente, pode ocasionar a diminuição da visão, cegueira total ou até mesmo a perda do globo ocular.

Ceratite intersticial: é quando a córnea inteira está envolvida na infecção, não apenas a parte superficial.

Ceratite punctata: casos em que apenas o epitélio corneano é atingido, como se fossem micro úlceras corneanas.

Ceratite filamentar (filamentosa): quando os filamentos da córnea se desprendem e causam pequenas úlceras. Pessoas com olhos mais secos são mais propensas a desenvolvê-la.

Ceratite dendrítica: causadas pelo herpes simples, é quando há um padrão de lesões subsequente de lesões na córnea.

Ceratite bolhosa: compromete a transparência da córnea, causando a redução da acuidade da visão. Entre 1% a 2% das pessoas que passam por operações de catarata podem sofrer com a ceratite bolhosa. Em casos graves, o transplante de córnea pode ser necessário.

Contágio

Nos casos de ceratite infecciosa, existe o risco do contágio.

Recomenda-se medidas de higiene básicas, como lavagem das mãos, evitar levar as mãos aos olhos e evitar contato com objetos de outras pessoas que estejam infectadas. 

Como diagnosticar fungo no olho?

Médico oftalmologista examinando uma mulher com fungo no olho com um rastreador de visão.

O oftalmologista é o médico responsável pela avaliação dos sintomas fazendo, assim, a identificação correta para diagnosticar o tipo de ceratite que o paciente possui.

O médico poderá usar equipamentos específicos, além de ser necessário fazer uma análise mais precisa por meio de exames laboratoriais para identificar a doença adequadamente.

Tratamento

Após identificar o tipo de ceratite, o oftalmologista indicará o melhor tratamento. Normalmente são utilizadas pomadas ou colírios oftálmicos, que devem ser aplicados diariamente.

Em casos mais graves, quando a doença não demonstra melhoria mesmo com o uso de remédios, medidas mais severas podem ser tomadas, como a recomendação de uma cirurgia para transplante de córnea.

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Acho que estou com fungo no olho. O que devo fazer?

Vá imediatamente ao oftalmologista! Se sentir algum dos sintomas mencionados neste texto e eles não desaparecerem em 8 horas, é hora de procurar ajuda profissional.

Na Clínica de Oftalmologia Integrada (COI), você será atendido pelos melhores especialistas em doenças oftalmológicas causadas por fungos e terá um tratamento completo e de alta qualidade para garantir a saúde dos seus olhos. 

Conheça nossa equipe e marque sua consulta! Quanto mais rápido o diagnóstico for realizado, mais rápido será o tratamento e o retorno da vida normal do paciente.

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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