A blefarite é uma inflamação não contagiosa que acomete a borda das pálpebras, relacionada a uma alteração das glândulas sebáceas (de gordura) nessa região. A blefarite pode ser do tipo anterior, que atinge a borda frontal da pálpebra, ou do tipo posterior, afetando sua parte interior, em contato com o globo ocular.
Apesar de não causar danos à visão, a doença traz sintomas incômodos como vermelhidão, irritação e coceira, que podem ser amenizados através de um tratamento adequado, prescrito por um oftalmologista. Saiba mais sobre a blefarite e previna-se dessa inflamação.
Fique por dentro nessa entrevista exclusiva com o Dr André Himauari:
Causas
A principal causa da doença é uma disfunção das glândulas de meibômio que ficam localizadas próximas à base dos cílios, alterando a produção de gordura. Também pode acontecer devido a infecções bacterianas que acometem as mesmas glândulas.
Possíveis causas podem ainda estar relacionadas a outras condições, como rosáceas (doença dermatológica representada por vermelhidão na pele), alergias a lentes de contato, uso de maquiagens ou outros cosméticos, ácaros ou piolhos de cílios, dermatite seborreica e alguns medicamentos para acne.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da blefarite são: coceira, irritação nos olhos, lacrimejamento e vermelhidão na região das pálpebras, sensação de queimação ou areia nos olhos, sensibilidade à luz, queda dos cílios e descamação da pele na região.
Por ser uma doença crônica, ela alterna entre estados de maior e menor intensidade dos sintomas, podendo, em alguns momentos, ser assintomática.
A importância de consultar um médico
Ao detectar os sintomas, higienize a área afetada duas vezes ao dia após a aplicação de compressas mornas com o intuito de amolecer a gordura. Muitos médicos recomendam limpar a região dos cílios com shampoo neutro infantil, tomando cuidado para evitar o interior dos olhos. Caso persista algum dos sintomas, procure um oftalmologista.
Fique atento também a qualquer mudança em sua rotina no uso de lentes de contato, cosméticos, shampoos, maquiagens ou qualquer outra alteração que possa ter instigado a infecção. Observar os detalhes e repassá-los ao médico pode adiantar o diagnóstico e ajudar a prescrição de um tratamento adequado.
Por serem comuns e, muitas vezes, imperceptíveis, os sintomas da blefarite podem ser confundidos com outros tipos de inflamação ou até mesmo negligenciados. É importante nunca se automedicar, seguindo sempre as orientações de um médico.
Como é diagnosticada a blefarite
A blefarite é de fácil diagnóstico, sendo possível ser identificada por um exame de rotina de olhos e pálpebras. O médico também poderá coletar uma amostra da secreção ou do óleo produzido no local da infecção para que seja analisada a presença de bactérias, fungos ou possíveis alergias.
Tratamento
Após o diagnóstico, dependendo do grau de gravidade da doença, o médico poderá recomendar tratamentos que incluem a limpeza regular da região, massagem nas pálpebras, aplicação de pomadas, colírios, antibióticos por via oral e também outros tratamentos paralelos que porventura sejam necessários para tratar outros fatores de risco, como a rosácea e a seborreia.
Por se tratar de uma doença crônica, a blefarite não desaparece completamente e pode ressurgir a qualquer momento em quem tem predisposição à doença. Por isso é importante fazer um acompanhamento médico regular com o seu oftalmologista de confiança.