Saber o que é e quando fazer o crosslinking pode ajudar pacientes que foram diagnosticados com ceratocone.
O ceratocone é uma das doenças que mais afeta a saúde dos olhos ao redor do planeta e está diretamente relacionado à questão de saber quando fazer o crosslinking.
A doença atinge cerca de uma em cada duas mil pessoas e tem incidência nos cinco continentes, tornando-se um problema crônico de saúde para os mais diversos países.
Inclusive, uma informação importante a ser compartilhada é que no dia 10/11 é conhecido como o Dia Mundial do Ceratocone.
A ceratocone é uma doença progressiva que reduz a elasticidade da córnea, deixando-a menos espessa e, com isso, reduzindo cada vez mais a acuidade visual, também gerando fotofobia e desconforto visual.
Os tratamentos antigos eram pouco eficazes e serviam quase que exclusivamente para tratar os sintomas, sendo a única cura possível o transplante de córnea.
Porém, surge agora uma revolucionária técnica que promete estabilizar o quadro: a cirurgia de crosslinking.
Quer saber mais sobre essa cirurgia e quando é a hora de realizá-la? Continue a leitura e descubra!
O que é Ceratocone?
Para entender quando fazer o crosslinking, antes é importante saber o que é ceratocone, uma doença desenvolvida na córnea em indivíduos ainda adolescentes.
Ela pode causar, ao longo da vida, problemas como astigmatismo e embaçamento progressivo da visão.
O tratamento para ceratocone é realizado com o uso de lentes de contato ou óculos, que não conseguem inibir a progressão do formato de cone que prejudica a córnea.
Porém, atualmente, um dos tratamentos recomendados para controlar essa doença é chamado de crosslinking.
O que é o crosslinking?
O crosslinking, também conhecido como cirurgia de ceratocone, é uma opção menos agressiva que o transplante de córnea, utilizado para tratar o ceratocone.
O procedimento proporciona maior rigidez e resistência para a córnea, permitindo que ela não se altere com o passar dos anos, afetando menos a qualidade de visão do paciente.
O crosslinking é feito através da aplicação de vitamina B12 e luz ultravioleta na córnea, estimulando a formação de novas ligações entre as moléculas que formam essa estrutura, tornando-a mais rígida e inibindo o avanço da doença.
O procedimento dura entre uma e duas horas e é realizado com anestesia local e em sala cirúrgica.
Após a realização do crosslinking, o paciente pode ir para a casa no mesmo dia com uma lente terapêutica que será usada por uma semana para ajudar na recuperação.
O uso de colírios e as consultas regulares ajudam a garantir o sucesso da terapia.
Quem deve fazer o crosslinking?
A cirurgia de ceratocone já é praticada com sucesso em diversos países europeus e nos Estados Unidos, sendo mais indicada para pacientes portadores do ceratocone em estágios leves e moderados da doença
Há indicação também em alguns casos de ceratocone, infecções e melting corneano.
Alguns fatores que devem ser observados em pacientes que são possíveis candidatos a um procedimento de crosslinking são os seguintes:
- Ter córnea transparente ou não gravemente lesionada;
- Espessura de, pelo menos, 400 micra na córnea;
- Idade superior a 14 anos (essa indicação pode variar de acordo com a análise do médico responsável).
A recomendação da aplicação da técnica de crosslinking em córneas espessas se deve a capacidade da estrutura em absorver os efeitos dos raios ultravioletas aplicados na região.
Além disso, a ausência da lesão na córnea é uma maneira de garantir resultados ainda mais satisfatórios com a técnica.
Pré-requisitos para a realização do tratamento
Primeiramente, é preciso que o quadro de ceratocone seja comprovado por exames de topografia de córnea ou tomografia corneana.
A espessura da córnea, em linhas gerais, deve ser igual ou superior a 400 micra — isto é, 400 milésimos de milímetros.
Isso porque essa medida é indispensável para a proteção e manutenção do endotélio íntegro após o método. A curvatura da córnea também é avaliada e deve ser menor que 70 dioptrias.
Também é recomendado que não haja cicatrizes corneanas e que o paciente não tenha história pregressa de herpes ocular.
Um aviso muito importante é que gestantes não devem realizar o procedimento.
Como é feita a cirurgia de crosslinking?
O procedimento cirúrgico não é dos mais demorados — dura cerca de 1 hora e meia — nem envolve muitos riscos como um transplante de córnea, por exemplo.
No entanto, isso não quer dizer que muitos cuidados não precisem ser tomados: o método exige um ambiente estéril, ou seja, é preciso que seja realizado em um centro cirúrgico.
A anestesia é tópica, através de um colírio anestésico. O epitélio é removido através de raspagem e é aplicada então uma solução de Riboflavina a 0.1% a cada cinco minutos, durante trinta minutos.
Isso porque esse é o tempo necessário para que a córnea esteja impregnada da substância.
Depois, utiliza-se radiação ultravioleta A e, por fim, coloca-se uma lente de contato que permanece até que o epitélio se regenere.
Quais são os sintomas pós-cirúrgicos que podem ser encontrados?
Como em qualquer outra cirurgia, alguns sintomas pós-operatórios podem ser observados na técnica de crosslinking.
O olho do paciente pode ficar vermelho e desconfortável pelos primeiros dias, dolorido e lacrimejando com frequência.
Por esse motivo, o oftalmologista prescreve anti-inflamatórios e analgésicos em comprimidos e em colírio para reduzir esses sintomas.
Alguns indivíduos podem precisar utilizar óculos ou lentes de contato para ajudar a corrigir a visão, mas somente por alguns meses após a aplicação da técnica.
Recomenda-se também utilizar óculos escuros durante os seis primeiros meses, quando houver a necessidade de se expor à luz solar, para não prejudicar a cicatrização da córnea.
Quais são os cuidados pós cirúrgicos para essa técnica?
Os cuidados pós-operatórios para o crosslinking são muito semelhantes aos realizados em outros procedimentos de cirurgias oftalmológicas, sendo alguns deles:
- Não coçar o olho;
- Aplicar sempre o colírio recomendado pelo médico.
Porém, o paciente poderá tomar banho normalmente, ler, escrever e ver TV.
Resultados do Crosslinking
Os resultados são satisfatórios com relação a estagnação e redução do avanço da doença, principalmente em pessoas com estágio leve ou moderado. Contudo melhorias também são apresentadas em pacientes com estágios avançados de ceratocone.
Embora a intenção não seja propriamente a melhora da acuidade visual, alguns estudos apontam que até 25% dos pacientes que se submeteram ao procedimento tiveram melhoria na visão.
Agora que você já sabe quando fazer o crosslinking, pode ser que esteja se perguntando quanto custa essa cirurgia.
O valor da cirurgia pode variar muito de acordo com a sua localização e o cirurgião que for realizá-la. No entanto, em média, ela costuma ficar na faixa dos R$4 mil.
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