Investigar se a hipermetropia tem cura é importante para esclarecer expectativas, orientar decisões de tratamento e evitar mitos que atrasam o cuidado adequado. Muitas pessoas acreditam que o problema pode desaparecer com o tempo ou com soluções caseiras, o que não é verdade.
Quando o assunto é visão, uma das perguntas mais comuns é: hipermetropia tem cura? A dúvida parece simples, mas esconde uma série de mitos, expectativas e soluções que passam muitas vezes despercebidas.
Se você sente dificuldade para enxergar de perto, convive com dores de cabeça ou esforço visual constante, este texto foi feito para você.
Aqui, vamos além das respostas prontas: desvendamos o que realmente funciona, o que é mito e o que a ciência vem descobrindo de mais moderno no tratamento da doença.
O que é hipermetropia?
A hipermetropia é um erro refrativo que dificulta a visualização de objetos próximos, fazendo com que fiquem embaçados, enquanto os objetos distantes são vistos com mais clareza.
Isso ocorre porque a luz que entra no olho é focalizada atrás da retina, em vez de diretamente sobre ela. Além disso, a condição pode variar de leve a severa, e em casos mais intensos, até a visão de longe pode ser afetada.
Crianças com grau leve da doença, muitas vezes, não apresentam sintomas, pois seus olhos conseguem compensar o problema. Contudo, com o tempo ou esforço visual prolongado, surgem dores de cabeça, fadiga ocular ou dificuldade de concentração.
Hipermetropia tem cura?
A condição não tem cura espontânea, por estar relacionada à estrutura anatômica do olho, como o comprimento do globo ocular ou a curvatura da córnea.
Essas características, são determinadas geneticamente e não se modificam naturalmente com o tempo. Por isso, a condição tende a se manter ao longo da vida, embora possa sofrer pequenas variações conforme a idade avança.
Qual é a causa da hipermetropia?
A principal causa da dificuldade de ver de perto é o formato do olho. Em geral, ela ocorre quando o globo ocular é mais curto do que o normal ou quando a córnea tem uma curvatura insuficiente.
Essas alterações fazem com que a luz não seja corretamente focalizada na retina. Além disso, o problema também pode ser hereditário, comum em pessoas da mesma família.
Quais os tratamentos disponíveis para hipermetropia?
Atualmente existem 3 modalidades de tratamento para hipermetropia, que vão desde o uso de óculos e lentes de contato até a cirurgia para correção permanente do problema. Veja como cada uma delas funciona a seguir:
Óculos
Os óculos são a forma mais comum e acessível de corrigir a visão embaçada para perto. Eles utilizam lentes convergentes (positivas) que direcionam corretamente a luz para a retina, proporcionando uma visão nítida.
Além de corrigirem a visão de perto, os óculos para hipermetropia também aliviam sintomas como dores de cabeça e fadiga ocular, especialmente em crianças e adultos que passam longos períodos lendo ou usando telas.
Lentes de contato
As lentes de contato funcionam de maneira semelhante aos óculos, mas são colocadas diretamente sobre a córnea. Elas oferecem um campo visual mais amplo, sendo preferidas por muitas pessoas por questões estéticas ou de conforto.
Assim como os óculos, as lentes para hipermetropia possuem grau positivo e devem ser prescritas e acompanhadas por um oftalmologista, pois o uso inadequado pode causar irritações ou infecções oculares.
Cirurgia refrativa
A cirurgia refrativa é uma opção para quem busca uma correção permanente da visão. Procedimentos como LASIK, PRK ou LASEK remodelam a curvatura da córnea para permitir que a luz seja focada corretamente na retina.
Nem todos os pacientes são candidatos à cirurgia para hipermetropia, já que é necessário avaliar fatores como idade, grau do erro refrativo, espessura corneana e ausência de doenças oculares.
Quando indicada, a cirurgia pode reduzir ou eliminar a dependência de óculos, ou lentes.
É possível diminuir o grau de hipermetropia?
Não é possível diminuir o grau naturalmente, pois ele está relacionado à anatomia do olho. Por isso, é necessário procurar tratamento oftalmológico o quanto antes e se candidatar ao tratamento mais adequado.
Quando a cirurgia é indicada?
O procedimento cirúrgico é indicado quando:
- O grau está estabilizado (geralmente após os 21 anos);
- O paciente deseja reduzir ou eliminar o uso de óculos, ou lentes;
- A córnea tem espessura e curvatura adequadas para o procedimento;
- Não há doenças oculares, como catarata ou ceratocone;
- O grau está nos limites corrigíveis pela cirurgia;
- O paciente está em boas condições gerais de saúde;
- Há avaliação e aprovação de um oftalmologista especializado em cirurgia refrativa.
Quem tem hipermetropia tem que usar óculos sempre?
Em casos leves, especialmente em pessoas mais jovens, os olhos conseguem compensar o erro de refração com o esforço do músculo ciliar, dispensando o uso constante dos óculos.
No entanto, quando o grau é mais alto ou há sintomas da hipermetropia, como dor de cabeça, cansaço visual e dificuldade para ler ou focar objetos próximos, o uso contínuo dos óculos pode ser necessário para garantir conforto e boa qualidade de visão.
Existem formas de prevenir ou minimizar os efeitos da hipermetropia?
Por ter origem principalmente genética e estrutural, a visão embaçada para perto não pode ser totalmente prevenida. No entanto, é possível minimizar seus efeitos e evitar complicações com alguns cuidados, como:
- Realizar consultas oftalmológicas regulares, especialmente em crianças;
- Diagnosticar a condição precocemente, para melhor controle dos sintomas;
- Fazer pausas durante atividades que exigem foco de perto (leitura, uso de telas);
- Garantir boa iluminação ao estudar ou trabalhar;
- Manter distância adequada dos olhos em relação a dispositivos eletrônicos;
- Adotar hábitos que reduzam o esforço ocular para evitar fadiga e dores de cabeça.
Estudos e pesquisas acerca da hipermetropia
Apesar dos tratamentos convencionais, a ciência continua buscando respostas. Atualmente existem pesquisas promissoras focadas em tratamentos inovadores, visando não somente corrigir a visão, mas curar ou reduzir a dependência de óculos e lentes de contato.
Veja algumas delas a seguir!
1. Colírio com nanopartículas para correção da visão
Pesquisadores da Universidade Bar-Ilan e do Centro Médico Shaare Zedek, em Israel, desenvolveram um colírio contendo nanopartículas hiperefletivas que, quando aplicadas na córnea, alteram temporariamente seu índice de refração.
Em estudos com porcos, observou-se uma redução de até 2 graus na hipermetropia, sem alteração na curvatura da córnea.
Embora os testes em humanos ainda não tenham sido realizados, a tecnologia apresenta um potencial significativo para tratamentos não invasivos.
2. Colírio para reversão temporária da presbiopia
A Orasis Pharmaceuticals, também em Israel, desenvolveu um colírio chamado CSF-1, que demonstrou reversão temporária da presbiopia (visão embaçada para perto relacionada à idade) em estudos clínicos.
Os resultados evidenciaram melhorias significativas na visão de perto, com efeitos durando várias horas. Embora não cure permanentemente a condição, oferece uma alternativa temporária aos óculos de leitura.
3. Avanços em células-tronco para regeneração da córnea
Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, realizaram um estudo inovador utilizando células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) para criar folhas de células epiteliais da córnea.
Essas folhas foram transplantadas em pacientes com deficiência limbal de células-tronco (LSCD), resultando em melhorias significativas na visão de três dos quatro participantes, após um ano.
Embora o estudo tenha sido focado na regeneração da córnea, ele abre possibilidades para tratamentos que impactam condições refrativas como a deficiência visual para perto.
Podemos dizer que hipermetropia tem cura interventiva, principalmente quando o paciente é eletivo para uma cirurgia corretiva, por exemplo, e que ela pode ser atenuada pelo uso de óculos e lentes de contato, ajudando a recuperar a autonomia no cotidiano.
Se você está com problemas para enxergar de longe ou de perto, procurar ajuda oftalmológica é a melhor opção. Na COI, você conta com uma equipe especializada e exames precisos para diagnosticar e tratar a hipermetropia. Agende sua consulta e descubra as melhores opções.
