O que é deuteranopia: qual a diferença para outros tipos de daltonismo

Olhos com deuteranopia e dificuldade de ver tons em verde e vermelho

A deuteranopia é um tipo de daltonismo e, ao compreender como a condição funciona, é possível identificar se é preciso procurar por um oftalmologista. 

Existem diversos tipos de daltonismo que atingem pessoas em todo o mundo, mas o subtipo conhecido como daltonismo vermelho-verde é um dos mais comuns quando se trata de deficiência de cor na visão. 

A condição de deuteranopia geralmente é congênita, o que significa que as pessoas nascem com ela. 

Quem possui este tipo de daltonismo, pode ter dificuldade em enxergar diferentes tons de vermelho, verde e amarelo. 

No entanto, algumas pessoas não têm consciência de que possuem a deficiência na visão até que elas sejam apontadas por alguém próximo a elas ou diagnosticada por um oftalmologista. 

Uma pessoa que possui a visão “normal”, pode enxergar todas as combinações das cores primárias, que são: vermelho, azul e verde. Neste caso, essa condição é conhecida como tricromatismo. 

No geral, estima-se que os olhos humanos são capazes de enxergar 10 milhões de variações de cores. 

Continue a leitura para saber quais são as causas da deuteranopia, como identificá-la, qual o seu tratamento e quais são os outros tipos de daltonismo! 

Quais são as causas da deuteranopia?

A capacidade de enxergarmos as cores depende de três genes, que são: OPN1LW, OPN1MW e OPN1SW. 

Esses genes são responsáveis por produzir instruções para a produção de pigmentos que contribuem para as células receptoras de luz da retina, que ficam localizadas na parte posterior dos olhos. 

As células receptoras de luz são divididas em duas partes: cones e bastonetes (varas). Os cones e os bastonetes fazem a transmissão de sinais ao cérebro para ajudar a produzir a visão. 

Os cones são responsáveis por fornecer a visão para luzes brilhantes, que inclui visão de cores, enquanto que os bastonetes servem para condições de pouca luz. 

Cada um deles possui diferentes pigmentos que são sensíveis à luz e respondem a um ponto específico de sensibilidade aos comprimentos de onda da luz. 

Um indivíduo que enxerga todas as cores e possui visão “normal”, tem a capacidade de ver todas as cores utilizando os cones sensíveis aos três comprimentos de onda de luz vermelha, verde ou azul. 

Quando um ou mais desses cones não correspondem adequadamente para enviar a mensagem certa ao cérebro, não é possível enxergar as cores relacionadas a cada um deles. 

As deficiências de visão de cores vermelho-verde ocorrem quando há defeitos nos genes OPN1LW (cone de pigmento vermelho) e OPN1MW (pigmento verde). Isso afeta a maneira como os comprimentos de onda das cores são detectados pelos cones na retina.

Quem possui deuteranopia não consegue identificar corretamente os pigmentos do cone verde, enquanto quem tem a protanopia possui dificuldades com os tons vermelhos.

Por outro lado, os cones ditados pelo gene OPN1SW criam deficiências na visão de cores azul-amarelo. Este tipo de daltonismo é considerado raro.

Mutações genéticas

Geralmente, os tipos de daltonismo vermelho-verde são causados por mutações genéticas. 

A condição acontece quando existem deficiências genéticas em um ou mais dos três cones disponíveis nos olhos, que são: cones vermelhos, verdes e azuis. 

Além da condição genética, o daltonismo também pode acontecer por outros motivos, como: 

  • Doenças na retina;
  • Problemas no nervo óptico;
  • Condições relacionadas ao avanço de idade, como demência;
  • Exposição a produtos químicos, como solventes ou fertilizantes;
  • Efeitos colaterais de remédios, por exemplo, alguns que são receitados para infecções e doenças autoimunes. 

Como identificar a deuteranopia

A melhor forma de identificar deuteranopia ou qualquer outro tipo de daltonismo é procurando por um oftalmologista para fazer o teste adequado para diagnóstico. 

Se você tem dúvidas se possui a condição, é importante que saiba que existem diferentes testes de deuteranopia que podem ser realizados. Um deles é o teste de Ishihara. 

Esse teste é aplicado com o auxílio de círculos com cores variadas e números em seus centros. Se você não conseguir ler os números, pode ter uma deficiência de cores na visão, como a deuteranopia.

Por mais que seja possível fazer esse tipo de teste online, é muito importante que você procure por um oftalmologista para realizá-lo de forma eficiente e receber o diagnóstico adequado. 

Seu médico também poderá administrar um teste de visão em cores por meio de cartões que contêm cores e símbolos variados. Eles também podem testar um olho de cada vez.

Tratamento para deuteranopia

Caso você suspeite que possui deuteranopia, é importante que saiba que, mesmo com os avanços da medicina em relação ao daltonismo, ainda não existe uma cura para essa condição. 

No entanto, existem algumas soluções de tratamento disponíveis que ajudam os indivíduos diagnosticados com a condição. 

Hoje em dia, é possível utilizar lentes de contato corretivas ou óculos que ajudam a neutralizar o daltonismo. 

Esses produtos possuem lentes coloridas ou filtros que cobrem os óculos e podem te ajudar a ver os tons de vermelho e verde com mais clareza. 

Outros tipos de daltonismo

Além da deuteranopia, como já citado anteriormente, também existem outros tipos de daltonismo. Entenda a seguir — incluindo uma breve explicação sobre deuteranopia — quais são eles: 

Protanopia

É quando o indivíduo possui uma deficiência em um dos cones, especificamente no que é chamado de cone L, que é responsável por capturar os comprimentos de onda longos. 

Logo, o paciente diagnosticado com daltonismo do tipo protanopia, ele confunde as cores vermelho e verde. 

Deuteranopia

Neste caso, que já citamos no decorrer do artigo, estamos falando de um tipo de daltonismo onde o paciente tem deficiência nas células chamadas de cone M, responsável por recolher as informações dos comprimentos de onda médios. 

Quando alguém possui este tipo de daltonismo, também tem dificuldade em enxergar o vermelho e o verde. 

Tritanopia

O tipo de daltonismo chamado de tritanopia é o menos comum. Mas, afinal, o que é tritanopia? 

Quando um indivíduo possui essa condição, os cones S — que são responsáveis por receberem as informações dos comprimentos de onda curtos — são alterados. 

Neste caso, a pessoa tem dificuldade em diferenciar o azul do amarelo. 

Para saber qual é o seu tipo de daltonismo, você deve procurar por um oftalmologista e teste de daltonismo

Inclusive, também é necessário fazer teste de daltonismo infantil no caso de crianças. 

Como um daltonico sabe que é daltonico?

Saber se possui ou não o daltonismo pode ser algo confuso para o indivíduo. Porém, o sintoma mais comum da condição é simples: a alteração na visão. 

Um bom exemplo a ser citado é a dificuldade em distinguir a cor vermelha e verde dos semáforos. Também é importante ter atenção em como as crianças enxergam as cores. 

Em alguns casos, a condição pode passar despercebida. Isso porque as pessoas aprenderam a fazer a associação de cores específicas a determinados objetos. 

Ao ter qualquer suspeita de que você, seu filho ou alguma pessoa próxima tenha daltonismo, é muito importante procurar ou orientar que a pessoa busque por um médico. 

Somente eles serão capazes de diagnosticar o daltonismo — e qual é o seu tipo — de forma eficiente e até mesmo descartar possíveis problemas mais sérios, o que é muito importante para manter a saúde dos seus olhos

Procure por um oftalmologista para receber um diagnóstico

Agora que você já sabe o que é deuteranopia e qual a diferença para outros tipos de daltonismo, caso tenha suspeita de que você, seu filho ou alguém próximo tenha a condição, é importante que procure por um oftalmologista o mais rápido possível. 

O daltonismo não é uma condição grave, porém, quando identificado, é possível buscar por soluções para ter uma melhor condição de vida no que diz respeito a sua visão. 

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Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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