O cotidiano da pessoa com estrabismo convergente traz desafios visuais e sociais, afetando desde as tarefas mais simples até a convivência com outras pessoas. Visualmente, ela pode sentir dificuldade para focar objetos à distância ou perceber profundidade corretamente, tornando atividades como dirigir, ler ou praticar esportes mais cansativas e perigosas.
O estrabismo convergente é caracterizado pelo desalinhamento dos olhos. Estima-se que, além dos adultos, cerca de 1 a 2% das crianças em idade escolar apresentam algum grau desse distúrbio, tornando-o uma das formas mais comuns de desvio visual pediátrico no mundo.
O que é estrabismo convergente?
O estrabismo convergente, também chamado de esotropia, é um tipo de estrabismo caracterizado pelo desvio de um ou ambos os olhos para dentro, na direção do nariz. Esse desalinhamento ocular pode ser constante ou ocorrer de forma intermitente, afetando apenas um dos olhos ou alternando entre os dois.
O estrabismo convergente, conhecido como esotropia, é um tipo de desvio ocular em que um ou ambos os olhos se voltam para dentro, em direção ao nariz.
Esse desalinhamento pode ser constante ou intermitente, afetando somente um olho ou alternando entre os dois.
Um estudo publicado no Journal of American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus destacou que o diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para evitar complicações graves, como a “visão preguiçosa”, que pode levar à perda irreversível da visão binocular.
Qual é a diferença entre estrabismo convergente e divergente?
A principal diferença entre o desalinhamento ocular convergente e o divergente está na direção do desvio ocular.
No convergente (esotropia), um ou ambos os olhos se voltam para dentro, em direção ao nariz, enquanto no divergente (exotropia), o desvio é para fora, em direção às têmporas.
Ambos os tipos podem afetar a visão binocular e causar problemas como visão dupla, mas a direção do desalinhamento é o que os distingue.
Além disso, o convergente é mais comum na infância e costuma estar associado a erros de refração como a hipermetropia, enquanto o divergente pode estar relacionado à miopia e tende a aparecer em idades mais avançadas ou intermitentemente.
Quais os tipos de estrabismo convergente?
Os principais tipos são classificados conforme a idade de início, frequência do desalinhamento e fatores associados. Veja a seguir.
Esotropia congênita (ou infantil)
A esotropia congênita aparece nos primeiros seis meses de vida. Nesse caso, o desvio dos olhos para dentro é constante e bastante acentuado, afetando gravemente o desenvolvimento visual binocular, se não for tratado precocemente.
Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, ele pode estar associado a distúrbios neurológicos ou musculares.
Esotropia acomodativa
Esse tipo está diretamente relacionado à hipermetropia, um erro de refração que faz com que a criança force a visão para enxergar de perto, provocando o desvio ocular.
A esotropia acomodativa surge entre os 2 e 5 anos e pode ser corrigida com o uso de óculos apropriados, eliminando ou reduzindo significativamente o desalinhamento dos olhos.
Em alguns casos, o desalinhamento é totalmente corrigido com os óculos (esotropia acomodativa totalmente refracional), enquanto em outros o alinhamento é somente parcial.
Esotropia adquirida
A esotropia adquirida se manifesta após a infância, geralmente na adolescência ou idade adulta, e pode surgir de forma súbita.
É frequentemente associada a problemas neurológicos, traumas, doenças musculares ou mesmo como efeito colateral de certas condições médicas.
Diferentemente da forma congênita, esse tipo de desvio visual costuma causar visão dupla (diplopia), pois o cérebro já está acostumado a receber imagens alinhadas de ambos os olhos.
Esotropia intermitente
Na esotropia intermitente, o desvio ocular não é constante, aparecendo somente em determinadas situações, como em momentos de cansaço, distração, febre ou estresse.
Em fases iniciais, o olho se alinha normalmente na maior parte do tempo, mas pode desviar ocasionalmente, o que pode passar despercebido pelos pais ou professores.
Com o tempo, esse tipo pode se tornar mais frequente e constante, exigindo intervenção.
O que causa o estrabismo convergente?
A condição pode ter várias causas, que variam conforme a idade de início e o tipo específico, sendo as principais:
- Hipermetropia não corrigida;
- Alterações no desenvolvimento dos músculos oculares (em bebês);
- Fatores genéticos (histórico familiar);
- Problemas neurológicos (como paralisia de nervos oculares);
- Traumas cranianos;
- AVC (acidente vascular cerebral);
- Tumores cerebrais;
- Infecções que afetam o sistema nervoso;
- Diabetes (em casos de paralisia ocular);
- Uso de certos medicamentos que afetam os nervos oculares.
Sintomas de estrabismo convergente
As manifestações mais comuns são:
- Um ou ambos os olhos voltados para dentro;
- Dificuldade para focar objetos;
- Visão dupla (diplopia), principalmente em adultos;
- Fechar um olho para enxergar melhor;
- Inclinação ou virada da cabeça para compensar o desvio;
- Perda da percepção de profundidade (visão 3D);
- Cansaço visual ou dor de cabeça;
- Diminuição visual em um dos olhos (ambliopia, especialmente em crianças);
- Desalinhamento perceptível dos olhos em fotos ou ao olhar diretamente.
Quando o estrabismo é preocupante?
A condição é preocupante quando surge após os seis meses, é constante, ou se acompanha de sintomas como visão dupla, dor de cabeça, queda visual, ou desvio súbito dos olhos.
Em crianças, o desalinhamento ocular pode prejudicar o desenvolvimento visual, levando à ambliopia (olho preguiçoso) se não for tratado precocemente.
Já em adultos, o aparecimento repentino da visão desalinhada pode indicar problemas neurológicos sérios, como paralisias, tumores ou AVC, exigindo avaliação médica imediata.
Portanto, qualquer sinal de desalinhamento visual persistente deve ser investigado por um oftalmologista o quanto antes.
Qual nervo causa estrabismo convergente?
O nervo responsável é, em muitos casos, o sexto nervo craniano, também chamado de nervo abducente. Ele é o encarregado de controlar o músculo reto lateral, que movimenta o olho para fora (lateralmente).
Quando esse nervo é afetado, por paralisia, inflamação, trauma ou compressão, o músculo reto lateral não funciona corretamente, e o olho tende a ser puxado para dentro, pela ação oposta do músculo reto medial (controlado pelo terceiro nervo craniano).
Qual é o tratamento para estrabismo convergente?
O tratamento depende da causa, da idade do paciente e da gravidade do desvio, sendo as principais opções:
- Óculos com grau: indicados especialmente em casos de esotropia acomodativa, corrigindo a hipermetropia que causa o desvio ocular;
- Terapia visual (ortóptica): exercícios para fortalecer a coordenação entre os olhos e melhorar a visão binocular;
- Tampão ocular (oclusão): usado principalmente em crianças, para tratar a ambliopia (olho preguiçoso), forçando o uso do olho desviado;
- Cirurgia nos músculos oculares: indicada quando o desvio é persistente, grande ou não melhora com óculos; reposiciona os músculos para alinhar os olhos;
- Prismas nos óculos: recomendados para alguns casos em adultos com visão dupla, ajudando a alinhar as imagens;
- Tratamento da causa de base: se a visão cruzada for causada por problemas neurológicos, infecções ou tumores, é preciso tratar a doença de origem.
Como o estrabismo convergente afeta a qualidade de vida dos pacientes?
Em adultos, pode causar visão dupla, que interfere na realização de tarefas rotineiras como dirigir, trabalhar no computador ou ler, aumentando o cansaço visual e o estresse.
Além disso, o desalinhamento ocular pode afetar a imagem pessoal, gerando insegurança e impacto emocional.
Nos casos mais graves, a necessidade de tratamentos frequentes, como uso de óculos especiais, terapias ou cirurgia de estrabismo, também pode trazer desconforto e afetar o bem-estar geral do paciente.
Estrabismo convergente em crianças
Em crianças, o desalinhamento ocular prejudica o desenvolvimento da visão binocular, levando à perda da percepção de profundidade e ao olho preguiçoso, dificultando atividades diárias simples, como brincar, estudar e praticar esportes.
Além dos impactos visuais, o desalinhamento pode afetar a autoestima e a socialização, já que o desvio ocular pode ser percebido pelos colegas e causar constrangimento ou bullying.
O estrabismo convergente tem cura?
Sim, ele pode ser tratado e, em muitos casos, ter a sua cura ou controle completo, especialmente quando o diagnóstico e o tratamento são realizados precocemente.
No entanto, a eficácia do tratamento do estrabismo convergente depende do tipo e da causa da condição, da idade do paciente e do tempo decorrido desde o início do problema.
Por isso, quanto mais cedo a pessoa buscar ajuda médica, maiores são as chances de sucesso no tratamento e de minimizar possíveis complicações visuais e emocionais.
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