Quais diferenças entre miopia, hipermetropia e astigmatismo?

Imagem de uma mulher de óculos olhando para cima em um ambiente com luzes

Miopia, astigmatismo e hipermetropia são erros de refração que afetam a capacidade de enxergar para perto e/ou para longe com nitidez. Entenda as diferenças entre essas doenças, quais seus sintomas e tratamentos disponíveis.

Miopia, astigmatismo e hipermetropia são doenças refrativas que, caso não sejam tratadas, comprometem a saúde ocular e a qualidade de vida dos seus portadores. 

Segundo o Ministério da Saúde, elas são algumas das principais doenças oculares registradas no Brasil, que conta com mais de 35 milhões de pessoas com algum tipo de dificuldade visual.

Embora essas doenças refrativas atinjam uma parcela significativa da população, elas ainda são facilmente confundidas. Isso pode impedir as pessoas de buscar ajuda, obter um diagnóstico precoce e iniciar um tratamento adequado para evitar complicações.

Para te ajudar a evitar esses problemas, neste artigo, explicaremos as principais diferenças entre miopia, astigmatismo e hipermetropia.

O que é miopia, astigmatismo e hipermetropia?

Miopia, astigmatismo e hipermetropia são erros de refração. Isso significa que essas doenças são consequência de alterações nas estruturas oculares responsáveis pelo processo de captação, focalização e convergência das imagens. 

Em uma pessoa com visão normal, os raios de luz entram nos olhos pela córnea e são transformados pelo cristalino em um único ponto na retina, estrutura responsável pela formação de imagens.

No entanto, as alterações causadas pelos erros de refração modificam esse processo. Como resultado, a visão pode ser prejudicada, gerando diferentes sintomas que variam de acordo com as estruturas comprometidas. 

Os termos miopia, astigmatismo e hipermetropia se referem a essas variações de erros de refração. Por isso, eles apresentam diferentes características. 

Entenda a seguir.

Miopia

A miopia é um erro refrativo que dificulta a capacidade de enxergar objetos distantes com clareza. Ou seja, pessoas míopes podem ver com nitidez objetos próximos, mas têm dificuldade em focalizar corretamente objetos mais distantes. 

Geralmente, quanto mais longe o objeto, maior será a dificuldade para focalizar a imagem. Esse tipo de erro refrativo é causado por uma alteração no formato do globo ocular, que se torna mais alongado do que o normal. 

Por conta disso, os raios de luz convergem e formam a imagem antes da retina, o que faz com que objetos distantes pareçam embaçados ou fora de foco.

Os primeiros sintomas da miopia surgem ainda na infância e podem incluir visão embaçada, dificuldade para ler placas ou assistir vídeos, por exemplo. Além disso, o grau da miopia tende a aumentar com o passar do tempo, geralmente estabilizando-se por volta dos 30 anos de idade. 

Um dos motivos que levam o desenvolvimento desse problema ainda na infância são os fatores genéticos e hereditários, considerados os principais responsáveis pelo desenvolvimento da miopia. Ou seja, pais míopes têm mais chances de ter filhos com o mesmo erro refrativo.

No entanto, nos últimos anos, o uso excessivo de telas de smartphones, computadores e tablets, também tem sido apontado como responsável pelo surgimento ou agravamento do problema.

Hipermetropia

A hipermetropia é um erro refrativo que dificulta a capacidade de enxergar objetos próximos.  Ou seja, quem tem essa condição ocular pode ver com nitidez objetos distantes, mas tem dificuldade para focar corretamente em objetos próximos. Em outras palavras, a hipermetropia é o oposto da miopia. 

Esse problema ocorre quando o formato do globo ocular é muito curto, se tornando mais achatado, ou quando a córnea é mais plana que o normal. Isso faz com que a imagem de um objeto próximo seja focada na parte de trás da retina, prejudicando a visão para perto com nitidez.

Assim como a miopia, a causa da hipermetropia também está ligada a fatores genéticos hereditários. Em pessoas mais jovens, essa condição prejudica apenas a visão de perto e, geralmente, não apresenta qualquer prejuízo à focalização de imagens distantes. 

Isso acontece porque o cristalino se acomoda de modo a compensar possíveis distorções quando o grau não é muito elevado.

No entanto, com o processo de envelhecimento natural, essa capacidade de acomodação diminui e o paciente passa a ter dificuldades para enxergar também à distância – fenômeno conhecido como presbiopia ou “vista cansada”.

Astigmatismo

O astigmatismo é um tipo de erro refrativo que surge devido a uma irregularidade na forma da córnea ou do cristalino do olho. Em um olho saudável, essas estruturas apresentam uma curvatura suave e uniforme, possibilitando o foco preciso da luz na retina.

No entanto, a irregularidade associada ao astigmatismo dificulta a conversão correta dos raios de luz, criando mais de um ponto focal, formados antes ou depois da retina. Como consequência, a pessoa passa a ter dificuldade para enxergar tanto objetos próximos quanto distantes.

Em termos simples, enquanto a miopia e a hipermetropia estão ligadas a mudanças na forma do globo ocular, o astigmatismo resulta de irregularidades na superfície da córnea. Devido a essa razão, pessoas com astigmatismo podem também experimentar outros distúrbios refrativos.

Vale lembrar que, geralmente, o astigmatismo também está relacionado a fatores genéticos, ou seja, ao histórico familiar dessa condição. Além desse fator, esse tipo de erro de refração também está associado a traumas oculares ao longo da vida. 

Quais os sintomas de miopia, astigmatismo e hipermetropia?

Enxergar de perto e/ou de longe não são os únicos sintomas associados a miopia, astigmatismo e hipermetropia. Na verdade, esses erros de refração também podem causar outros desconfortos, que variam de acordo com o tipo de erro refrativo.

Além de dificuldade para enxergar objetos distantes, visão embaçada, dor de cabeça, tontura e hábito de “apertar” os olhos ou se aproximar de objetos para enxergar melhor são alguns sinais clássicos de miopia. 

Já a dificuldade para enxergar objetos próximos, fadiga ocular, visão embaçada, dor de cabeça, vermelhidão, lacrimejamento e sensação de peso ao redor dos olhos, são sinais de hipermetropia.

Por fim, a vista embaçada ou múltipla, dores de cabeça, ardor e vermelhidão nos olhos, e confusão entre símbolos semelhantes, como as letras M e N, por exemplo, podem ser sintomas associados ao astigmatismo

Como é o diagnóstico dessas condições oculares?

A miopia, astigmatismo e hipermetropia compartilham alguns sintomas em comum, como visão embaçada, dor de cabeça e dificuldade para com nitidez. 

Isso significa que pessoas com erros refrativos diferentes podem apresentar os mesmos sintomas iniciais. Por esse motivo, é impossível diagnosticar um problema de visão baseado apenas nos sintomas do paciente. 

Embora também considere esses sintomas, o diagnóstico desses erros refrativos exige a realização de uma avaliação oftalmológica completa para avaliar a saúde ocular do paciente. 

Essa avaliação inclui a realização de exames oculares, como o exame de acuidade visual, realizado para avaliar a capacidade da pessoa enxergar à distância. 

O paciente também deve fazer um exame de refração computadorizada para determinar o grau e o tipo de erro refrativo, e a tonometria de aplanação para medir a pressão intraocular. 

Se necessário, o médico também pode solicitar exames complementares para avaliar melhor a saúde ocular do paciente.

Quais os tratamentos disponíveis para esses erros de refração?

Os tratamentos indicados para a correção da miopia, astigmatismo e hipermetropia variam de acordo com o diagnóstico do paciente. 

Os três casos podem ser corrigidos com o auxílio de óculos de grau, lentes de contato e cirurgia refrativa. No entanto, esses tratamentos são aplicados de formas diferentes em cada um deles. 

No caso da miopia, os óculos de grau ou lentes de contato são mais côncavos. Além disso, a cirurgia de refração, realizada com técnicas como LASIK, PRK, entre outros métodos, visa alterar o formato da córnea e melhorar a refração da luz.

Já o tratamento de hipermetropia exige o uso de óculos e lentes convergentes. Além disso, a cirurgia é realizada para alterar o formato da córnea de modo a melhorar o foco da luz no olho.

E para o tratar o astigmatismo, é necessário utilizar lentes de contato ou óculos com lentes cilíndricas, formato que compensa a curvatura irregular da córnea e ajuda a focalizar a luz na retina. Nesse caso, a cirurgia refrativa é indicada para casos mais graves.

Vale lembrar que pessoas de todas as idades podem desenvolver erros de refração. Caso essas condições não sejam tratadas, podem comprometer a autonomia e qualidade de vida de seus portadores.

A melhor forma de evitar esses problemas é fazer um check-up oftalmológico anualmente para monitorar a saúde ocular. 

Isso é fundamental para obter diagnóstico precoce e o tratamento adequado de problemas que afetam a visão, evitando complicações.

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Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.
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