Transplante de córnea: 8 fatos surpreendentes

siba tudo sobre transplante de córnea

A córnea é uma estrutura transparente que recobre a porção colorida do olho — chamada íris —, podendo, ao ser transplantada, restaurar a visão de uma pessoa. Por mais que infelizmente nem todo mundo que precisa efetivamente se beneficia do procedimento, esse é o transplante mais comumente realizado no Brasil. Quer saber mais sobre o assunto? Então confira já 8 dos fatos mais interessantes que você provavelmente ainda não sabe sobre o transplante de córnea. Acompanhe:

Nem toda perda de visão pode ser corrigida pelo transplante de córnea

A visão pode estar prejudicada por alterações em qualquer das partes que compõem os olhos — incluindo aí o cristalino, o humor vítreo, a retina, o nervo óptico e a córnea propriamente dita. O transplante de córnea só é realmente benéfico quando há perda da transparência, da integridade ou da regularidade da córnea, o que pode ser provocado por infecções, traumas, queimaduras ou até má-formações ainda dentro do útero.

Praticamente qualquer pessoa pode doar

Qualquer pessoa entre 2 e 80 anos que não apresente infecções e tenha sido constatada sua morte encefálica ou tenha tido uma parada cardíaca há menos de 6 horas pode se tornar doadora de córnea — desde que a doação seja autorizada pela família. Sabia que mesmo pessoas que usavam óculos ou apresentavam outras doenças oculares, como catarataglaucoma, podem ser boas doadoras?

Não é possível escolher para quem as córneas serão doadas

As córneas doadas são automaticamente inseridas no Sistema Nacional de Transplantes e destinadas para quem estiver na frente da lista, não sendo possível escolher, por um ou outro motivo, para quem se destinarão as córneas.

Há um sistema de prioridades na fila de espera

Crianças com problemas em ambos os olhos, casos de perfurações oculares e de infecções graves, além de pacientes que rejeitaram o transplante de córnea anterior têm prioridade na recepção das córneas recebidas pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Existe um controle de qualidade rigoroso para as córneas doadas

Pacientes com linfomas ativos, leucemias, hepatites B ou C, HIV, infecções generalizadas, endocardites, raiva, sífilis, leptospirose ou que morreram de causa desconhecida não podem ser doadores para o transplante de córnea. E tudo isso é checado com o maior rigor possível.

Pode ocorrer rejeição

Como em qualquer outro tipo de transplante, a rejeição da córnea é sim possível, gerando sintomas como redução abrupta ou progressiva da visão, vermelhidão, dor e desconforto em ambientes iluminados. A rejeição comumente se dá logo no primeiro ano após o transplante, mas pode na verdade acontecer a qualquer momento, mesmo após 10 ou 20 anos do procedimento. Assim que a rejeição é identificada, deve-se dar início a um tratamento com medicação, o que geralmente impede o processo e evita a necessidade de um novo transplante de córnea.

É lenta a melhoria da visão

Algumas semanas após o transplante de córnea o paciente já pode perceber uma certa melhora na visão, mas são necessários alguns meses para que a visão atinja seu potencial máximo. De qualquer forma, a verdade é que a grande maioria dos transplantados ainda precisará usar óculos ou lentes de contato especiais para corrigir erros de refração.

Apenas parte da córnea pode ser transplantada

Existem dois tipos de transplantes de córnea: os penetrantes e os lamelares. Os transplantes penetrantes substituem toda a córnea, já os lamelares trocam apenas uma de suas camadas. Vale dizer que quando apenas parte da córnea é trocada, o risco de complicações é menor, a recuperação é mais rápida e a chance de rejeição também é menor.

Para fechar com chave de ouro, só nos resta dizer que a maioria esmagadora dos transplantes são considerados bem-sucedidos, não gerando complicações e trazendo um ganho considerável de visão aos transplantados. Terminar o post de uma forma mais otimista é quase impossível, não é mesmo? E então, gostou do nosso artigo? Ficou ainda alguma dúvida ou tem alguma informação extra para acrescentar? Comente aqui e participe!

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Dr. Guilherme Quinellato

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Para mais informações sobre sua experiência na área, clique aqui.

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