Como lavar os olhos: dicas para cuidar bem da sua visão

Mulher lavando os olhos em uma pia com água limpa

Realizar frequentemente uma boa higiene ocular pode evitar problemas nos olhos, como o terçol, o olho seco, a blefarite e as alergias. Veja como lavar os olhos da maneira correta!

Com a correria do dia a dia, muitas vezes não percebemos e acabamos colocando a mão nos olhos sem higienizá-las anteriormente. Essa prática, muitas vezes, pode aumentar o risco de problemas na vista e deve ser evitada.

Apesar de ser consenso que não se deve colocar a mão suja no olho, muita gente não sabe como lavar os olhos, irritados ou não. Assim como a higiene bucal ou do corpo, esse processo deve ser repetido diariamente e corretamente.

Entretanto, há produtos específicos para a limpeza de cada região dos olhos. Caso as substâncias não sejam usadas de forma apropriada, o resultado pode ser inverso e a saúde ocular pode ser ainda mais prejudicada.

Neste texto, reunimos informações de quais produtos você deve usar para cada indicação, esclarecemos alguns mitos em torno da higiene ocular e ressaltamos a sua importância, para você não se esquecer de como limpar o olho corretamente nunca mais.

Veja mais: Mitos e verdade sobre a saúde dos olhos

Água sim, mas só na parte de fora

Muitas pessoas não realizam a higienização das pálpebras, o que pode ocasionar o entupimento das glândulas lacrimais por partículas como as da maquiagem. Quando não sabemos como lavar os olhos em sua região externa, aumentamos o risco de infecções.

Para esse processo de limpeza externa, a água geralmente é o mais indicado. A lavagem interna com água é indicada somente em caso de exposição a agentes tóxicos, como desinfetante ou tinta. Nesses casos, procure um médico logo em seguida.

É importante ressaltar que, segundo as recomendações de especialistas, o ideal durante as higienizações – principalmente a interna – é que a água seja mineral, filtrada ou fervida, apesar de ser comumente usada a da torneira.

Soluções de limpeza ocular e xampu neutro também

É imprescindível realizar a higienização externa dos olhos para remover a oleosidade em excesso do local, que pode levar à inflamação e ao aumento de bactérias na região, causando alterações como o terçol e a ceratoconjuntivite sicca (olho seco).

Ao lavar cílios e pálpebras, recomenda-se apenas o uso de soluções próprias para a limpeza ocular, ou xampu neutro ou infantil, pois esses produtos são menos agressivos. Nunca use vinagre ou limão, pois ambos são ácidos e podem fazer mal aos olhos.

Evite água boricada

Apesar de ser muito enraizada a ideia de que água boricada é recomendada para a limpeza dos olhos, ela não deve ser usada. Essa substância contém ácido bórico em sua composição e pode causar queimaduras ou alergias.

É comum o uso de água boricada para o tratamento de conjuntivite, mas a sugestão dos médicos é que ela seja evitada. Ela também pode ser contaminada por micro-organismos prejudiciais à saúde, pois não se trata de uma substância estéril.

Secreções em excesso

Se você produz aquela secreção branca ou amarelada nos cantos dos olhos em excesso (a famosa remela), é provável que seja necessária uma higienização mais frequente e correta dos olhos, principalmente antes de dormir e ao acordar.

Para lavar o olho com muitas secreções, molhe uma gaze com soro fisiológico armazenado previamente em geladeira e passe no sentido do canto do olho para fora. Não se esqueça de usar uma gaze para cada olho, para evitar contaminações.

O mesmo processo deve ser realizado após uma cirurgia ocular. Alguns médicos recomendam o uso de xampu neutro depois da cirurgia de catarata, mas há profissionais que julgam não haver necessidade.

Cuidado com o soro fisiológico

O soro fisiológico pode se parecer mais com a lágrima e causar uma impressão de que não tem problema aplicá-lo nos olhos, mas ele pode ser danoso à mucosa ocular e à córnea.

Além disso, depois de aberto, o frasco de soro é facilmente contaminável, o que pode favorecer a multiplicação de micro-organismos. Um deles é a Acanthamoeba, também encontrada na água da torneira.

Trata-se de um dos protozoários mais comuns encontrados em todos os ambientes, que pode causar inflamações como a ceratite, que aflige a córnea e pode causar problemas de visão.

O soro também não deve ser usado para higienizar lentes de contato. Recomenda-se o uso de soluções específicas para esse propósito; aquelas que contêm agentes antibacterianos na fórmula.

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Colírios e suas indicações

Há quem encare colírio como todos iguais e use apenas um tipo para todos os propósitos, sejam eles limpar, lubrificar, ajudar no tratamento de infecções, vermelhidão ou ardor.

Entretanto, em casos nos quais a pessoa fica muito exposta a ambientes muito secos e precisa de lubrificação ocular, são recomendadas as chamadas lágrimas artificiais, isto é, os colírios hidratantes.

Mesmo assim, usá-los sem necessidade pode tornar os olhos viciados, causando a necessidade do uso de substâncias ainda mais fortes com o passar do tempo.

O mesmo pode acontecer com os colírios vasoconstritores, aqueles que clareiam os olhos. Se usados em frequência demasiada, podem esconder doenças mais sérias que têm como sintomas a vermelhidão ou as veias dilatadas nos olhos.

Além desses dois tipos mais comuns comercializados sem a necessidade de prescrição médica nas farmácias, há ainda os colírios que contêm analgésicos, anti-inflamatórios, antialérgicos ou antibióticos.

Essas variações devem ser usadas especificamente em cenários nos quais são indicadas por um médico oftalmologista. Seu uso indiscriminado pode causar problemas graves, como o glaucoma ou a catarata.

Agora que você já sabe como lavar os olhos corretamente, lembre-se de ter cuidado ao pôr a mão nos olhos e ao manusear lentes de contato. Outra dica legal é evitar compartilhar objetos de uso pessoal, como lenços e toalhas de rosto.

Em caso de qualquer alteração nos olhos ou na vista, não deixe de consultar um oftalmologista o mais rápido possível. Visite o seu médico especialista frequentemente na Clínica Oftalmológica no Rio de Janeiro.

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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