A lente intraocular multifocal fornece visão nítida para diferentes distâncias, reduzindo a dependência dos óculos após a cirurgia de catarata, que remove o cristalino doente. Indicadas para pacientes específicos, incluindo aqueles que têm presbiopia, os implantes proporcionam conforto visual, mas exigem avaliação cuidadosa para garantir melhores resultados e adaptação.
A lente intraocular multifocal é uma inovação no tratamento da catarata e na correção visual, oferecendo ao paciente a possibilidade de enxergar bem em várias distâncias, sem depender tanto dos óculos.
Diferenciando-se das monofocais tradicionais, que corrigem a visão somente para longe, essas lentes proporcionam uma visão mais completa e funcional no cotidiano.
Neste texto, abordaremos suas indicações, os tipos disponíveis no mercado, as vantagens que oferecem, assim como os cuidados e riscos envolvidos para garantir a melhor experiência visual possível.
O que são lentes intraoculares multifocais?
A lente intraocular multifocal é um dispositivo óptico implantado cirurgicamente nos olhos, frequentemente durante a cirurgia de catarata, para substituir o cristalino natural removido.
Diferente das monofocais, que corrigem a visão somente para uma distância (comumente para longe), as multifocais permitem visão mais nítida em múltiplas distâncias.
Esses dispositivos usam zonas concêntricas com diferentes focos ou tecnologias de difração e refração que direcionam a luz para múltiplos pontos focais. Assim, o cérebro aprende a selecionar automaticamente a imagem mais nítida, conforme a distância do objeto observado.
Para quem a lente multifocal é indicada?
Geralmente, é indicada para reduzir a necessidade de óculos, bem como restaurar a função visual, após a retirada do cristalino na cirurgia de catarata. Para entender essas e outras indicações, veja os seguintes tópicos!
1. Pacientes com presbiopia que desejam correção visual sem óculos
Os dispositivos multifocais são uma excelente opção para pessoas com presbiopia, a dificuldade de enxergar de perto, causada pelo envelhecimento natural do cristalino.
Para esses pacientes, o implante proporciona foco em várias distâncias, permitindo ler, usar o celular ou o computador, sem depender de óculos multifocais ou de leitura.
2. Pacientes que irão passar por cirurgia de catarata
Durante a cirurgia de catarata, o cristalino opaco (a lente natural do olho danificada) é removido e substituído por um implante artificial.
Neste caso, um implante multifocal se torna vantajoso, pois o paciente aproveita a cirurgia não somente para restaurar a transparência ocular, mas também para corrigir problemas refrativos, ganhando maior qualidade de vida.
3. Pessoas com estilo de vida ativo e alto nível de exigência visual
Indivíduos que praticam esportes, viajam com frequência, usam telas digitais ou simplesmente desejam mais liberdade no dia a dia podem se beneficiar muito dos implantes multifocais.
Esse paciente costuma valorizar a comodidade para diferentes atividades, e o implante para múltiplas distâncias atende bem a essa expectativa, proporcionando a visualização funcional, com menos necessidade de correção adicional.
4. Pacientes com boa saúde ocular e sem outras doenças oculares relevantes
Os implantes para múltiplas distâncias são indicados para olhos saudáveis, porque as pessoas com doenças como degeneração macular, glaucoma avançado ou alterações significativas na córnea não se adaptam bem a esse dispositivo.
Desse modo, é essencial que o paciente tenha uma córnea saudável, boa acuidade visual potencial e pupilas adequadas para o funcionamento da multifocal.
Tipos de lentes intraoculares multifocais
Atualmente podemos citar 4 principais tipos de implantes, sendo eles:
1. Multifocais refrativas
Possuem zonas concêntricas com diferentes poderes de refração distribuídos em sua superfície, e cada zona é responsável por focalizar a luz a uma determinada distância (perto, intermediária ou longe).
Elas dependem do alinhamento exato do implante com a pupila do paciente para oferecer bons resultados, o que pode torná-las mais sensíveis a pequenas alterações anatômicas.
São mais eficazes em pacientes com pupilas de tamanho previsível e boa simetria ocular.
2. Difrativas
Utilizam princípios da difração, dividindo a luz que entra no olho em múltiplos focos de forma controlada. Assim, as zonas difrativas concentram a luz de maneira mais equilibrada entre visão de perto e de longe, resultando em uma transição mais suave entre as distâncias.
Elas são as mais comuns e indicadas para pacientes que buscam uma boa visão em múltiplas distâncias, com menor dependência de óculos. No entanto, podem causar halos ou reflexos noturnos em alguns casos.
3. Trifocais
São uma evolução das multifocais tradicionais e oferecem três pontos de foco principais: perto, intermediário e longe.
Elas são especialmente úteis para pacientes que usam frequentemente computadores ou tablets, ao proporcionarem uma visão intermediária mais eficiente.
São uma escolha moderna para quem busca o máximo de independência dos óculos, com uma adaptação visual satisfatória.
4. Com foco estendido (EDOF – Extended Depth of Focus)
As lentes de foco estendido oferecem uma transição mais contínua entre as distâncias, ao invés de três focos fixos.
Elas criam uma “zona” de visão nítida, principalmente de longe até o intermediário, reduzindo os efeitos colaterais como halos ou perda de contraste.
Embora não proporcionem visão de perto tão nítida quanto as trifocais, são uma ótima alternativa para quem prioriza conforto visual com menos efeitos indesejados.
Benefícios da lente intraocular multifocal
Caso o paciente seja adequado para a implementação do dispositivo, ele pode colher muitos benefícios, sendo os principais:
- Visão para longe, perto e intermediária;
- Redução ou eliminação da necessidade de óculos;
- Maior independência visual no dia a dia;
- Melhora na qualidade de vida após a cirurgia de catarata;
- Possibilidade de realizar diversas atividades sem correção visual;
- Solução duradoura e estável;
- Recuperação visual rápida após a cirurgia;
- Opção moderna e tecnológica para correção da visão.
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Riscos e possíveis complicações
Apesar dos benefícios, os implantes apresentam alguns riscos e possíveis complicações, que devem ser considerados antes da decisão pela cirurgia.
Um dos colaterais mais comuns é a presença de halos ou reflexos ao redor das luzes, especialmente à noite, o que pode dificultar atividades como dirigir.
Além disso, algumas pessoas percebem a redução no contraste visual, com dificuldade para enxergar detalhes em ambientes com pouca luz.
Embora esses efeitos muitas vezes diminuam com o tempo, nem todos os pacientes são vitoriosos na adaptação à lente intraocular.
Outros riscos incluem complicações associadas ao próprio procedimento cirúrgico, como infecção intraocular, inflamação, aumento da pressão intraocular, deslocamento do implante ou opacificação da cápsula posterior do cristalino.
Além disso, se o paciente tiver doenças oculares preexistentes, como degeneração macular, glaucoma ou córnea irregular, os resultados visuais com dispositivos multifocais podem não ser satisfatórios.
Por isso, é fundamental uma avaliação oftalmológica completa para garantir que o paciente seja um bom candidato ao implante.
Cuidados recomendados
A recuperação após implante de lente exige que o paciente esteja atento e disposto a descansar, aplicando os seguintes cuidados:
- Usar os colírios prescritos corretamente (anti-inflamatórios e antibióticos);
- Evitar coçar ou apertar os olhos;
- Não molhar os olhos nos primeiros dias (evitar piscina, mar, sauna);
- Usar óculos de sol para proteger da luz e poeira;
- Evitar esforços físicos intensos nas primeiras semanas;
- Dormir com proteção ocular, se indicado pelo médico;
- Evitar maquiagem e cremes ao redor dos olhos nos primeiros dias;
- Manter boa higiene das mãos ao aplicar colírios;
- Comparecer a todas as consultas de acompanhamento;
- Avisar o oftalmologista sobre qualquer dor, vermelhidão ou piora na visão.
É importante alertar para uma seleção cuidadosa do paciente, tendo em vista o sucesso do implante da lente intraocular multifocal, já que fatores como expectativas visuais, estilo de vida, e ausência de doenças oculares influenciam diretamente nos resultados.
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