Retinopexia pneumática: o que é, como funciona e quando é indicada?

paciente realizando exame de vista - capa do conteúdo de retinopexia pneumática

A retinopexia pneumática é uma técnica sofisticada que corrige o descolamento de retina. Composta por uma camada sensível de células na parte interna do olho, ela capta a luz e a transforma em impulsos nervosos enviados ao cérebro, permitindo a visão.

A retinopexia pneumática é uma cirurgia eficaz e menos invasiva para o tratamento do descolamento da retina. Estudos clínicos demonstram que, quando indicada corretamente, essa técnica apresenta altas taxas de sucesso. 

Uma pesquisa publicada nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia revelou que, em casos selecionados, a cirurgia obteve uma taxa de sucesso anatômico de até 90%. 

Entenda como esse procedimento funciona, a quem é destinado e como se preparar. Continue a leitura!

O que é retinopexia pneumática?

A retinopexia pneumática é um procedimento oftalmológico utilizado no tratamento do descolamento de retina, condição em que essa membrana se solta da parte interna do olho. 

Essa técnica é menos invasiva, recomendada para casos mais restritos e com áreas afetadas bem definidas. Sua finalidade é reposicionar a retina, favorecendo sua readesão à parede ocular e prevenindo danos à visão.

Saiba mais: Mapeamento de retina: o que é?

Como é realizado o procedimento de retinopexia pneumática?

O procedimento consiste na injeção de um gás específico, como SF6 ou C3F8, no vítreo, a substância gelatinosa que preenche o interior do olho. 

Esse gás forma uma bolha que pressiona a membrana descolada contra a parede interna do globo ocular, facilitando seu reposicionamento. 

Em seguida, o médico realiza um tratamento para fechar o rasgo na estrutura ocular, utilizando crioterapia, que promove o congelamento, ou fotocoagulação a laser. A bolha permanece no olho e contribui para manter o tecido sensorial estável durante a cicatrização.

Quais são as indicações para realizar a retinopexia pneumática?

As indicações para essa intervenção são específicas, pois sua eficácia se limita a determinados tipos de descolamento. Ele costuma ser indicado quando:

  • A separação é recente, preferencialmente com poucos dias de evolução;
  • O rasgo na membrana é único ou está em uma região bem definida, de preferência na parte superior do tecido;
  • Não há tração significativa do vítreo, pois a presença de tração pode dificultar a adesão e requer outro tipo de cirurgia de retina;
  • O olho afetado não apresenta outras complicações graves, como hemorragias vítreas, proliferação vítreo-retiniana severa ou desprendimentos extensos.

Quais são os tipos de retinopexia?

A técnica possui três vertentes, sendo elas a pneumática, a escleral e a vitrectomia. A escolha dependerá da progressão da separação do tecido dos olhos, da idade do paciente e das doenças associadas. Explicamos com detalhes cada uma dessas opções a seguir!

Retinopexia pneumática

É uma técnica menos invasiva, indicada principalmente para desprendimentos simples e superiores, com um ou poucos rasgos na membrana ocular. 

Nesse método, o oftalmologista injeta uma bolha de gás no olho para pressionar o tecido de volta à sua posição. 

Em seguida, o rasgo é selado com laser ou crioterapia. É necessário que o paciente mantenha a cabeça em uma posição específica por alguns dias para que a bolha atue corretamente.

Escleral (com introflexão escleral)

Também conhecida como cerclagem escleral, ela consiste na colocação de uma faixa de silicone ao redor do globo ocular, comprimindo levemente a esclera (parte branca do olho) para reduzir a tração sobre a camada sensível do fundo. 

O procedimento é mais indicado para desprendimentos mais complexos, múltiplos rasgos ou tração vítrea significativa, sendo uma cirurgia mais invasiva, porém eficaz em muitos casos.

Por vitrectomia (vitrectomia pars plana)

A vitrectomia é indicada para casos de separação retinal graves, complexos ou com proliferação vítreo-retiniana. 

Aqui, o cirurgião remove o vítreo (gel que preenche o interior ocular) e injeta um gás ou óleo de silicone para manter a membrana no lugar. Também são aplicados laser ou crioterapia para selar os rasgos. 

É mais sofisticada e frequentemente usada quando outras não são viáveis ou não funcionam.

Quais são os riscos e benefícios do procedimento?

Por ser menos invasiva do que outras cirurgias, ela costuma ser realizada em ambiente ambulatorial, com recuperação mais rápida e menor desconforto para o paciente. 

Além disso, quando bem indicada, apresenta taxas de sucesso elevadas, preservando a visão e com menor risco de complicações relacionadas a cirurgias mais complexas.

No entanto, ela também envolve riscos, como o fracasso na adesão da retina, especialmente se houver múltiplos rasgos ou tração vítrea significativa. 

Outros possíveis efeitos adversos incluem aumento da pressão intraocular, inflamações, hemorragia ou desenvolvimento de catarata com o tempo. 

Assim, a necessidade de manter a cabeça em uma posição exata por vários dias pode ser desafiadora para algumas pessoas, afetando o resultado.

Quanto custa uma retinopexia?

O custo pode variar conforme a técnica adotada, a complexidade do procedimento e a localização, sendo que, em média, o valor fica entre R$ 4.000 e R$ 15.000 em clínicas particulares.

Esse preço inclui honorários médicos, uso de materiais (como o gás intraocular), exames pré-operatórios e acompanhamento pós-cirúrgico.

Quanto tempo dura a cirurgia de retinopexia?

A cirurgia costuma ser rápida, com duração média de 15 a 30 minutos. No entanto, esse tempo muda conforme a complexidade do caso e a necessidade de aplicar laser ou crioterapia durante o procedimento.

Existem alternativas à retinopexia pneumática?

Há opções alternativas ao método, como a introflexão escleral, que utiliza uma faixa de silicone ao redor do olho para reduzir a tração na retina. Outra opção é a vitrectomia, indicada para descolamentos mais complicados, onde o gel vítreo é removido e substituído por gás ou óleo de silicone. 

Em casos iniciais, com apenas rasgos na retina, o uso isolado de laser ou crioterapia previne o avanço do deslocamento. A escolha do tratamento é determinada pelo tipo e pela gravidade do desprendimento, além das condições clínicas do paciente.

Como se preparar para o procedimento?

Aqui está um passo a passo simples com a preparação para a cirurgia oftalmológica:

  1. Faça consultas prévias para exames, como mapeamento membranar e ultrassom ocular, para confirmar a necessidade da operação.
  2. Informe o médico sobre medicações, especialmente anticoagulantes, e condições como diabete ou hipertensão;
  3. Alguns especialistas recomendam jejum de 6 a 8 horas, dependendo do protocolo da clínica;
  4. Organize o transporte de ida e volta, pois você não poderá dirigir após o procedimento;
  5. Use roupas confortáveis e evite maquiagem, cremes ou produtos ao redor dos olhos;
  6. Siga as instruções específicas da equipe médica, como uso de colírios ou suspender certas medicações.

Qual é a eficácia da retinopexia pneumática no tratamento do descolamento de retina?

A técnica pneumática apresenta uma alta taxa de sucesso, variando entre 70% e 90%, sendo eficaz principalmente em casos simples e localizados, quando a separação é recente. 

No entanto, sua eficácia diminui em deslocamentos maiores ou em casos com múltiplos rasgos, situações nas quais outras abordagens, como vitrectomia ou cerclagem escleral, podem ser mais indicadas. 

O resultado também depende de cuidados no pós-operatório, como a posição da cabeça, para garantir o funcionamento adequado da bolha de gás.

Se você está com dificuldades visuais ou foi diagnosticado com descolamento de retina, a Clínica de Oftalmologia Integrada (COI) está preparada para ajudar. 

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Foto de Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.

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