Anel de Ferrara vs. crosslinking: soluções eficazes para ceratocone avançado
O ceratocone é uma condição que altera a forma da córnea, deixando-a mais fina e em formato de cone. Quando a doença avança, apenas óculos ou lentes de contato já não são suficientes para corrigir a visão, tornando necessário recorrer a cirurgias específicas.
Entre os tratamentos disponíveis, dois se destacam: o anel de Ferrara, que ajuda a remodelar a córnea e melhorar a acuidade visual, e o crosslinking de córnea, que fortalece o tecido corneano e impede a progressão da doença.
Neste artigo, você vai entender as diferenças entre anel de Ferrara vs crosslinking, os benefícios e limitações de cada abordagem, e por que a avaliação individualizada com um especialista é essencial para definir o tratamento ideal para o ceratocone.
O que é o ceratocone e por que precisa de tratamento especializado
O ceratocone é uma condição ocular progressiva que afina e deforma a córnea, fazendo com que ela fique em formato de cone. Essa alteração provoca distorções na visão e aumento irregular do astigmatismo. A doença geralmente surge na adolescência e pode avançar até a vida adulta, exigindo acompanhamento contínuo para evitar perda visual significativa.
Impacto na visão e qualidade de vida
Além de visão borrada ou duplicada, pacientes podem sentir maior sensibilidade à luz, dificuldade para dirigir à noite e troca frequente de óculos. Em estágios avançados, o ceratocone prejudica atividades simples do dia a dia, comprometendo o desempenho escolar, profissional e social. O tratamento do ceratocone é fundamental para estabilizar a córnea e preservar a qualidade de vida.
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O que é o anel de Ferrara
O anel de Ferrara, também chamado de anel intraestromal ou implante intraestromal, é um dispositivo transparente em formato semicircular implantado dentro da córnea. Ele atua como um suporte estrutural que ajuda a regularizar a curvatura corneana, reduzindo a irregularidade causada pelo ceratocone avançado.
Objetivos: remodelar a córnea e melhorar a visão
O principal propósito do anel é remodelar a córnea para que a luz entre de forma mais uniforme no olho. Dessa maneira, o paciente tende a ter uma melhora da acuidade visual e, em alguns casos, consegue maior conforto no uso de lentes de contato.
É uma cirurgia para ceratocone segura, minimamente invasiva e que pode ser combinada a outras técnicas, como o crosslinking de córnea, para resultados ainda melhores.
O que é o crosslinking
O crosslinking é uma técnica cirúrgica que utiliza colírio de riboflavina (vitamina B2) e luz ultravioleta controlada para tratar o ceratocone. O procedimento é realizado com anestesia local e, ao final, o paciente recebe uma lente terapêutica para proteger o olho durante os primeiros dias de cicatrização.
Como fortalece as fibras de colágeno da córnea
A interação da riboflavina com a luz UV-A promove a formação de novas ligações entre as fibras de colágeno, aumentando a rigidez corneana. Essa maior resistência impede que a córnea continue se deformando e mantém a estrutura mais estável ao longo do tempo.
Papel no controle da progressão do ceratocone
Diferente do anel de Ferrara, que melhora a visão ao remodelar a córnea, o crosslinking tem como foco frear a evolução da doença. Ele é considerado o tratamento de escolha para impedir que o ceratocone avance e leve à necessidade de um transplante de córnea.
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Em muitos casos, pode ser realizado em conjunto com o implante do anel, unindo estabilização e melhora visual.

Diferenças entre anel de Ferrara e crosslinking
Função principal de cada técnica
O anel de Ferrara tem como objetivo remodelar a córnea, reduzindo sua curvatura irregular e melhorando a visão. Já o crosslinking de córnea atua fortalecendo as fibras de colágeno, estabilizando a doença e evitando sua progressão. Em resumo: o anel melhora a qualidade visual, enquanto o crosslinking protege contra a evolução do ceratocone.
Casos em que um é mais indicado que o outro
A escolha depende da avaliação clínica. O anel intraestromal é mais indicado quando a prioridade é melhorar a visão em córneas já bastante irregulares. O crosslinking, por outro lado, é o tratamento de referência quando há sinais de progressão ativa da doença, especialmente em pacientes jovens.
Possibilidade de associação dos dois tratamentos
Muitos casos se beneficiam da combinação das técnicas. O implante do anel pode melhorar a visão e, em seguida, o crosslinking estabiliza a córnea, reduzindo o risco de evolução. Em algumas situações, os dois procedimentos podem ser realizados no mesmo ato cirúrgico, otimizando recuperação e resultados.
Quando optar pelo anel de Ferrara
Casos de irregularidade corneana acentuada
Pacientes com córnea muito irregular, que não conseguem boa adaptação a óculos ou lentes de contato, podem se beneficiar do anel. A regularização promovida pelo implante ajuda a reduzir o astigmatismo irregular e melhora o foco da visão.
Indicação em ceratocone avançado
O anel de Ferrara é frequentemente considerado em casos de ceratocone avançado, quando a córnea ainda tem espessura suficiente para receber o implante, mas a visão já está bastante comprometida. Ele pode adiar, ou até evitar, a necessidade de transplante de córnea.
Quando optar pelo crosslinking
Casos em progressão
O crosslinking é indicado principalmente quando o ceratocone está em evolução, ou seja, quando exames demonstram aumento do afinamento e da curvatura da córnea ao longo do tempo. Seu papel é interromper esse processo e estabilizar a doença.
Indicação em pacientes mais jovens
A progressão costuma ser mais rápida em adolescentes e adultos jovens. Nesses casos, o crosslinking de córnea é a melhor forma de prevenir o avanço da doença e evitar complicações futuras, como cicatrizes corneanas ou transplante.
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Benefícios e limitações de cada tratamento
Tanto o anel de Ferrara quanto o crosslinking de córnea oferecem vantagens importantes no manejo do ceratocone, mas cada um tem limitações próprias. Conhecer os resultados esperados, possíveis riscos e o impacto a longo prazo ajuda a entender melhor qual técnica pode ser mais adequada em cada caso.
Resultados esperados
O anel de Ferrara costuma trazer melhora na acuidade visual, redução do astigmatismo irregular e maior conforto no uso de lentes de contato. Já o crosslinking de córnea tem como principal resultado a estabilização do ceratocone, evitando que a doença avance.
Em alguns casos, o crosslinking também pode proporcionar pequena melhora da visão, mas esse não é seu objetivo principal.
Riscos e efeitos colaterais
Ambos os procedimentos são considerados seguros, mas podem apresentar efeitos indesejados. No caso do anel, há risco de deslocamento ou necessidade de retirada se não houver boa adaptação. Já no crosslinking, pode ocorrer dor ou embaçamento temporário durante a cicatrização.
Complicações mais graves são raras quando os procedimentos são bem indicados e realizados por especialistas.
Impacto a longo prazo
O anel pode adiar ou até evitar a necessidade de transplante de córnea em pacientes com ceratocone avançado, mas seu efeito está ligado à melhora da forma da córnea — não impede a progressão da doença.
O crosslinking, por sua vez, atua na causa estrutural do problema: fortalece a córnea e reduz as chances de evolução do ceratocone, especialmente em pacientes mais jovens. A estabilidade obtida com o crosslinking pode durar muitos anos, desde que haja acompanhamento regular.

Associação entre anel de Ferrara e crosslinking
A combinação entre anel de Ferrara e crosslinking de córnea tem sido estudada como uma forma de unir os benefícios de cada técnica.
Estudos e resultados positivos da combinação
Um artigo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia relatou a experiência de pacientes submetidos ao crosslinking após implante do anel intraestromal.
O estudo mostrou que “a topografia revelou queda acentuada da curvatura e o anel permaneceu em boa posição durante um ano de acompanhamento em 100% dos olhos”, sem alterações significativas na acuidade visual ou na microscopia especular.
A conclusão dos autores foi que o crosslinking pode ajudar a manter o ceratocone estável não apenas em casos de progressão, mas também após o implante do anel, reforçando o potencial da associação.
Vantagens de unir remodelação e estabilização da córnea
Quando utilizados em conjunto, os tratamentos oferecem resultados complementares. O anel de Ferrara remodela a córnea, reduz a irregularidade e melhora a visão, enquanto o crosslinking fortalece o tecido e impede a evolução da doença.
Dessa forma, o paciente pode ter melhora visual imediata com o anel e, ao mesmo tempo, segurança de que a progressão do ceratocone será controlada pelo crosslinking. Em muitos casos, essa abordagem combinada evita a necessidade de transplante de córnea no futuro.
Na Clínica de Oftalmologia Integrada, em Campo Grande – RJ, oferecemos avaliação completa e tratamentos personalizados para o ceratocone.
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Perguntas Frequentes
1. O que é melhor para ceratocone: anel de Ferrara ou crosslinking?
Não existe um único tratamento que seja “melhor” em todos os casos. O anel de Ferrara e o crosslinking têm finalidades diferentes. O crosslinking fortalece a córnea e ajuda a interromper a progressão do ceratocone, enquanto o anel de Ferrara é usado para regularizar a curvatura da córnea e melhorar a visão. Muitas vezes, os dois procedimentos são complementares.
2. Quando o anel de Ferrara é indicado?
O anel de Ferrara costuma ser indicado em pacientes com ceratocone moderado, quando ainda não há cicatrizes corneanas e o uso de óculos ou lentes de contato não oferece boa qualidade visual. Ele ajuda a reduzir a irregularidade da córnea e melhora a visão funcional.
3. O crosslinking pode ser feito junto com o anel de Ferrara?
Sim. O crosslinking pode ser realizado antes ou depois da implantação do anel de Ferrara, dependendo da avaliação do oftalmologista. A combinação dos dois procedimentos pode oferecer maior estabilidade e melhor resultado visual em alguns pacientes.
4. Quais os riscos do crosslinking?
Os principais riscos incluem dor e desconforto nos primeiros dias, infecção, cicatrização irregular e, em casos raros, perda de transparência da córnea. Apesar disso, o procedimento é considerado seguro quando realizado por profissionais especializados e pode trazer grande benefício no controle da progressão do ceratocone.