Como tratar e o que causa catarata traumática?

Uma oftalmologista faz exame de catarata em uma paciente.

A catarata traumática é uma doença que resulta de um trauma ou lesão ocular. Entenda quais as causas, como prevenir e como tratar esse problema.

Pancadas, quedas e acidentes de trânsito são algumas das causas que podem provocar o desenvolvimento da chamada catarata traumática. Como o nome sugere, essa doença é resultado de um trauma ou lesão ocular

Normalmente, essa lesão surge por conta de acidentes e eventos imprevisíveis. Por isso, ao contrário da catarata senil, pessoas de todas as idades podem desenvolver essa doença.

Caso não seja diagnosticada de forma precoce e tratada corretamente, esse tipo de catarata pode progredir e, casos extremos, provocar a perda de visão.

Para evitar essas e outras complicações, é fundamental conhecer as particularidades desse problema ocular e, se necessário, buscar ajuda médica.

Pensando nisso, neste artigo, explicaremos o que é catarata traumática, quais suas causas e sintomas, e como prevenir e tratar essa doença.

O que é catarata traumática?

A catarata traumática é uma doença ocular que se desenvolve após o olho sofrer alguma lesão ou trauma. O impacto causado por esses eventos pode causar a inflamação e o espessamento das fibras do cristalino, que é a lente natural do olho. 

Como resultado, o cristalino perde a sua transparência, ou seja, se torna opaco. Por conta disso, o paciente que desenvolve essa condição passa a ter dificuldade para enxergar. Em casos extremos ou quando não tratada corretamente, esse tipo de catarata pode levar à perda da visão.

Vale lembrar que essa doença pode ser detectada em pessoas de todas as idades e que geralmente se desenvolve apenas no olho atingido pelo trauma. Outra particularidade da catarata por trauma é que ela pode se manifestar meses ou anos após o evento traumático. 

Por esse motivo, pacientes que sofrem impactos ou lesões nos olhos precisam fazer acampamento oftalmológico mesmo quando, a princípio, ele não tenha sofrido nenhuma lesão ocular. Esse acompanhamento médico é fundamental para o diagnóstico precoce e o sucesso do tratamento do paciente.

O que causa catarata traumática?

A catarata traumática pode ser causada por traumas e lesões que atingem os olhos. Geralmente, esses traumas ou lesões ocorrem nas seguintes situações:

  • Acidentes de trabalho, de trânsito ou domésticos;
  • Agressões físicas;
  • Quedas, pancadas no olho ou contato com objetos pontiagudos;
  • Choque elétrico forte;
  • Exposição a produtos químicos irritantes;
  • Exposição à radiação infravermelho ou radiação ionizante, como raios-X ou radioterapia;
  • Queimaduras nos olhos causadas pela exposição a grande variação térmica, líquidos quentes, vapores, entre outros agentes térmicos.

Quais os sintomas de catarata após trauma nos olhos?

Os sintomas da catarata traumática variam de acordo com a extensão do trauma e com a gravidade do dano ao cristalino. Em geral, quem recebe o diagnóstico dessa doença desenvolve os seguintes sintomas:

  • Visão turva ou embaçada;
  • Dificuldade de enxergar a distância;
  • Visão dupla ou fantasma, prejudicando a percepção de espaço e distância de objetos;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia), incluindo a luz solar e a iluminação de telas de celular e computador, por exemplo;
  • Dificuldade para enxergar bem à noite;
  • Ver cores desbotadas ou amareladas;
  • Diminuição na acuidade visual, ou seja, redução da capacidade de enxergar detalhes finos;
  • Piora de problemas de refração, como miopia e astigmatismo;
  • Dificuldade para realizar atividades diárias, como ler, dirigir, cozinhar e reconhecer rostos.

Como prevenir a catarata traumática?

Eventos traumáticos capazes de provocar uma lesão ocular são imprevisíveis. Apesar disso, alguns cuidados podem ajudar na prevenção de catarata pós-trauma.

Um deles é evitar situações que colocam em risco a sua integridade física. Por exemplo, utilizar objetos pontiagudos de forma descuidada, se expor a produtos químicos irritantes, entre outras situações.

Além disso, é fundamental dirigir de forma responsável, seguir as leis de trânsito, adotar uma direção defensiva e sempre utilizar cinto de segurança. Dessa forma, é possível evitar acidentes e, caso eles ocorram, proteger seu corpo e evitar lesões, inclusive traumas oculares.

Por fim, é fundamental usar equipamentos de proteção individual (EPIs) apropriados para atividades que envolvem risco de quedas, pancadas e lesões. 

Caso seja necessário manusear produtos químicos, trabalhar em locais que envolvam radiação ou exposição a altas variações térmicas, por exemplo, é fundamental utilizar óculos de proteção adequados. 

Vale lembrar que nem todas as lesões oculares podem ser prevenidas, mas adotar medidas de precaução e estar ciente dos riscos potenciais pode ajudar a reduzir as chances de desenvolver catarata traumática.

Qual a diferença entre a catarata traumática e a catarata senil?

A catarata senil e traumática são dois tipos diferentes de catarata. Por isso, elas têm causas e características distintas.

A catarata senil ocorre por conta do processo natural do envelhecimento do cristalino, que pode sofrer alterações estruturais ao longo do tempo. 

Também conhecida como catarata do idoso, normalmente ela atinge os dois olhos e é diagnosticada em pacientes acima de 65 anos.

Já a catarata traumática pode ocorrer em pacientes de qualquer idade. Afinal, conforme explicado, ela é consequência de traumas e lesões que atingem os olhos.

Vale lembrar que ambos os casos podem levar à perda de visão se não forem tratados adequadamente. Por isso, em caso de suspeita de qualquer uma dessas doenças, é fundamental consultar um oftalmologista. 

Como é feito o diagnóstico de catarata traumática?

O diagnóstico desse tipo de catarata exige que o médico oftalmologista faça uma avaliação detalhada do paciente. Dessa forma, ele conseguirá identificar as alterações oculares típicas da doença e planejar o tratamento correto dessa condição. 

Para fazer essa avaliação, geralmente o médico faz uma análise minuciosa do histórico das condições de trauma para entender a localização e extensão das lesões. 

O médico também deve solicitar a realização de exames como ectoscopia, teste da motilidade extrínseca, mapeamento de retina, tonometria, gonioscopia, eletrorretinograma, entre outros. 

Esses exames são solicitados de acordo com as características da catarata e da lesão do paciente. Por isso, eles podem variar de pessoa para pessoa.

Em outras palavras, o diagnóstico desse tipo de catarata é complexo e só pode ser feito por um médico oftalmologista, profissional capacitado para avaliar as condições do paciente e os resultados dos exames.

Como é o tratamento da cirurgia traumática?

O tratamento dessa doença consiste na realização de uma cirurgia de catarata após trauma, procedimento semelhante ao adotado no caso da catarata senil. 

Durante a cirurgia, o cristalino opaco é removido e substituído por um implante de lente intraocular. Além disso, dependendo da extensão da lesão ocular, a cirurgia também pode envolver a reconstrução de outras estruturas além do cristalino. 

Em geral, o procedimento é realizado rapidamente, em cerca de 20 minutos. Além disso, o processo de recuperação da visão é relativamente rápido. 

Normalmente, em 24 horas o paciente já começa a sentir uma melhora significativa da visão. Lembrando que esse tempo varia de acordo com a complexidade do caso do paciente.

Mesmo quando esse processo de recuperação é rápido, o paciente deve continuar sob acompanhamento médico. 

Isso porque a avaliação pós-operatória permite que o oftalmologista identifique eventuais complicações resultantes do trauma, como glaucoma, descolamento de retina, entre outros problemas. 

Assim, é possível iniciar o tratamento adequado e, se for necessário, realizar novas cirurgias visando a reabilitação visual do paciente.

Cuidados pós-cirúrgicos

Os cuidados pós-operatórios da cirurgia de catarata por trauma também são parecidos com os da catarata senil. 

Ou seja, o paciente deve utilizar óculos escuros durante o dia, evitar dirigir e evitar atividades pesadas, bem como não esfregar ou utilizar cremes e maquiagens nos olhos.

Além disso, é fundamental ter um tempo de repouso absoluto após a cirurgia, evitar locais com poeira e aplicar os colírios indicados pelo oftalmologista.

Vale lembrar que a catarata pós-trauma pode provocar o desenvolvimento de respostas inflamatórias mais intensas após a cirurgia. Nesses casos, o médico pode prescrever o uso de anti-inflamatório não-hormonal e esteroides para o paciente. 

Qual a importância do diagnóstico precoce e tratamento eficaz da catarata traumática?

A recuperação do paciente diagnosticado com catarata traumática depende do diagnóstico precoce da doença e do tratamento eficaz desse problema. 

Caso não seja tratada adequadamente, os sintomas associados à catarata pós-trauma podem prejudicar a qualidade de vida e até a segurança dos seus portadores. 

Além disso, se o paciente não recebe o diagnóstico e o tratamento precoce da doença, seu quadro clínico pode progredir para um caso mais grave. Como resultado, a pessoa pode desenvolver outros problemas oculares e até perder a visão de forma permanente.

Somente o diagnóstico precoce e o tratamento correto podem interromper a progressão da doença, assegurar a reabilitação visual do paciente e, por consequência, restaurar sua autoestima e qualidade de vida.

Por isso, em caso de trauma ocular ou suspeita de catarata, é fundamental procurar atendimento médico oftalmológico o mais rápido possível para uma avaliação completa da saúde ocular.

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Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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