O que é foróptero e para que serve

Foróptero

O foróptero é um equipamento utilizado por oftalmologistas e muito importante para verificar como está a saúde ocular dos pacientes.

Ao realizar uma consulta com oftalmologista, é comum que os pacientes tenham que ser avaliados com o auxílio de um foróptero, mas a maioria deles não sabe do que se trata esse equipamento.

Se, durante a consulta, seu médico oftalmologista descobrir um problema de visão como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, é muito provável que uma das próximas etapas que você tenha que seguir envolva um foróptero.

Esse equipamento é composto por diferentes lentes, que são alteradas na frente dos olhos do paciente. Assim, é possível identificar qual é o grau de erro refrativo que ele possui.

A ferramenta é essencial para determinar rapidamente qual é a correção exata necessária da visão para cada um dos olhos. Quer saber mais sobre o que é essa máquina e para que ela serve? Continue a leitura e descubra!

O que é?

Antes de entender o que é um foróptero, é importante compreender que os casos de doenças refrativas estão em crescimento, especialmente quando se trata de miopia.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, com base em dados da Coordenação de Epidemiologia e Informação, houve um aumento de 134% de casos de miopia nos últimos dois anos entre crianças e adolescentes com até 19 anos.

Esse dado só comprova como é importante que pessoas de todas as idades cuidem da saúde de seus olhos. Ao se consultar com um oftalmologista, o profissional pode utilizar um foróptero – também conhecido como refrator oftalmológico –, que é um equipamento essencial na área da oftalmologia.

Ele foi inventado em 1900, com o objetivo de medir erros de refração além das características da visão binocular (como os olhos funcionam juntos). Com o passar dos anos, a ferramenta passou por melhorias até se tornar o que é hoje.

O refrator oftalmológico é um instrumento composto por cilindros, lentes e prismas que são utilizados para medir erros de refração nos olhos. Assim, o médico pode fazer um diagnóstico preciso e prescrever o tratamento ideal para o paciente.

Para que serve?

O foróptero serve tanto para fazer o diagnóstico quanto para acompanhar como está o desenvolvimento de erros de refração. Ele pode ser utilizado para medir a posição de repouso natural dos olhos, a capacidade focal de curta distância e movimentos oculares.

Quando um paciente é examinado no equipamento, ocorre um processo de troca de lentes na frente de seus olhos. Isso é menos complicado do que parece, dada a natureza imponente do dispositivo.

Um refrator oftalmológico é utilizado para determinar manualmente o grau de refração nos olhos e determinar qual lente deve ser utilizada para minimizar o problema.

Entretanto, essa máquina é subjetiva, já que o oftalmologista também precisa contar com a percepção visual do paciente. Para fazer isso, o médico faz algumas perguntas enquanto utiliza o equipamento – e faz a troca das lentes –, como: Sua visão está melhor ou pior com esta outra lente? E com esta lente, está melhor? E agora?

Todas essas perguntas são feitas para que o oftalmologista possa saber com qual lente o paciente está enxergando melhor.

Vale destacar que existem outros tipos de procedimentos e tecnologias que podem medir a refração dentro do olho. Portanto, somente um especialista saberá qual é a melhor opção de acordo com cada caso.

Partes do foróptero

Agora que você já sabe o que é um foróptero, está na hora de compreender a parte mais técnica sobre ele. Afinal, ele é composto por quais partes?

A primeira coisa importante a saber é que existem diferentes modelos de refrator oftalmologista no mercado. Porém, eles costumam ter os mesmos botões para fazer ajustar:

  • As lentes esféricas e as lentes planas cilíndricas;
  • A lente auxiliar e o controle de abertura: nesse caso, é possível escolher entre diversas opções, como a abertura do visor da máquina. Além disso, também conta com uma lente retinoscopia e filtro verde e vermelho, por exemplo. 
  • O foróptero ao paciente: esse ajuste é importante para que a máquina se adapte ao paciente. Os botões podem controlar a distância interpupilar, a distância de vértice e assim por diante.

Além dos ajustes, o refrator oftalmológico também é composto por diferentes partes. Algumas delas são:

  • Escala de distância interpupilar;
  • Alavanca de convergência;
  • Botão para nivelar o equipamento;
  • Botão para fazer o ajuste de distância interpupilar;
  • Prisma giratório;
  • Botão para controle de potência do cilindro;
  • Cilindro cruzado;
  • Ajuste da lente auxiliar;
  • Ajuste de leitura de potência cilíndrica;
  • Botão para ajuste do suporte frontal;
  • E muito mais! 

Quando é necessário usar?

Com o uso do foróptero, o médico pode passar uma receita para a compra de um óculos de grau ou lente de contato para ajudar o paciente a ter uma melhor visão. Vale destacar que cada olho do paciente pode ter um grau diferente de erro de refração, e isso é identificado com a ajuda desta ferramenta.

Portanto, o paciente também precisará utilizar um óculos ou lentes de contato com diferentes graus para cada olho.

Dito isso, o oftalmologista precisa utilizar essa máquina quando ele quiser identificar qual é o grau de refração nos olhos do paciente. Com isso, pode recomendar um tratamento adequado.

É hora de uma nova receita?

Outra questão importante que envolve o uso do foróptero é a troca de receita. É normal que os olhos mudem com o tempo. Só porque você tem um par de óculos, não significa que você está usando a receita certa.

Logo, é muito importante que você visite seu oftalmologista regularmente para verificar sua visão e determinar se algum outro tratamento é necessário.

Além de atualizar sua receita, o oftalmologista também tem a oportunidade de identificar sinais precoces de doenças oculares graves.

Se um diagnóstico for feito, os tratamentos podem ser usados ​​para proteger sua visão e minimizar os efeitos a longo prazo da condição. Algumas doenças oculares são irreversíveis, enquanto que outras podem ser tratadas, inclusive com cirurgia refrativa.

Portanto, a detecção precoce é fundamental para interromper o progresso da condição antes que seja tarde demais.

Quando devo procurar atendimento médico imediatamente?

De vez em quando, infecções oculares levam a complicações, incluindo cegueira. Se você acha que tem uma infecção nos olhos, procure um oftalmologista imediatamente.

Além disso, sempre procure atendimento médico de emergência após uma lesão ocular (trauma ocular). Os departamentos de emergência do hospital trabalham com cuidados médicos de primeira linha em situações de emergência e podem consultar médicos para condições que podem prejudicar a visão.

Então, se você espirrou um spray de limpeza ou algo bateu com força no seu olho, seu oftalmologista pode ajudar a tratar danos potencialmente graves. 

Outra questão importante é que, embora nem sempre seja um sinal de doença grave, existem algumas mudanças que você nunca deve ignorar. Consulte um oftalmologista imediatamente se notar algum destes sintomas:

1. Mudança na visão ou embaçamento repentino

Isso pode ser um sinal de que você precisa de tratamento para uma condição como catarata, por exemplo.

2. Visão dupla

Embora algumas pessoas acreditem que visão dupla é um sinal inofensivo, às vezes, ele é um alerta para problemas cerebrais sistêmicos ou lesões nervosas.

3. Perda súbita de visão

A perda súbita de visão é um problema que deve ser verificado imediatamente. Mesmo que sua visão escureça por pouquíssimo tempo, pode ser necessário ir ao pronto-socorro ou marcar uma consulta urgente com seu oftalmologista. Isso pode indicar uma condição ocular que pode causar cegueira.

Além dos sinais citados acima, caso perceba qualquer outra alteração na sua visão é importante marcar uma consulta com um especialista.

Porém, mesmo que não perceba nenhuma mudança nos olhos, também é importante se consultar com um oftalmologista pelo menos uma vez por ano para verificar como está a saúde dos seus olhos.

Gostou do conteúdo e quer continuar aprendendo sobre saúde ocular? Também confira: Tipos de miopia: quais são e como são identificados.

Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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