Esclerite: o que é, sintomas e tratamento

A imagem mostra o rosto de uma mulher com o olho avermelhado, demonstrando que está com esclerite.

Capaz de deixar o olho vermelho e muito inchado, a esclerite é uma inflamação ocular que, se não tratada, causa danos permanentes à visão. Esses danos incluem o descolamento da retina, glaucoma, úlceras corneanas e até mesmo perda de visão irreversível. 

Infelizmente, doenças oculares inflamatórias, como a esclerite, provocam dor intensa e sensibilidade ao movimento ocular. A partir daí, a pessoa acometida tem a visão comprometida, e os olhos tornam-se fracos e vulneráveis. 

Ao observar quaisquer sintomas, como inchaço, vermelhidão, visão turva ou lacrimejamento, é fundamental procurar ajuda oftalmológica, pois ela oferecerá cuidados preventivos e tratamentos adequados para evitar complicações mais sérias. 

Para te ajudar, esclarecemos as principais dúvidas a respeito da esclerite, explicando como ela ocorre, principais sintomas e tratamentos. Confira!

O que é esclerite?

A esclerite é uma inflamação da esclera, a camada responsável por cobrir a parte branca do olho. De todas as inflamações dessa região, a esclerite é a mais grave, porque progride com o tempo e pode levar à cegueira.  

Ela acomete diferentes regiões da esclera, sendo classificada como esclerite anterior — 90% dos casos — ou posterior — muito raro. Além disso, também pode ser classificada como difusa (acometendo toda a esclera) ou localizada (quando acomete apenas uma região específica dessa estrutura).

A esclerite posterior é de difícil diagnóstico, comprometendo o tratamento no período adequado e causa consequências graves na visão. Ambas as formas da doença atingem pessoas de todas as idades, sendo mais frequentes em pacientes do sexo feminino.

Leia também: Sintomas da Cegueira, quais os principais e o que deve ser feito

Quais as principais causas da doença?

As causas da esclerite são variadas e incluem fatores infecciosos, autoimunes e traumáticos. Entre os fatores infecciosos, temos infecções bacterianas causadas por Staphylococcus, Streptococcus e Pseudomonas; infecções virais por vírus como o herpes zoster e o herpes simples; infecções fúngicas raras, mas possíveis, como as por Aspergillus e Candida; e infecções parasitárias, como a toxoplasmose.

No âmbito autoimune, algumas das causas mais comuns incluem a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso sistêmico, a granulomatose com poliangiite (anteriormente conhecida como granulomatose de Wegener), a policondrite recidivante e a doença de Behçet.

Os fatores traumáticos que levam à esclerite compreendem o trauma físico direto, como contusões, lacerações ou cirurgias oculares, a presença de corpos estranhos no olho, e a exposição a produtos químicos irritantes que causam danos e inflamação na esclera.

9 sintomas característicos da esclerite

Os sintomas desse tipo de inflamação mudam de intensidade, a depender do seu avanço e do organismo de cada pessoa. Dito isso, é comum a esclerite causar:

  1. Dor ocular intensa: a dor é um dos sintomas mais comuns e pode ser intensa, profunda e persistente. Muitas vezes, ela piora com o movimento ocular.
  2. Vermelhidão persistente nos olhos: a esclera fica visivelmente vermelha ou roxa, devido à inflamação dos vasos sanguíneos.
  3. Sensibilidade à luz (fotofobia): a exposição à luz causa desconforto ou dor.
  4. Visão turva: a inflamação pode afetar a visão, resultando em visão turva.
  5. Lacrimejamento: a produção excessiva de lágrimas é comum.
  6. Inchaço: pode haver inchaço da esclera e das estruturas ao redor do olho.
  7. Dor à palpação: o olho fica dolorido ao toque.
  8. Cefaleia: algumas pessoas podem experimentar dores de cabeça associadas.
  9. Diminuição da visão: em casos graves, a inflamação pode levar a uma redução permanente da visão.

Como saber se estou com esclerite?

Para saber se você está com esclerite e não com uma conjuntivite ou uveíte, é importante observar os sintomas característicos, como dor intensa e profunda, olho vermelho, sensibilidade à luz, visão turva, lacrimejamento, inchaço, dor ao toque e possíveis dores de cabeça. 

Caso perceba esses sinais ou quaisquer outras pistas alarmantes, consulte um oftalmologista, pois somente um especialista pode realizar uma avaliação completa e determinar se você tem ou não essa doença.

Como é feito o diagnóstico da esclerite?

Durante a consulta, o oftalmologista perguntará sobre o histórico médico do paciente, incluindo condições autoimunes, infecções recentes, traumas oculares ou cirurgias anteriores. 

O exame físico detalhado dos olhos inclui o uso de uma lâmpada de fenda, um microscópio especial que permite ao médico examinar a estrutura do olho em detalhes. Testes adicionais, como o teste de fluoresceína, são usados para identificar áreas de inflamação ou danos na superfície do olho. A pressão ocular também pode ser medida para descartar outras condições.

Em certos casos, são feitos exames complementares, como:

  • Exames de sangue, para verificar a presença de doenças autoimunes ou infecções;
  • Ultrassonografia ocular, para avaliar a gravidade da inflamação e identificar quaisquer complicações;
  • Imagem por ressonância magnética (IRM) ou tomografia computadorizada (TC) para confirmar o diagnóstico ou identificar a causa subjacente da esclerite.

Tratamento da esclerite

Quando diagnosticados corretamente, boa parte dos casos de esclerite possuem chances de cura. Para situações mais graves e que, portanto, não respondem bem ao tratamento convencional, o cuidado é investido na doença reumatológica de base e nas complicações oculares que a esclerite pode trazer ao paciente.

Algumas das principais opções de tratamento para esclerite são:

Uso de medicamentos Anti-inflamatórios

Corticosteroides são usados com frequência para reduzir a inflamação na esclerite. Eles podem ser administrados por via oral, injetável (subconjuntival) ou tópica (colírios). Além disso, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) também são considerados uma opção viável no tratamento, prescritos para controlar a dor e a inflamação.

Terapias imunossupressoras — em casos severos

Agentes imunossupressores, como azatioprina, metotrexato ou ciclosporina, são prescritos em casos de esclerite grave ou recorrente, especialmente quando os corticosteroides não são suficientes ou têm efeitos colaterais significativos.

Cirurgia

Os procedimentos cirúrgicos estão reservados para casos de esclerite severa, que não respondem ao tratamento médico conservador. Nela, ocorre a remoção do tecido inflamado e a reparação do descolamento da retina, nos casos de esclerite posterior.

O tempo de tratamento da esclerite varia significativamente, dependendo da gravidade da condição, da resposta ao tratamento e das causas subjacentes. Em geral, costuma durar várias semanas ou meses.

Qual a diferença entre esclerite e episclerite?

Esclerite e episclerite são duas doenças oculares inflamatórias que afetam a parte branca do olho, mas apresentam diferenças em termos de localização, gravidade e tratamento. Nesse sentido, a episclerite envolve uma inflamação superficial da episclera, causando vermelhidão localizada, leve irritação ocular e sensibilidade à luz. 

Por outro lado, a esclerite é uma inflamação mais profunda da esclera, podendo afetar camadas mais internas do olho e causar dor intensa, visão embaçada e inflamação ocular pronunciada. 

Enquanto a episclerite melhora com tratamentos tópicos simples, como colírios anti-inflamatórios, a esclerite requer uma abordagem mais agressiva com corticosteroides sistêmicos e, em casos severos, terapias imunossupressoras para controlar a inflamação.

Importância da prevenção

É crucial prevenir a esclerite, já que essa condição inflamatória, se não tratada adequadamente, pode ocasionar danos permanentes. Além de causar dor intensa e sensibilidade ocular, a esclerite está associada a doenças autoimunes como artrite reumatoide, aumentando o risco de complicações oculares graves como úlceras corneanas, glaucoma secundário e até mesmo perda de visão irreversível. 

Diagnosticar e tratar precocemente a esclerite não só alivia sintomas imediatos, mas também ajuda a controlar as condições subjacentes, melhorando significativamente os prognósticos a longo prazo para a saúde ocular.

Vimos até aqui que a esclerite é uma condição inflamatória séria que afeta a camada externa do olho, a esclera, podendo levar a complicações graves se não tratada adequadamente. 

Caracterizada por sintomas como dor ocular intensa, vermelhidão persistente e sensibilidade à luz, a esclerite requer diagnóstico precoce e intervenção médica para evitar danos permanentes à visão. 

Com tratamentos que vão desde medicamentos anti-inflamatórios até terapias imunossupressoras, em casos graves, é essencial buscar cuidados oftalmológicos regulares para detectar precocemente essa condição e mitigar seus potenciais impactos negativos na saúde ocular a longo prazo.

Precisa de ajuda para cuidar dos seus olhos? Fique tranquilo, na COI Oftalmologia compreendemos a importância de um diagnóstico preciso e tratamento eficaz para condições como a esclerite. 

Nossa equipe é formada por renomados médicos especialistas com vasta experiência clínica, capacitados para diagnosticar, acompanhar e tratar diversos casos oftalmológicos, inclusive desafios inovadores em pacientes de todas as idades. Agende sua consulta e proteja sua saúde ocular com quem entende do assunto.

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Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.

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