O olho inchado nem sempre é algo para se preocupar e pode ser só resultado de alergias, cansaço ou retenção de líquidos. Mas, se vier com dor, vermelhidão ou mudanças na visão, pode ser sinal de algo mais sério que precisa ser avaliado
Acordar com o olho inchado é algo comum para pessoas que sofrem de alergias, principalmente aquelas que têm sinusite ou conjuntivite intermitente. Além disso, fatores como noites mal dormidas, consumo excessivo de sal, uso de produtos irritantes e exposição prolongada ao sol também contribuem para o problema.
Contudo, nem sempre essa condição é inofensiva e pode sinalizar problemas mais graves, como infecções (celulite orbitária), doenças sistêmicas ou até reações alérgicas severas (anafilaxia). Detectar e tratar a causa subjacente previne complicações e protege a saúde ocular e geral.
Para ajudar você a entender por que seus olhos estão irritados e como tratá-los, preparamos um conteúdo completo. Nele, você acessa informações atualizadas sobre as causas, sintomas, tratamentos, diagnósticos e formas de prevenção. Confira!
O que é olho inchado?
O olho inchado é uma condição em que a área ao redor do olho, incluindo as pálpebras, apresenta aumento de volume devido ao acúmulo de líquidos, inflamação ou lesão. Durante o episódio de inchaço, as pálpebras ficam visivelmente aumentadas ou elevadas, podendo afetar apenas um olho ou ambos.
A pele parece tensa ou brilhante pelo acúmulo de líquidos, e a região pode ficar avermelhada, dependendo da causa. Em alguns casos, ocorre excesso de lágrimas ou secreção, e as pálpebras podem parecer mais pesadas, dificultando abrir os olhos completamente.
Também é comum ocorrer mudanças na cor da pele, com áreas arroxeadas ou azuladas, especialmente em casos de trauma. Além disso, o local pode ficar dolorido ao toque ou apresentar coceira, ardência e desconforto.
Quais são as possíveis causas do olho inchado?
O edema ocular é resultado de diversas condições, variando entre situações simples e temporárias e problemas de saúde mais preocupantes. Identificar a causa exata é fundamental para determinar os cuidados adequados e evitar complicações. Entre as principais causas, podemos destacar:
1. Terçol
O terçol, também conhecido como hordéolo, é uma das inflamações oculares mais comuns e reconhecíveis. Ele ocorre quando há uma infecção bacteriana nas glândulas de gordura localizadas ao redor dos cílios, resultando em um edema na pálpebra.
Além do inchaço, o terçol pode causar dor, vermelhidão, lacrimação excessiva e até dificuldade para abrir os olhos.
Em geral, ele tende a desaparecer espontaneamente entre 5 e 7 dias. Para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação, recomenda-se aplicar compressas de água morna de 3 a 4 vezes ao dia, por cerca de 10 minutos
Se o terçol persistir, é importante consultar um oftalmologista para identificar a causa subjacente e receber o tratamento adequado para o olho inchado, que pode incluir medicamentos, pomadas ou colírios.
2. Conjuntivite
A conjuntivite é a segunda causa mais comum de inflamação, caracterizando-se como uma infecção na conjuntiva, a membrana que reveste o olho. Ela pode ser provocada por vírus, bactérias ou alergias e, em casos raros, por fungos.
Os sintomas incluem coceira, edema, vermelhidão e, em situações de alerta, secreções. O paciente também pode sentir sensibilidade à luz, lacrimação excessiva e desconforto visual.
Outros sinais que podem surgir são: secreção purulenta (em conjuntivite bacteriana), secreção esbranquiçada (em conjuntivite viral), sensação de areia ou cisco, pálpebras grudadas ao acordar e visão borrada.
O tratamento depende do tipo de conjuntivite e deve ser iniciado com a identificação da causa. Além disso, para aliviar os efeitos, recomenda-se o uso de compressas mornas e lavagens frequentes.
O uso de colírios, como anti-inflamatórios ou antibióticos, também pode ser necessário, dependendo da causa subjacente.
Intervenção para cada tipo de conjuntivite:
- Viral: não há medicamento específico, apenas o tratamento dos efeitos;
- Bacteriana: requer o uso de colírios antibióticos, sempre prescritos por um médico;
- Alérgica: como ocorre em outras condições alérgicas, o paciente precisa gerenciar a doença crônica.
Para minimizar a frequência e a intensidade das crises, recomenda-se evitar coçar os olhos, reduzir o acúmulo de poeira em cortinas, carpetes e bichos de pelúcia, e usar panos úmidos já ao varrer a casa.
Compressas geladas também ajudam a aliviar os sintomas. Em casos mais delicados, pomadas oftálmicas com antibióticos podem ser indicadas para um tratamento eficaz.
3. Alergias
As alergias estão entre as causas mais frequentes da inflamação. Para identificar quando elas ocorrem, é importante observar outros fatores associados.
Uma alergia é uma reação exagerada do sistema imunológico a substâncias consideradas invasoras, conhecidas como alérgenos. Quando ela afeta os olhos, o corpo libera substâncias químicas, sendo a histamina a mais comum.
Entre os principais alérgenos temos: pólen, poeira, pelos de animais, soluções para lentes de contato, maquiagem e colírios.
Os sintomas são causados pela liberação da histamina, que dilata os vasos sanguíneos, resultando em edema, vermelhidão, coceira e lacrimação. Como é uma reação, o inchaço ocular vem acompanhado de outros sinais, como nariz entupido, coriza, coceiras e espirros.
O tratamento envolve o uso de medicamentos anti-histamínicos, além de algumas precauções, como evitar coçar e fazer lavagens com soro fisiológico. Além disso, para determinar a origem das manifestações, é preciso consultar um médico.
4. Herpes ocular
O herpes ocular é comum, mas poucas pessoas sabem que ela pode afetar os olhos. Causada pelo vírus do herpes simples, essa condição pode levar à inflamação da córnea, conhecida como ceratite, ou até à fibrose.
Os sinais podem ser semelhantes aos da conjuntivite, mas, em nesse caso, a situação é mais grave. Isso porque a infecção pode causar feridas dolorosas nas pálpebras, afetar a visão e até reduzir a acuidade visual.
Em alguns casos, o herpes ocular pode ser leve, mas também pode indicar a necessidade de um transplante de córnea ou até resultar em perda de visão, dependendo da gravidade. O tratamento envolve o uso de antivirais e analgésicos.
Caso necessário, o médico pode recomendar compressas úmidas, frias ou mornas, além de pomadas antibacterianas e colírios antibióticos para prevenir infecções secundárias causadas por bactérias.
Como ele também afeta outras partes do corpo, como os órgãos genitais ou a boca, é importante que o paciente esteja atento à possível manifestação de efeitos nessas áreas.
5. Trauma ocular
Pancadas, picadas de insetos ou traumas causados por substâncias químicas também podem resultar em inchaço. Esse edema ocorre como uma resposta do corpo, que concentra esforços na região afetada para proteger o local e minimizar o risco de danos mais críticos.
O trauma ocular é especialmente comum em crianças, muitas vezes após a prática de esportes físicos. Nesse sentido, se o problema for apenas o inchaço, uma compressa gelada pode ser suficiente para reduzir a inflamação, mas é necessário que o quadro seja avaliado clinicamente.
Se causar sequelas, é importante procurar um oftalmologista o mais rápido possível para evitar complicações. No caso de edema causado por picada de inseto, fique atento a sinais como dificuldade para respirar e coceira.
Outras opções incluem vigilância constante, o uso de pomadas antibióticas, anti-inflamatórios ou hipotensores oculares. Em casos mais raros, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remover coágulos sanguíneos.
6. Calázio
O calázio, assim como o terçol, é causado pela obstrução das glândulas sebáceas, responsáveis pela lubrificação dos olhos. No entanto, a principal diferença é que ele não é fruto de uma infecção bacteriana, mas sim de uma inflamação que bloqueia os dutos responsáveis pela liberação da secreção lubrificante.
O calázio forma um cisto sebáceo endurecido. Embora não seja doloroso, ele causa irritação, vermelhidão e uma sensação de peso nas pálpebras.
O tratamento geralmente envolve compressas mornas, que ajudam a reduzir o edema, já que o calázio tende a desaparecer naturalmente. Em casos de reincidência, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica simples para desobstruir as glândulas.
7. Blefarite
A blefarite é uma inflamação nas glândulas sebáceas das pálpebras, responsáveis por regular a oleosidade, o que pode levar ao bloqueio e ao mau funcionamento dessas glândulas. Além do edema, é comum o aparecimento de remelas, sensação constante de cisco e dor.
A condição também pode ser acompanhada por alterações na pele e queda dos cílios. Por se tratar de uma condição crônica, o tratamento é focado no controle dos sintomas, principalmente por meio de práticas de higiene mais rigorosas.
O paciente deve limpar os olhos com frequência para remover as remelas e evitar o acúmulo de bactérias. Além disso, compressas mornas podem ser úteis para aliviar o desconforto.
8. Insuficiência renal
Embora pareça surpreendente, o inchaço ocular também pode estar relacionado a problemas nos rins, que comprometem a filtração do sangue e provocam retenção de líquidos, resultando em inflamação em diversas partes do corpo.
Esse acúmulo, causado pela insuficiência renal, pode provocar edema não apenas nas pálpebras, mas também no rosto e nos membros, por exemplo. Caso os olhos inchados sejam consequência de insuficiência renal, é essencial procurar um médico imediatamente para realizar exames, identificar possíveis complicações e iniciar os cuidados necessários.
O uso de medicamentos diuréticos pode ser indicado para aliviar a retenção de líquidos e ajudar a restaurar a função renal. Para aliviar os sintomas, é importante evitar coçar os olhos e aplicar colírios hidratantes com frequência.
9. Celulite orbital
A celulite orbital é uma infecção grave e emergencial. Geralmente, é causada por uma infecção bacteriana que se espalha dos seios nasais para a cavidade ocular, envolvendo também as sobrancelhas e bochechas.
Além da forte inflamação nas pálpebras, ela pode causar protuberância, comprometimento da acuidade visual, dor ao movimentar os olhos, febre e dor devido ao combate do organismo à infecção.
Como se trata de uma condição emergencial, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, com o uso de antibióticos para evitar danos ao nervo óptico e, em casos graves, a perda da visão.
10. Doença de Graves
A doença de Graves é uma condição autoimune, causada por uma tireoide hiperativa (hipertireoidismo). Além dos distúrbios na glândula tireoide, ela costuma estar associada a problemas oftalmológicos, como olhos saltados, vermelhidão, visão dupla, edema e pálpebras caídas (ptose).
Em casos mais complexos, pode ocorrer perda de visão. Os sintomas costumam piorar pela manhã e tendem a melhorar ao longo do dia.
O tratamento da doença inclui medicação para regular a função da tireoide. Além disso, para os sinais oculares, podem ser prescritas lágrimas artificiais.
Em quadros preocupantes, o médico pode recomendar o uso de corticosteróides para reduzir o inchaço, prismas para corrigir a visão dupla, cirurgia para descompressão orbital, a fim de corrigir a inflamação e os olhos saltados, ou radioterapia orbital.
11. Causas menos graves
Existem outras condições menos graves que podem causar inchaços nos olhos. Entre elas, podemos citar:
- Mudanças hormonais e circulatórias decorrentes da gravidez ou associadas ao ciclo menstrual;
- Uso de medicamentos específicos, como antibióticos, que causam retenção de água ou edema como efeito colateral;
- Excesso de iodo na alimentação e/ou consumo excessivo de álcool, que também causam retenção de líquidos no organismo.
Como é feito o diagnóstico do olho inchado?
O médico observa a área afetada para verificar o tipo de inchaço (se é localizado ou generalizado), a presença de vermelhidão, secreção, dor ao toque e alterações nas pálpebras, além de avaliar se existem sinais de infecção ou inflamação.
Caso suspeite de problemas internos, como uma infecção ocular ou uma condição mais grave (como glaucoma ou celulite orbital), ele pode realizar exames adicionais, sendo eles:
- Teste de acuidade visual;
- Exame de lâmpada de fenda para examinar a estrutura do olho em detalhes, identificando possíveis lesões ou inflamações;
- Pressão intraocular, para verificar se há pressão elevada, indicando glaucoma;
- Exames complementares, como de sangue, ultrassonografia ocular, tomografia ou ressonância magnética, especialmente se houver suspeita de doenças sistêmicas (renais ou distúrbios autoimunes) ou infecções graves que afetam os tecidos oculares.
Como aliviar e prevenir o olho inchado?
Para aliviar o inchaço, aplique compressas frias ou um pano úmido sobre a área afetada, reduzindo a inflamação e melhorando a circulação. O uso de colírios hidratantes pode ser útil, especialmente se o edema for causado por alergias ou secura ocular.
Além disso, dormir com a cabeça elevada e evitar coçar ajudam a prevenir o agravamento do problema, enquanto uma massagem suave ao redor dos olhos auxilia na drenagem dos líquidos acumulados.
A prevenção envolve uma boa higiene, como lavar o rosto regularmente e remover a maquiagem antes de dormir. Ficar longe de alérgenos conhecidos, como pólen e poeira, e usar produtos adequados para os olhos também são medidas preventivas importantes.
Para quem pratica esportes ou atividades físicas, o uso de proteção é recomendado para evitar traumas. Manter-se hidratado e tratar condições de saúde subjacentes, como problemas renais ou hormonais, é essencial para prevenir o acúmulo de líquidos na região.
Seguir os cuidados médicos adequados e realizar ajustes no estilo de vida, como reduzir o consumo de alimentos ricos em sódio, ajuda a evitar inflamações.
Quando consultar um oftalmologista?
É importante consultar um oftalmologista sempre que o inchaço persistir por mais de 48 horas, não melhorar com tratamentos caseiros ou se houver dor intensa, alteração na visão, secreção anormal ou febre.
Além disso, se a inflamação for acompanhada de sintomas como visão embaçada, dificuldade para mover os olhos ou se eles parecerem “saltados”, a consulta se torna ainda mais urgente.
Outro motivo para a consulta é se o edema ocorrer após um trauma ocular, como uma pancada, picada de inseto ou exposição a substâncias químicas. Nesses casos, é preciso garantir que não haja danos mais graves, como lesões na córnea ou retina.
Vimos até aqui que o inchaço nos olhos pode ser causado por uma série de fatores, desde condições simples, como alergias e cansaço, até questões mais graves, como infecções e problemas sistêmicos.
Embora, muitas vezes, o edema possa ser tratado com medidas caseiras, é fundamental estar atento aos sinais de complicações, como dor intensa, alterações na visão ou febre. Se você está enfrentando problemas de visão ou busca cuidados especializados para a saúde dos seus olhos, entre em contato com a Clínica de Oftalmologia Integrada (COI).
Nossa equipe de oftalmologistas experientes está pronta para oferecer o diagnóstico preciso e tratamentos adequados para o seu caso.
