A trombose ocular é uma disfunção vascular que ocorre na retina, em que a formação de coágulos impedem o fluxo sanguíneo, ocasionando sintomas como vista embaçada, manchas e até perda da visão.
A trombose ocular é uma das causas mais frequentes de cegueira em todo o mundo. Os principais fatores que podem causa-la são: ter mais de 65 anos de idade, doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, tabagismo, colesterol elevado, o glaucoma e hemorragia vítrea.
Essa doença é caracterizada pela formação de coágulos nas veias que nutrem a retina, o que pode levar, entre outras coisas, a sintomas como hemorragia, isquemia (interrupção da irrigação sanguínea), inflamação e pode provocar descolamento da retina em casos mais graves, ela tem origem multifatorial.
Neste post, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre o que é trombose ocular e como tratá-la, abordando também suas principais causas, sintomas, riscos e tratamentos. Acompanhe!
Anatomia do Olho
O olho é distribuído entre as seguintes partes:
- Corpo ciliar: permite ajustar a visão para enxergar de longe e de perto;
- Córnea: focaliza a luz e protege os olhos;
- Íris: controla a entrada de luz;
- Cristalino: focaliza a luz que atinge a pupila e forma imagens na retina;
- Pupila: com abertura regulável, permite maior ou menor entrada de luz no globo ocular;
- Coróide: membrana que nutre os olhos;
- Humor aquoso: nutre a córnea e o cristalino e regula a pressão dos olhos;
- Humor vítreo: dá volume ao olho e mantém a transparência para que os feixes de luz possam atravessar a retina;
- Nervo óptico: conecta os olhos ao cérebro para formar imagens;
- Retina: envia sinais ao cérebro, pelo nervo óptico, para formar imagens.
Como a trombose ocular afeta a visão?
A retina tem papel fundamental na visão por ser a responsável, junto às atividades cerebrais, por formar imagens. Os danos da trombose ocular estão justamente aqui.
Localizado no fundo do olho, a retina é um tecido fino e vascularizado, formado por um conjunto de células fotossensíveis cuja função é captar a luz e transformá-la em sinais elétricos. Por meio do nervo óptico, isso é enviado ao cérebro, onde a visão é processada.
Sendo assim, a trombose ocular é a formação de um coágulo (trombo) que bloqueia a circulação do sangue na retina. Como obstrui a veia central ou um de seus ramos, impede o retorno do fluxo sanguíneo à circulação corporal.
Por causa disso, também é chamada de trombose venosa retiniana. A coagulação intravenosa pode causar edema e hemorragia, já que, devido ao bloqueio, o sangue não é drenado e acaba por se extravasar no tecido da retina.
Caso o diagnóstico não seja feito nos primeiros estágios da doença, a trombose ocular torna-se mais severa e pode causar isquemia. Consequentemente, existem chances de formação de novos vasos e glaucoma secundário (glaucoma neovascular). Quadros mais avançados causam o descolamento da retina e a hemorragia vítrea.
Se a condição não for identificada, pode evoluir e causar isquemia, com consequente formação de novos vasos e glaucoma secundário (chamado de glaucoma neovascular). Em casos mais graves, a doença pode provocar descolamento da retina e hemorragia vítrea.
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Sintomas da trombose ocular
De forma geral, o paciente que apresenta trombose ocular percebe uma piora da visão em um dos olhos. No caso de oclusão de ramo venoso, existe uma alteração pequena da visão ou defeito no campo visual. Além disso, o paciente não sente dor e não fica com os olhos vermelhos. Os principais sintomas são:
- perda gradativa da visão;
- visão embaçada;
- problemas no campo visual;
- manchas na visão;
- Vermelhidão nos olhos
- Manchas na visão
Os sintomas surgem quando a região central da retina é afetada ou ocorre o desenvolvimento de neovasos (novos vasos sanguíneos anormais extremamente frágeis), que provocam hemorragias na cavidade vítrea.
O entupimento da veia central da retina causa a perda súbita da visão, e se ele for em um dos seus ramos, provoca uma mancha escura no campo visual. Caso você perceba qualquer um desses sintomas, procure consultar um oftalmologista imediatamente.
Espécies de oclusão venosa retiniana
A trombose ocular pode ser classificada em forma não isquêmica e isquêmica, conforme as consequências provocadas pela falta de oxigenação do tecido. A forma isquêmica é relacionada a um prognóstico pior da visão em longo prazo, porque o paciente pode evoluir com neovascularização e edema.
Confira a seguir os tipos de trombose ocular e como eles ocorrem:
Oclusão da veia central da retina (OVCR)
Esse problema ocorre tanto em mulheres quanto em homens, especialmente após a sexta década de vida. Em geral, ele aparece em apenas um olho, além de acometer todos os quadrantes da retina.
Os principais precedentes são hipertensão, diabetes, inflamações dos vasos sanguíneos e patologias do sangue. Algumas doenças dos olhos podem predispor à OVCR, como hipermetropia e glaucoma.
A formação do trombo, no interior da veia central da retina, impede a drenagem do sangue retiniano. A lesão dos vasos e o aumento da rigidez das artérias, com o avançar da idade, podem comprometer a circulação nos olhos e causar um coágulo.
Oclusão de ramo da veia central da retina (ORVR)
A ORVR acontece de maneira bastante similar à OVCR. No entanto, esse problema é causado por uma obstrução localizada em apenas um segmento e, geralmente, de menor gravidade, já que uma parte do fluxo sanguíneo ainda é preservado.
Nesse caso, a pessoa apresenta uma redução do campo visual ou visão borrada. Ademais, ocorrem hemorragias intra retinianas que aumentam com a evolução da doença.
Quais são as principais causas da trombose ocular?
Como vimos, a principal causa da trombose ocular é a formação de um coágulo sanguíneo no olho. O que leva à sua formação, porém, é incerto, uma vez que se trata de uma doença de origem multifatorial – ou seja, não há uma única causa que pode levar ao seu surgimento.
No entanto, ao longo dos anos, a Medicina foi capaz de identificar alguns fatores de risco que podem facilitar o aparecimento desse tipo de alterações nos vasos sanguíneos. Entre eles, destacam-se:
- ter mais de 65 anos de idade;
- doenças cardíacas;
- tabagismo;
- problemas de coagulação sanguínea;
- hipertensão;
- colesterol elevado;
- diabetes;
- quadros inflamatórios e infecciosos;
- outros problemas oculares, como glaucoma e hemorragia vítrea;
- outras doenças, como sífilis, leucemia e lúpus.
Vale ressaltar que, embora seja mais comum em idosos, a trombose ocular pode afetar pessoas de todas as idades e sexos, podendo ocorrer até mesmo em indivíduos saudáveis.
Comorbidades que podem desencadear a trombose no olho
Diversos estudos atribuem algumas comorbidades ao desenvolvimento da trombose ocular:
- Diabetes
- Hipertensão
- Obesidade
- Hiperlipidemia
- Doença arterial periférica
- Histórico de uso de tabaco
- Uso constante de medicamentos (ex: interferon, ribavirina, anticoncepcionais, antidiuréticos)
A pesquisa Systemic and Ocular comorbidities in Central Retinal Vein Occlusion Patients Older and Younger than 40 Years Old, publicado em 2020 na revista científica Investigative Ophthalmology & Visual Science, encontrou 110 pacientes de até 40 anos e 795 acima dessa idade com diagnóstico de admissão primária de oclusão da veia central da retina (OVCR).
As condições sistêmicas mais associadas à trombose ocular foram:
COMORBIDADE | GRUPO ATÉ 40 ANOS | GRUPO 40+ |
Trombose venosa | 14,3% | – |
Diabetes | 14,3% | 19,8% |
Uso de tabaco | 14% | 19,2% |
Hipertensão | 13,9% | 83,6% |
Hipercoagulabilidade | 13,6% | – |
Glaucoma | 9,6% | 12,4% |
Artrite reumatoide | 9,6% | – |
Doenças colagenoses | 9,6% | – |
Hiperlipidemia | – | 29,8% |
Obesidade | – | 11,1% |
Também há indícios sólidos de que, além dos idosos, mulheres são mais suscetíveis à oclusão venosa da retina. Ginecologistas atribuem o uso contínuo de anticoncepcionais a diversos problemas no corpo, inclusive a trombose ocular.
De acordo com a Anvisa, mulheres que usam pílulas anticoncepcionais têm quatro a seis vezes mais chances de desenvolver o tromboembolismo venoso.
Diabetes
Além da pesquisa citada, especialistas da área percebem que uma boa parcela dos pacientes que sofrem com a trombose ocular têm diabetes. Estudos mostram que a doença é mais comum em casos de diabete tipo 2.
O excesso de açúcar no sangue tem o potencial de desenvolver outras doenças oculares, como retinopatia diabética, glaucoma, catarata e edema macular diabético. Com o passar do tempo, é possível que a diabetes cause cegueira irreversível.
De acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos.
Hipertensão
A hipertensão também é um fator de risco para a trombose ocular e, ao que tudo indica, especialmente perigosa para mulheres acima dos 40 anos.
Em 2021, os dados de mais de 2,6 milhões de pacientes sul-coreanos foram analisados por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Nacional de Chonnam e do Hospital da Universidade Nacional de Chonnam, na Coréia do Sul.
Do total de pessoas que fizeram parte do estudo, cerca de 1,4 milhões (55,51%) eram mulheres na menopausa, entre 43 e 61 anos. Dentre as 1,6 milhões de pacientes na pré-menopausa, 6.932 (0,59%) foram diagnosticadas com trombose ocular. No grupo de mulheres na menopausa, 30.558 (2,1%) tinham a doença.
Conforme a pressão alta sistólica era maior nas pacientes (ambos os grupos), a taxa de incidência do problema nos olhos aumentava. A variação foi entre 0.360 e 1.752.
Tríade de Virchow
As tríades são conjuntos de sinais e/ou sintomas que se relacionam a uma patologia. Muito comuns na medicina, levam o nome dos acadêmicos que as documentaram (epônimos).
A Tríade de Virchow identifica a formação de trombos nos leitos vasculares e nas câmaras cardíacas, motivados pelo desequilíbrio da hemostasia nessas áreas. É, portanto, muito importante para o diagnóstico de processos trombóticos, já que seus componentes favorecem várias patologias importantes.
Foi estabelecida, em 1884, pelo patologista e político alemão Rudolf Virchow, visto como o pai da patologia moderna.
Lesão endotelial
O primeiro componente da tríade é a lesão endotelial, que pode acontecer dentro das câmaras cardíacas, no leito arterial ou venoso. Promove a exposição da matriz extracelular subendotelial, permitindo adesão e ativação plaquetárias. Isso favorece a formação trombótica pela liberação dos grânulos e alterações em sua estrutura.
Também há a exposição do fator tecidual pelo endotélio, que perde sua integridade. Assim, ocorre a ativação da via extrínseca da cascata de coagulação.
O endotélio lesado, além dos agentes coagulantes, promove a redução de substâncias que possibilitam a coagulação, como prostaciclina e os ativadores de plasminogênio.
Existem indícios de que componentes nocivos, como a fumaça de cigarro, por exemplo, causam danos ao tecidual crônico. Junto a outros elementos, isso promove a formação da placa ateroscrerótica, cuja instalação afeta o fluxo sanguíneo. Uma das consequências é o infarto agudo do miocárdio.
Alterações no fluxo sanguíneo
Em seu estado normal, o sangue percorre dentro de um vaso que segue a um fluxo laminar. Quando há alterações, seja por turbulência ou estase sanguínea, o curso é interrompido.
Os aspectos responsáveis pela coagulação e anticoagulação perdem a homeostase, o que causa maior ativação dos componentes celulares do endotélio, devido a lesão do tecido, aumentando as chances de desenvolvimento dos trombos.
Hipercoagulabilidade
A hipercoagulabilidade é definida como qualquer tipo de alteração na via de coagulação sanguínea, como deficiência de moléculas anticoagulantes e excessos de componentes que promovem a coagulação no sangue.
Uma causa muito comum nas mulheres é a gravidez, por causa da intensidade dos hormônios. Ao longo dos trimestres gestacionais, isso favorece os componentes de coagulação, o que resulta na elevação da trombina, juntamente com a diminuição de substâncias anticoagulantes.
Por isso, é importante que gestantes façam atividades físicas, para que seja possível reduzir a estase venosa e as possibilidades de desenvolvimento do trombo.
Diagnóstico da trombose ocular
O diagnóstico da trombose ocular é feito por meio do exame de fundo de olho, fundoscopia, ou exame de mapeamento de retina,. O oftalmologista consegue observar extravasamento de líquido e hemorragias, além do aumento da tortuosidade venosa.
Recomenda-se que seja realizado por um médico especialista em retina, como o retinólogo. Esse profissional é o responsável por avaliar e tratar doenças da retina, como a retinopatia diabética.
Assim, o profissional examina o paciente com as pupilas dilatadas e solicita alguns exames oftalmológicos, como mapeamento e tomografia de coerência óptica, que determinam se a pessoa tem edema de mácula e se a doença é isquêmica ou não.
O mapeamento de retina é um exame adicional para a saúde visual, que não é feito rotineiramente pelo oftalmologista. Trata-se de um procedimento que pode avaliar o fundo do olho e as suas estruturas.
Já na tomografia de coerência óptica se pode visualizar a retina e o nervo óptico tridimensionalmente. O exame é solicitado quando o mapeamento de retina não é suficiente para estabelecer o diagnóstico da trombose ocular.
Tratamento da trombose ocular
A identificação da causa faz parte do tratamento, que se inicia a partir da tentativa de identificar alguma doença que possa ter provocado a trombose ocular, como hipertensão arterial, por exemplo. Assim, é essencial tratar o problema para diminuir as chances de uma nova oclusão ou que o outro olho seja afetado. Os principais tratamentos específicos são:
- injeção intraocular de medicação, com fármacos antiangiogênicos que podem impedir a formação de neovasos, ou com corticoides, para reduzir processo de inflamação;
- fotocoagulação a laser, uma técnica que trata diferentes doenças da retina. O laser é usado no tratamento das áreas de isquemia;
- cirurgia, indicada em casos mais graves e quando existe hemorragia na cavidade vítrea.
O tratamento se inicia com a investigação de possíveis doenças que possam causar a trombose ocular, como diabetes e hipertensão, por exemplo. Desta forma, é essencial tratar esses problemas para impedir uma nova oclusão ou que o outro olho seja prejudicado.
Embora o SUS (Sistema Único de Saúde) ofereça tratamentos para a doença, como a fotocoagulação a laser, a rede pública não fornece alguns medicamentos específicos e a fila de espera pode ser longa.
Por causa disso, não é incomum encontrar pacientes que peçam ajuda para realizar o tratamento em hospitais particulares. O problema é que o procedimento pode estar além do orçamento de muitas pessoas.
É importante ressaltar que as condições sociais têm grande peso na ocorrência de doenças oftalmológicas, cuja cobertura do suporte médico não é o bastante.
De acordo com o Relatório Mundial da Visão, da ONG internacional Light for the World, indivíduos de países de médio e baixo rendimento (principalmente mulheres, idosos, comunidades rurais e pessoas em estado de vulnerabilidade) são os que mais sofrem.
No Brasil, como aponta o Censo 2021, realizado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a distribuição médica por região é desigual e insuficiente. Existem 21.361 oftalmologistas em atuação para uma população nacional de 211.755.692, ou seja, um médico para cada 9.913 pacientes.
Por fim, os principais tratamentos para a trombose ocular são:
Injeção intraocular de medicação
Aplicação de substâncias medicamentosas na cavidade vítrea. Sua fórmula conta com remédios (antiangiogênicos ou anti-VEGF) responsáveis pela neovascularização.
Essas substâncias atuam como anticorpos humanizados que neutralizam a multiplicação endotelial vascular. Por isso, devem ser injetados no vítreo, na região interna e superior do olho.
A injeção intraocular de medicação é indicada quando há a formação de vasos sanguíneos anormais, que prejudicam a saúde da visão.
Fotocoagulação a laser
Procedimento ambulatorial que aplica feixes de laser na retina, impedindo maiores danos nesta parte do olho, bem como a perda da visão. Embora não seja o intuito do tratamento, é possível que haja melhora visual.
A fotocoagulação a laser é relativamente simples. Após o tratamento, o paciente deve repousar por 48 a 72 horas, especialmente em casos de roturas retinianas.
Fármacos
Estudos mostram que o uso de alguns fármacos trazem resultados positivos no tratamento de oclusões vasculares da retina, como é o caso do Faricimab (Vabysmo).
Inibindo duas vias de doenças associadas a múltiplas condições retinianas que ameaçam a visão, a droga neutraliza a ANG-2 (proteína presente em áreas de remodelação vascular) e o fator de crescimento endotelial vascular.
Esses dois elementos contribuem para a desestabilização dos vasos sanguíneos, provocando a formação de inflamação e vasos com escoamento de sangue. Quando são controlados, a oclusão melhora.
Cirurgia
Procedimentos cirúrgicos são recomendados apenas em casos mais graves de trombose ocular, quando há hemorragia na cavidade vítrea.
Prevenção da trombose ocular
A prevenção direta da trombose ocular é realizada por meio do controle clínico sistemático da doença, com exames e consultas oftalmológicas frequentes. Monitorar outras condições, como diabetes, hipertensão, distúrbios vasculares, consumo de determinados medicamentos, entre outros, também ajuda.
Baixar a pressão do olho naturalmente também tem efeitos positivos. Dormir com a cabeça elevada é uma das estratégias, mas a alimentação é o fator mais atribuído a isso. Neste sentido, recomenda-se o consumo de chá verde, ginkgo biloba, pêssego e peixes, como salmão e atum.
Trombose ocular não tratada: risco de cegueira
Além das consequências já citadas – isquemia, que pode gerar os neovasos e o glaucoma secundário, hemorragia vítrea e o descolamento da retina –, a perda progressiva ou súbita da visão também é possível.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), quase 12 milhões de pessoas ao redor do mundo perderam a visão (parcial ou total) em decorrência de doenças oculares que poderiam ser evitadas, como glaucoma, tracoma e trombose ocular.
Pesquisas apontam que a maioria dos pacientes só buscam atendimento oftalmológico depois de conviver certo tempo com algum desconforto nos olhos. Apesar disso, por causa de sua importância vital, 80% dos brasileiros têm medo de perder a visão.
Incidência global de trombose ocular
De acordo com o já citado Relatório Mundial sobre a Visão, em todo o planeta, existem cerca de 2 bilhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Pelo menos 1 bilhão poderiam ter tido suas condições evitadas ou tratadas.
Já o estudo The Prevalence of Retinal Vein Occlusion: Pooled Data from Population Studies from the United States, Europe, Asia, and Australia, feito por pesquisadores do National Center for Biotechnology Information (NCBI) em 2010, trata especificamente sobre a trombose ocular.
Ao coletar as informações de mais de 68 mil indivíduos nos Estados Unidos, Austrália e países da África e Europa, os dados sugerem que, aproximadamente, 16 milhões de pessoas podem ter essa condição.
No entanto, o levantamento admite que, apesar de ter sido reconhecida em 1855 – pelo médico alemão Richard Liebreich, que descreveu pacientes com “papilas ópticas sem brilho e cor” no artigo Notas Oftalmológicas – e ter sido reportada em mais de 3 mil publicações acadêmicas até então, os dados da prevalência global da trombose ocular são escassos.
A incidência da doença, segundo a pesquisa, varia entre 0.3% e 1.6%. Essa variabilidade pode ser explicada pelas poucas análises já feitas, diferentes metodologias de estudo e possíveis diferenças raciais/étnicas nas distribuições dos fatores de risco, visto que a maioria das investigações foram feitas em populações majoritariamente brancas.
Essas limitações fazem com que as conclusões de estimativa não sejam totalmente precisas.
Quais as consequências da trombose ocular quando não tratada?
A oclusão venosa da retina pode levar a diversas complicações oculares no paciente. A isquemia é uma das mais comuns e caracteriza-se pela interrupção da vascularização da retina.
Como consequência desse quadro, pode ocorrer a formação de novos vasos sanguíneos, chamados de neovasos, e também de glaucoma secundário, que consiste no aumento da pressão interna do olho.
Em quadros mais graves, pode haver ainda hemorragia vítrea e descolamento da retina, o que pode causar perda progressiva – ou até mesmo súbita – da visão, levando, finalmente, à cegueira.
Ao experimentar quaisquer sintomas que caracterizam a doença, o paciente deve se consultar o quanto antes com um médico oftalmologista, para que o tratamento comece o quanto antes e as chances de melhora sejam ainda maiores.
Como se viu, a trombose ocular é um problema que pode afetar muitas pessoas, principalmente as que se encaixam nos grupos de risco da doença. Por isso, a prevenção e visitas frequentes a um oftalmologista são essenciais, pois esse profissional poderá identificar os sintomas e indicar o melhor tratamento para a doença.
Junto a isso, manter hábitos de vida saudáveis, que ajudem na prevenção dos fatores de risco, como hipertensão e diabetes, é fundamental para reduzir as chances de desenvolvimento da trombose ocular.
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