Além da idade, outros fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento da catarata senil, doença que pode ser tratada com cirurgia.
O processo de envelhecimento é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da chamada catarata senil, um tipo de catarata registrada principalmente em pessoas com mais de 50 anos.
Outros fatores de risco associados à idade, como doenças crônicas e tabagismo, também influenciam no desenvolvimento da doença.
Caso o problema não seja diagnosticado e tratado corretamente, a catarata pode causar a perda da qualidade da visão e prejuízos significativos à qualidade de vida de seu portador.
Em casos graves, a doença pode levar à cegueira. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, atualmente, a catarata é a principal causa de cegueira no mundo.
No Brasil, a preocupação com as consequências associadas a catarata senil, incluindo a cegueira, cresce à medida que a população envelhece.
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, estima-se que cerca de 120 mil novos casos de cegueira senil sejam registrados todos os anos no país.
A boa notícia é que existe tratamento e prevenção para esse tipo de catarata. Por esse motivo, é possível evitar que a doença prejudique a visão e a qualidade de vida do seu portador. Para isso, o primeiro passo é conhecer sobre o funcionamento e o tratamento dessa doença.
Neste artigo, explicaremos o que é catarata senil, quais são suas causas e sintomas, como tratar essa condição e o que fazer para prevenir seu desenvolvimento.
O que é catarata senil?
A catarata senil é o tipo mais comum de catarata. Ela se caracteriza pelo espessamento gradual e progressivo do cristalino, a lente natural do olho.
Com o tempo, o cristalino perde sua transparência, se torna turvo e opaco. Isso impede a passagem adequada da luz para a retina, afetando a visão.
Embora possa ser influenciada por outros fatores, o desenvolvimento dessa doença ocular resulta principalmente pelo processo de envelhecimento.
Por isso, essa condição é comum em pessoas a partir dos 50 anos. Em função dessa característica, a doença também é chamada de catarata do idoso ou catarata da idade.
Quais são as causas da catarata senil?
A causa primária da catarata senil é o processo natural de envelhecimento, que resulta em danos oxidativos e lesões nos olhos que se acumulam ao longo dos anos.
Além da idade, outros fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da doença. Um desses fatores é o diabetes, doença metabólica mais associada ao aparecimento da catarata.
Geralmente, pessoas que não controlam o diabetes desenvolvem essa doença ocular precocemente e podem sofrer perda visual mais rapidamente.
Outro fator de risco associado à catarata do idoso é o uso contínuo e prolongado de determinados medicamentos, principalmente corticoides, entre outros remédios.
O vício em cigarro, registros de trauma ocular, histórico de cirurgia intraocular ou alguma condição ocular pré-existente, como miopia e uveíte, também podem desenvolver a catarata com o passar dos anos.
Mulheres que contraíram infecções como rubéola e toxoplasmose durante a gravidez, bem como pessoas cujos membros da família tiveram catarata, também têm mais chance de desenvolverem a catarata do idoso.
Além desses fatores, a exposição prolongada e desprotegida à luz solar ao longo da vida também pode aumentar o risco de desenvolvimento de cataratas senis.
Vale lembrar que essas não são as únicas causas associadas a catarata senil. Além disso, é importante perceber que essa doença não é contagiosa, nem é causada pela realização de atividades rotineiras, como ler, assistir TV ou usar um computador.
Quais são os principais sintomas da catarata senil?
Os sintomas da “catarata do idoso” podem variar de acordo com a evolução da doença. Inicialmente, a pessoa percebe a perda progressiva da qualidade da visão.
Isso significa que sua visão fica mais embaçada em alguns momentos do que em outros. Além disso, ela pode enxergar alguns objetos de forma distorcida ou amarelada.
Outro sintoma inicial da doença é a necessidade de utilizar mais luz para enxergar mesmo quando a pessoa usa óculos. No entanto, sua visão continua embaçada.
À medida que a doença progride, começa a aparecer uma mancha branca ou amarelada no centro da pupila, que é a parte escura do olho.
Quando isso ocorre, a dificuldade para enxergar pode piorar. Além da visão embaçada, a pessoa pode desenvolver visão dupla, mudanças contínuas de erros de refração e sensibilidade à luz (fotofobia).
Ela também pode ter dificuldade para enxergar a noite e perder sua capacidade de ver cores e contraste.
É importante lembrar que esses sintomas podem variar de acordo com o paciente, e que a detecção da doença só pode ser feita pelo oftalmologista.
Quais os tipos de catarata senil?
A catarata do idoso pode ser classificada de acordo com sua localização ou outras características específicas da doença.
Confira abaixo os principais tipos de catarata senil:
Catarata nuclear
A catarata senil nuclear é a forma mais comum da doença. Sua principal característica é a mudança de coloração do cristalino, que aos poucos se torna amarelado ou, em casos mais avançados, acinzentado.
Essa mudança ocorre por conta do aumento da densidade do cristalino e está relacionada à miopia e à perda de contraste.
Catarata cortical
A catarata senil cortical é muito comum em pacientes diabéticos. Nesse caso, o processo de opacificação do cristalino começa a partir do córtex, ou seja, da parte externa do cristalino, e progride gradualmente em direção ao centro.
Catarata subcapsular posterior
A catarata subcapsular posterior ocorre quando a doença se desenvolve na parte de trás do cristalino, sob a cápsula que o envolve.
Por conta disso, ela aumenta a sensibilidade à luz e aumenta a dificuldade para enxergar de perto (hipermetropia).
Geralmente, esse tipo de catarata está associado ao uso contínuo de certos medicamentos, como os corticoides.
Catarata senil tipo Morgagni
Esse tipo de catarata ocorre quando a doença já está em um grau avançado, ou seja, a catarata está hipermadura. Por isso, o córtex do cristalino já foi totalmente afetado, prejudicando de forma significativa a capacidade visual do paciente.
Vale lembrar que a idade avançada, exposição crônica ao sol e diabetes descontrolada são fatores de risco para esse subtipo de catarata.
Como é feito o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da catarata senil é realizado apenas pelo oftalmologista, médico especializado e capacitado para avaliar a condição ocular do paciente.
Além de analisar seus sintomas, fatores de risco e histórico, o médico pode solicitar vários exames oftalmológicos, tais como biomicroscopia do segmento anterior, mapeamento de retina, entre outros, de acordo com o quadro do paciente.
Qual é o tratamento indicado para a catarata senil?
O tratamento da catarata senil consiste na realização de uma facectomia, também conhecida como cirurgia de catarata.
O procedimento pode ser realizado com diferentes técnicas, sendo que as mais conhecidas são a facoemulsificação e a extração extracapsular programada.
Atualmente, a facoemulsificação é considerada a técnica mais segura. Isso porque ela envolve tecnologia avançada, reduz o número de complicações e ainda permite que o paciente se recupere rapidamente.
Como é feita a cirurgia da catarata?
A cirurgia de catarata é um procedimento relativamente simples, que envolve apenas uma anestesia local, geralmente realizada com a aplicação de colírios anestésicos.
Inicialmente, o médico faz uma incisão no globo ocular do paciente e introduz uma cânula, uma espécie de tudo que permite a passagem de uma sonda de ultrassom. Depois de alcançar o cristalino, esse equipamento rompe a catarata e aspira o cristalino opaco.
Para substituir o cristalino removido, o oftalmologista implanta uma lente intraocular personalizada para o paciente. Por isso, a lente pode apresentar graus mono ou multifocais.
Para finalizar, o médico prepara um curativo com gaze, tampão de acrílico ou óculos escuros, recursos essenciais para proteger o olho operado. A escolha desses recursos varia de acordo com a técnica utilizada e a preferência do médico e do paciente.
O procedimento cirúrgico dura, em média, 20 minutos, e normalmente não apresenta grandes complicações. Normalmente, o paciente apresenta uma melhora significativa da visão 24 horas após a cirurgia. Portanto, o processo cirúrgico e a recuperação geralmente são rápidos.
Vale lembrar que a duração da cirurgia pode variar de acordo com o caso do paciente, a extensão da catarata e as técnicas utilizadas pelo cirurgião.
Quais os riscos da cirurgia de catarata?
A cirurgia de catarata é um procedimento considerado seguro e que não envolve muitas complicações. Por isso, suas taxas de sucesso são altas e raramente o paciente desenvolve problemas em função da cirurgia.
Quando isso acontece, o paciente pode apresentar complicações como infecção ocular, visão embaçada, sangramento no olho, descolamento de retina, desenvolvimento de glaucoma, entre outros problemas.
Por isso, o paciente deve fazer o acompanhamento médico pós-cirúrgico e, caso desenvolva algum desses problemas, entrar em contato com seu oftalmologista.
Quais são os cuidados no pós-operatório?
Apesar da cirurgia de catarata ser relativamente simples e o processo de recuperação ser rápido, o paciente precisa seguir alguns cuidados pós-operatórios. O ideal é não realizar atividades pesadas nem dirigir nos primeiros dias após o procedimento.
É importante utilizar óculos escuros em ambientes externos e iluminados, bem como evitar a aplicação de cremes, maquiagens, entre outros produtos cosméticos na região dos olhos.
Além desses cuidados, o paciente deve seguir outras orientações médicas relacionadas ao uso de colírios e prevenção de infecções.
Vale lembrar que o paciente deve fazer o acompanhamento médico após a cirurgia para que o oftalmologista monitore seu processo de recuperação e reabilitação visual.
Como prevenir a catarata senil?
O principal fator que causa a catarata senil é o processo natural de envelhecimento, conforme explicado. No entanto, existem diversos fatores que contribuem ou agravam o desenvolvimento dessa doença.
Portanto, embora o processo envelhecimento seja inevitável, é possível reduzir ou eliminar os fatores de riscos relacionados a esse problema ocular.
Na prática, a prevenção da catarata senil exige a mudança de hábitos e comportamentos relacionados a esses fatores de risco.
Por exemplo, parar de fumar, melhorar a alimentação e seguir o tratamento adequado de doenças crônicas como diabetes, é fundamental para evitar o desenvolvimento de catarata e de outras doenças oculares.
Por fim, consultar o oftalmologista regularmente é essencial para acompanhar a saúde ocular e, se necessário, fazer o diagnóstico precoce da doença.
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