A miopia degenerativa é uma variação grave, que atinge apenas 3% da população mundial e pode causar a perda total da visão. Saiba mais sobre essa doença!
A miopia é um problema de visão caracterizado principalmente pela dificuldade de enxergar objetos a distância com nitidez. Essa doença normalmente é tratada com soluções simples, como uso de óculos de grau, lente de contato e cirurgia refrativa.
No entanto, existe um tipo de miopia em que essas soluções não são suficientes para resolver o erro de refração do paciente.
Conhecido como miopia degenerativa ou progressiva, esse tipo de miopia é uma variação mais grave e rara da doença. Estima-se que esse tipo de miopia afeta apenas 3% da população mundial.
Embora seja pouco frequente, conhecer essa miopia é essencial para que pessoas que recebem esse diagnóstico façam o tratamento correto para a doença. Caso contrário, elas correm o risco de desenvolver problemas oculares graves, incluindo a perda total da visão.
Para se ter uma ideia da gravidade desse tipo de miopia, ela é considerada a quarta causa mais comum de cegueira em Hong Kong e a segunda em partes da China e do Japão.
Neste artigo, explicaremos porque a miopia degenerativa é tão grave, quais são seus sintomas e complicações, como tratar essa doença e o que fazer para prevenir seu desenvolvimento. Boa leitura!
O que é miopia degenerativa?
A miopia degenerativa é uma doença ocular rara e grave que afeta a visão. Também conhecido como miopia patológica ou miopia progressiva, ela é caracterizada pelo alongamento anormal do globo ocular.
Esse processo resulta no afinamento e estiramento da retina, causando erros refrativos graves que podem levar a alterações degenerativas na retina.
Caso não seja devidamente tratada, a doença pode levar o paciente a desenvolver outros problemas oculares, como glaucoma, catarata e descolamento de retina. Em casos mais avançados, a doença também pode causar cegueira.
Geralmente, o processo de alongamento do globo ocular começa na infância ou adolescência e tende a progredir com o tempo. Fazer consultas regulares ao oftalmologista é essencial para obter o diagnóstico precoce desse problema e tratar qualquer complicação decorrente dessa condição.
O que causa a miopia degenerativa?
A miopia progressiva normalmente é associada a fatores genéticos. Isso porque ela ocorre com mais frequência em pessoas com histórico familiar da doença, ou seja, indivíduos com predisposição genética para a doença.
O desenvolvimento dessa condição também varia muito entre os grupos étnicos, sendo mais comum em pessoas de ascendência chinesa, japonesa, judaica ou do Oriente Médio.
Além desse fator hereditário, a idade avançada e um comprimento axial do olho maior do que o normal também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de miopia.
Qual a diferença entre miopia e miopia degenerativa?
A principal diferença entre a miopia comum e a miopia degenerativa é a progressão da doença e seus impactos na visão do paciente.
A miopia comum é resultado de um erro de refração que ocorre quando o globo ocular é mais longo do que o normal ou quando a córnea é mais curva do que deveria.
Por conta dessas alterações, a luz que entra no olho se concentra antes da retina, em vez de diretamente sobre ela. Como consequência, a pessoa tem dificuldade para enxergar objetos distantes com clareza.
Normalmente, o grau da miopia comum é mais baixo, menor do que 6 graus, sendo que a progressão da doença geralmente se estabiliza entre os 18 e 21 anos. Em outras palavras, a partir dessa faixa etária, a pessoa não registra mais piora da visão, já que o grau de miopia se estabiliza.
No entanto, essa estabilização da visão não ocorre na miopia degenerativa. Nesse caso, o globo ocular continua se alongando de forma anormal ao longo dos anos, o que pode causar danos às células fotorreceptoras da retina.
Isso significa que o grau de miopia da pessoa diagnosticada com essa doença nunca se estabiliza. Em vez disso, ele aumenta à medida que ela envelhece. Caso o paciente não receba o tratamento adequado, poderá desenvolver outros problemas, incluindo a perda completa da visão.
Portanto, a miopia progressiva é uma doença mais grave e complexa do que a miopia comum. Por isso, ela exige o monitoramento oftalmológico contínuo e a combinação de diferentes práticas de tratamento.
Quais os sintomas da miopia degenerativa?
A miopia patológica geralmente começa na infância e evolui com o passar dos anos. Ela se torna mais grave à medida que o globo ocular se desenvolve e se deforma, processo que coincide com mudanças de hábitos do indivíduo ao longo da vida.
As crianças passam a maior parte do tempo utilizando a visão para perto. Por isso, elas tendem a não sentir desconforto visual quando tentam enxergar objetos distantes.
Dessa forma, à medida que elas se desenvolvem, seus hábitos mudam, e elas começam a realizar atividades que exigem uma visão a distância mais precisa e focada.
Nesse momento, ela pode começar a notar os primeiros sintomas da doença, que são o desconforto visual, fadiga ocular, dificuldade para enxergar objetos distantes com nitidez, dores de cabeça, entre outros sintomas da miopia comum.
As mudanças de hábitos associadas à progressão da doença quando a pessoa chega ao fim da adolescência e início da vida adulta, provocam o agravamento desses sintomas. Nessa fase, a pessoa começa a notar mudanças visuais que vão além da dificuldade para enxergar para longe.
Ela pode apresentar perda da visão central, visão distorcida, mudanças na percepção de cores, perda de sensibilidade às mudanças de luminosidade e aumento permanente do tamanho da pupila.
Além disso, se a doença causar o descolamento da retina, também pode apresentar sintomas relacionados a essa condição, como moscas volantes e flashes luminosos.
Quais as principais complicações dessa doença?
A miopia patológica pode levar o paciente a desenvolver algumas complicações graves, capazes de comprometer ainda mais sua visão e qualidade de vida.
Conforme explicado, uma dessas complicações é o descolamento de retina, que ocorre principalmente quando o erro refrativo é muito alto.
Outra complicação da doença é o desenvolvimento da maculopatia miópica, problema resultante do aumento exagerado do globo ocular. Esse aumento provoca um “estiramento” significativo da retina, condição que compromete a mácula e pode provocar a perda da visão central.
Além desses problemas, pacientes com miopia progressiva também são mais suscetíveis ao desenvolvimento precoce da catarata e do glaucoma, doenças que podem levar à cegueira.
Miopia degenerativa tem cura?
Não. Até o momento não existe nenhum tratamento comprovadamente eficaz para reverter ou interromper a progressão da miopia degenerativa.
No entanto, existem recursos capazes de retardar a evolução da doença, corrigir o erro de refração do paciente e evitar que ele desenvolva complicações.
Quais os tratamentos disponíveis para essa doença?
O tratamento para miopia progressiva combina diferentes estratégias capazes de corrigir e melhorar a visão à distância, monitorar as alterações na retina e evitar complicações.
Essas estratégias devem ser prescritas pelo médico oftalmologista com base no diagnóstico e condições do paciente.
Analisando essas informações, o médico poderá definir um plano de tratamento personalizado para o paciente com as abordagens mais adequadas para o seu caso.
Esse plano de tratamento pode incluir estratégias como:
- Uso de óculos de grau ou lentes de contato para aliviar os sintomas da miopia e melhorar a capacidade visual do paciente;
- Implantação de lentes intraoculares para substituir as lentes naturais dos olhos;
- Terapia Anti-VEGF, que envolve o uso de medicamentos capazes de impedir o desenvolvimento da degeneração macular;
- Fotocoagulação a laser, procedimento que usa laser para prevenir o desenvolvimento de descolamento da retina;
- Aplicação de injeções intravítreas, que ajudam a controlar os sintomas e preservar a visão.
Como prevenir a miopia degenerativa?
Por ser uma doença associada a fatores genéticos, não existem medidas totalmente eficazes para prevenir o desenvolvimento da miopia progressiva. Apesar disso, existem algumas estratégias que ajudam a reduzir o risco de desenvolvimento ou retardar a progressão da doença.
Essas estratégias são parecidas com aquelas adotadas para prevenir a miopia comum. Elas incluem medidas como reduzir o tempo de exposição a telas, passar mais tempo ao ar livre e fazer intervalos regulares durante atividades que exigem muito foco visual.
Além dessas medidas, é fundamental fazer consultas regulares ao oftalmologista. Isso permite o diagnóstico precoce da doença e facilita o monitoramento da saúde ocular do paciente.
Como resultado, ele começará o tratamento adequado para a miopia progressiva mais cedo, medida fundamental para retardar sua progressão, evitar complicações e melhorar sua qualidade de vida.
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