A catarata subcapsular posterior é um tipo de catarata que se desenvolve na parte de trás do cristalino e está associada a doenças crônicas e ao uso prolongado de corticoides. Saiba mais sobre essa doença ocular.
A catarata ocular é uma doença caracterizada pela opacificação do cristalino, a lente natural do olho. Ou seja, o cristalino perde sua transparência.
Por isso, pacientes com essa condição têm dificuldade para enxergar, sensibilidade à luz, entre outros sintomas que afetam sua saúde ocular e qualidade de vida.
Apesar dessa doença ser relativamente conhecida entre os brasileiros, muita gente não sabe que existem vários tipos de catarata. Um deles é conhecido como catarata capsular posterior, problema que se desenvolve na parte posterior do cristalino.
Ao contrário da catarata senil e nuclear, que atinge frequentemente idosos, a subcapsular posterior também pode atingir pacientes mais jovens. Isso ocorre porque as causas desse tipo de catarata não estão relacionadas apenas a idade.
Seja qual for a causa da doença, é importante lembrar que esse tipo de catarata pode levar à cegueira caso não seja tratada corretamente.
Para te ajudar a entender mais sobre essa doença, neste artigo, explicaremos o que é catarata capsular posterior, quais são seus sintomas, tratamentos e dicas de prevenção.
O que é a catarata subcapsular posterior?
A catarata subcapsular posterior é um tipo de catarata que se desenvolve na parte de trás do cristalino, ou seja, na sua porção posterior. Por conta disso, essa região do cristalino perde sua transparência e se torna opaca.
Na prática, a pessoa que desenvolve essa condição passa a enxergar como se estivesse olhando através do box do banheiro após um banho quente. Em outras palavras, ela passa a ver tudo de forma embaçada, prejudicando sua capacidade visual e qualidade de vida.
Embora essa sensação seja comum em pacientes com outros tipos de catarata, o que impressiona na catarata subcapsular posterior é a velocidade de evolução da doença.
Normalmente, essa condição se desenvolve mais rápido em comparação a catarata cortical e a catarata nuclear. Por isso, seus sintomas se tornam visíveis em curto período de tempo, muitas vezes, apenas meses após o diagnóstico.
Vale lembrar que esse tipo de catarata pode ocorrer de forma isolada ou em combinação com outros. Em compensação, a ocorrência da catarata subcapsular posterior é menor comparada a outras variações dessa condição.
Isso porque esse tipo está relacionado principalmente a doenças crônicas, como diabetes, e uso prolongado de medicamentos, especialmente corticoides.
Por conta dessas características, ela não é diagnosticada apenas em pessoas idosas. Na verdade, ela é o tipo de catarata mais frequente em pacientes mais jovens.
O que causa catarata subcapsular posterior?
A catarata subcapsular posterior é causada pelo acúmulo de fibras proteicas na parte de trás do cristalino. Esse aglomerado de proteínas reduz a transparência das fibras do cristalino, tornando-o opaco.
Como resultado, os raios de luz não atingem a retina como deveriam, reduzindo a transparência do cristalino e, por consequência, a qualidade da visão.
Esse acúmulo de fibras de proteínas no cristalino ocorre naturalmente durante o processo de envelhecimento.
No entanto, no caso da catarata subcapsular posterior, esse acúmulo pode ser acelerado em função de outros fatores. Dentre eles, o mais conhecido é o uso prolongado de medicamentos corticoides.
A susceptibilidade do paciente, a dose total de corticosteroide utilizada e seu tempo de uso influencia no desenvolvimento da doença.
Além do uso prolongado de corticosteroides, esse tipo de catarata também está associado a doenças crônicas, como diabetes, entre outros fatores de risco.
Quais são os fatores de risco para essa doença?
Os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da catarata subcapsular posterior incluem o envelhecimento e a diabetes.
Além disso, pacientes com doenças sistêmicas que fazem uso regular de medicação corticosteroides também são mais suscetíveis a desenvolver esse tipo de catarata.
Considerando esses fatores, é possível listar vários fatores de risco para essa doença. São eles:
- Diabetes;
- Doenças de pele, como dermatite atópica;
- Asma;
- Distúrbios autoimunes;
- Tabagismo;
- Erros de refração graves, como alta miopia;
- Exposição constante a grandes quantidades de radiação UV;
- Condições oculares, como trauma ocular e inflamação causada por uveíte.
Quais os sintomas da catarata subcapsular posterior?
Os sintomas da doença são parecidos àqueles apresentados por outros tipos de catarata. A diferença é que eles podem se desenvolver e agravar rapidamente.
Por isso, é importante ficar atento aos sinais da doença e buscar ajuda oftalmológico caso seja identificado algum dos sintomas abaixo:
- Visão embaçada;
- Dificuldade de focar em objetos, especialmente aqueles próximos;
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Dificuldade em dirigir à noite em função do brilho dos faróis de outros carros;
- Redução na sensibilidade ao contraste, o que dificulta a diferenciação de cores;
- Capacidade de enxergar halos ao redor das luzes;
- Visão dupla (diplopia).
Como é feito o diagnóstico da doença?
Assim como outros tipos de catarata, a catarata subcapsular posterior deve ser diagnosticada por um médico oftalmologista. No consultório, o profissional avaliará o histórico do paciente e realizará alguns exames específicos.
Normalmente, o paciente é submetido a pelo menos três exames. O primeiro deles é o teste de acuidade visual, que avalia a capacidade do olho de detectar objetos, ou seja, a nitidez com que as imagens são formadas.
O segundo é o exame de lâmpada de fenda (biomicroscopia), que consiste no uso de um equipamento para avaliar detalhes da anatomia do globo ocular do paciente.
Por fim, o paciente pode ser submetido ao exame de mapeamento de retina, em que o paciente deve ter sua pupila dilatada com o auxílio de um colírio especial.
Em seguida, o médico utiliza o oftalmoscópio, instrumento que utiliza luz e lentes de aumento para iluminar a parte interna do olho. Assim, é possível avaliar o fundo do olho e o cristalino do paciente.
Qual o tratamento para a catarata subcapsular posterior?
A cirurgia de catarata é a única solução efetiva para o tratamento da catarata subcapsular posterior. O procedimento é simples e de baixo risco. Atualmente, a técnica mais utilizada para a realização dessa cirurgia é a facoemulsificação, que possui alta eficiência e sucesso comprovado.
Para utilizar essa técnica, o paciente recebe uma anestesia local e pode ser sedado. Em seguida, o cirurgião oftalmologista faz uma pequena incisão no olho e extrai o cristalino com catarata por fragmentação com o auxílio de um ultrassom.
Depois disso, o cristalino removido é substituído por uma lente intraocular. Por fim, o paciente recebe um curativo com gaze, tampão de acrílico ou óculos escuros.
Embora o tempo de duração da cirurgia possa variar de acordo com o paciente, em geral, ela é rápida. Normalmente, esse procedimento é concluído entre 15 e 30 minutos.
A recuperação desse tipo de cirurgia também é rápida. O procedimento não exige internação, ou seja, o paciente pode voltar para casa no mesmo dia da realização da cirurgia. A maioria das pessoas operadas relatam melhora significativa da visão 24 horas após o procedimento.
Mesmo assim, o paciente operado precisa seguir as orientações e cuidados pós-cirúrgicos prescritos pelo oftalmologista, como evitar atividades físicas e utilizar óculos de sol em dias claros.
Como prevenir esse tipo de catarata?
Alguns fatores de risco para essa doença são impossíveis de evitar, como o processo natural de envelhecimento e o diagnóstico de doenças crônicas, como diabetes, asma e dermatite atópica.
Mesmo assim, é possível adotar algumas medidas para prevenir o desenvolvimento desse tipo de catarata.
Confira quais são essas medidas a seguir:
- Fazer o tratamento adequado para doenças crônicas, seguindo as recomendações médicas e monitorando sua condição de saúde;
- Parar de fumar;
- Reduzir o consumo de álcool;
- Praticar atividades físicas para manter os níveis de açúcar no sangue controlados;
- Manter uma alimentação saudável e aumentar a ingestão de alimentos que fazem bem para os olhos;
- Reduzir a exposição à radiação UV e sempre usar óculos escuros para proteger a visão em dias claros;
- Se consultar um oftalmologista pelo menos uma vez por ano, especialmente se o paciente tem uma doença crônica e faz uso prolongado de medicamentos com corticoide.
Vale lembrar que fazer consultas de rotina ao oftalmologista é essencial para monitorar a saúde ocular e para o diagnóstico precoce de quaisquer problemas que afetem os olhos.
Isso é fundamental para antecipar o início do tratamento e garantir o sucesso na recuperação do paciente.
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