Conheça as causas, sintomas e tratamento de catarata nuclear

Um senhor olhando seus olhos na frente do espelho.

A catarata nuclear é um tipo de catarata caracterizado pela perda da transparência da região central do cristalino. Essa doença tem cura desde que o paciente seja submetido ao tratamento adequado. Saiba mais sobre esse problema ocular. 

A catarata é um problema ocular conhecido por prejudicar a visão e a qualidade de vida dos seus portadores. Ela pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com a região do olho atingido pelo problema. 

Um dos seus tipos mais comuns é conhecido como catarata nuclear, que afeta a região central do cristalino do olho. Assim como outros tipos de catarata, caso não seja tratada adequadamente, essa condição pode provocar o desenvolvimento da cegueira. 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, 85% dos diagnósticos de cegueira reversível são causados pela catarata, o que demonstra a gravidade da doença.

Um dos motivos que explicam esse número é a falta de informação. Afinal, muita gente desconhece a importância de cuidar da sua saúde ocular e não sabe identificar os sintomas da catarata nuclear.

Neste artigo, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre esse assunto, desde os sinais e o tratamento da doença, até dicas de prevenção desse tipo de catarata.

O que é a catarata nuclear?

A catarata nuclear é um tipo de catarata que se diferencia por conta do local de opacificação do cristalino, considerada a lente natural do olho. Nesse caso, o problema é resultado da opacificação gradual do núcleo (centro) do cristalino. 

Como resultado, o cristalino perde gradualmente sua transparência, levando ao desenvolvimento de vários sintomas, como visão turva e dificuldade para enxergar em condições de baixa luminosidade. 

Outra característica comum desse tipo de catarata é a coloração amarela na região da pupila, sinal que pode ser considerado para o diagnóstico da doença.

Quais são seus sintomas?

Os sintomas da catarata nuclear são praticamente os mesmos relacionados a outros tipos da doença. 

No entanto, é mais comum que pacientes diagnosticados com esse tipo de catarata sofram com a perda da visão à distância

Por outro lado, inicialmente, esses pacientes podem registrar uma melhora da visão de perto por causa das mudanças no índice de refração da lente. 

Em função disso, pacientes diagnosticados com presbiopia podem até voltar a ler sem óculos nos estágios iniciais da doença. 

Porém, com o passar do tempo e o consequente avanço da catarata nuclear, o paciente desenvolve outros sintomas comuns a outros tipos da doença, tais como:

  • Visão embaçada ou turva, levando o paciente a ter a sensação de enxergar através de um vidro embaçado;
  • Dificuldade em enxergar à noite ou em condições de baixa luminosidade;
  • Aumento da sensibilidade à luz (fotofobia), que pode causar desconforto visual.
  • Visão com halos ou pontos luminosos em torno das fontes de luz, como lâmpadas e faróis de carros.
  • Dificuldade para diferenciar as cores preto e azul;
  • Mudanças na percepção de cores, que podem se tornar menos intensas por conta da perda de contraste;
  • Alteração frequente de erros refrativos, exigindo que o paciente troque de óculos frequentemente.

Como é feito o diagnóstico da catarata nuclear? 

O diagnóstico da catarata nuclear depende da realização de pelo menos dois exames. Um deles é conhecido como exame do reflexo vermelho

Ele consiste na avaliação da pupila dilatada do paciente com o auxílio de um oftalmoscópio, instrumento equipado com luz e lentes de aumento para iluminar a parte interna do olho. 

Esse exame revela até mesmo opacidades sutis no cristalino, permitindo a identificação do problema mesmo se a catarata for pequena. 

Outro exame necessário para o diagnóstico da doença é chamado de exame com lâmpada de fenda, instrumento que permite a avaliação do olho em alta magnificação. 

Na prática, ele permite a identificação da extensão e localização exata da catarata, fornecendo mais detalhes sobre as características da doença no paciente.

Vale ressaltar que essa doença pode ser diagnosticada apenas pelo médico oftalmologista, profissional capacitado para realizar os exames necessários para avaliar a condição do paciente. 

Qual o melhor tratamento para a catarata nuclear?

O melhor tratamento para a catarata nuclear é a cirurgia de catarata, única solução capaz de curar o paciente que sofre com a doença.

Essa cirurgia permite a extração do cristalino com catarata e sua posterior substituição por uma lente intraocular. O processo é simples, indolor e permite a rápida recuperação do paciente.

Atualmente, a técnica da facoemulsificação é a mais indicada para a realização desse tipo de procedimento. Isso porque ela envolve uma incisão menor, acelerando a recuperação do paciente. 

Como é feita a cirurgia de catarata nuclear?

O procedimento é o mesmo realizado em pacientes com outros tipos de catarata. Primeiro, o paciente recebe uma anestesia local através de uma injeção ou colírio. 

Depois disso, o médico abre uma microincisão no olho comprometido para extrair a catarata por fragmentação com ultrassom. 

Em seguida, os resíduos da cápsula do cristalino são eliminados. Após remover todos os fragmentos da catarata, o cirurgião implanta uma lente intraocular na cápsula do cristalino. 

Não é necessário realizar suturas, já que a incisão no olho é pequena e pode se cicatrizar sozinha.

Geralmente, todo esse processo cirúrgico é concluído em cerca de 20 minutos, sendo que o paciente pode voltar para a caso no mesmo dia da realização do procedimento. 

A recuperação da cirurgia é considerada rápida, já que muitos pacientes relatam melhoras na visão um dia após o procedimento. 

Porém, a cicatrização completa da incisão e total recuperação do paciente pode demorar algumas semanas, sendo que esse período pode variar de pessoa para pessoa.

Quais os cuidados pós-cirurgia?

Após a cirurgia, o paciente pode retomar atividades comuns, como ler, escrever, assistir televisão e caminhar. No entanto, ele precisa ter alguns cuidados para garantir que sua recuperação ocorra sem problemas.

Confira abaixo quais cuidados são indicados nesse período pós-operatório.

  • Use os colírios prescritos pelo médico, já que eles são essenciais para reduzir a inflamação e prevenir infecções no local;
  • Faça repouso absoluto logo após a cirurgia;
  • Durma de barriga para cima para evitar traumas na região operada;
  • Use óculos ou um tampão de plástico para proteger o olho de lesões;
  • Evite esfregar os olhos;
  • Evite atividades pesadas, que envolvam exercícios físicos ou levantamento de peso;
  • Não dirija após a cirurgia;
  • Não entre em piscinas, no mar ou na banheira de hidromassagem para evitar infecções;
  • Não use maquiagem ou cremes nos olhos.

Como prevenir a catarata nuclear?

A catarata nuclear pode ser causada por diferentes fatores. Geralmente, seu desenvolvimento é uma consequência natural do processo de envelhecimento e pode estar relacionado a fatores hereditários. Considerando apenas essas características, é impossível evitar o aparecimento da doença. 

No entanto, é importante lembrar que existem outros fatores que favorecem o desenvolvimento desse problema ocular. 

Também chamados de fatores de risco, eles incluem o tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, diabetes ou hipertensão descontrolados. 

Portanto, a adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para reduzir esses fatores de risco e prevenir ou adiar o desenvolvimento da catarata nuclear.

Confira abaixo algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco do aparecimento desse tipo de catarata:

Mantenha uma alimentação saudável

Adotar uma dieta rica em alimentos que beneficiam a saúde ocular é fundamental para evitar a doença. 

Essa dieta inclui frutas, legumes, entre outros alimentos com alto teor de antioxidantes, como vitamina A, vitamina C e vitamina E.

Isso porque esses antioxidantes protegem os olhos contra os danos causados pelos radicais livres, que podem contribuir para o desenvolvimento de cataratas.

Use óculos de sol 

Os óculos de sol não são apenas acessórios utilizados para fins estéticos. Na verdade, eles são itens de proteção contra os raios ultravioleta (UV). A exposição prolongada e desprotegida a esses raios UV pode prejudicar a visão e aumentar as chances de desenvolvimento de catarata. 

Por isso, a recomendação é utilizar o acessório sempre que estiver ao ar livre, mesmo em dias nublados.

Abandone o cigarro

O vício em cigarro é responsável por favorecer o desenvolvimento de várias doenças, incluindo a catarata. Por isso, reduzir ou eliminar o seu consumo é fundamental para prevenir o problema.

Reduza o consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool geralmente reduz a velocidade do reflexo à luz, diminui a sensibilidade ao contraste e pode provocar até nistagmo, que é o movimento rápido dos olhos. 

Ao longo dos anos, a pessoa pode acumular lesões oculares resultantes desses efeitos colaterais. Por isso, ela tem mais chances de desenvolver a catarata.

Mantenha suas doenças crônicas sob controle

Pessoas diagnosticadas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, precisam seguir o tratamento médico adequado para manter essas doenças sob controle. Afinal, elas são fatores de risco para o desenvolvimento da catarata.

Consulte o oftalmologista regularmente

Se consultar com o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano é fundamental para acompanhar e cuidar da saúde ocular. 

Essa recomendação é válida para qualquer pessoa, sendo ainda mais importante para quem tem histórico de catarata na família. 

Afinal, essas visitas regulares facilitam o diagnóstico e o tratamento precoce da doença, reduzindo o impacto da catarata na sua qualidade de vida.

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Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

CRM: 5281096-7 | RQE: 17512. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Veja informações sobre sua experiência na área.

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