Catarata Secundária: o que é, principais sintomas e tratamento

Imagem de um olho de uma pessoa

Qualquer pessoa submetida à cirurgia de catarata está em risco de desenvolver catarata secundária. Fatores de alerta incluem idade avançada, doenças oculares prévias, inflamação ocular pós-cirúrgica, tipo de lente intraocular e a resposta individual do organismo à cirurgia. Veja mais a seguir!

A catarata secundária, também conhecida como opacificação da cápsula posterior (OCP), pode causar apreensão em pacientes submetidos à cirurgia de catarata anteriormente. É compreensível essa preocupação, porém é fundamental esclarecer que há tratamento eficaz para essa condição. 

Isso porque, um oftalmologista experiente pode proporcionar o cuidado adequado e ajudar a gerenciar essa questão com segurança, realizando exames específicos para diagnosticar e classificar a doença.

Neste texto, exploraremos o que é essa condição, seus tipos, fases, sintomas, causas, diagnóstico, opções de tratamento e medidas preventivas. Compreender esses aspectos é essencial para uma abordagem abrangente e eficaz dessa condição oftalmológica comum. Confira!

O que é a catarata secundária?

É uma condição que pode ocorrer após a cirurgia de catarata. Embora o termo “catarata secundária” sugira uma nova catarata, na verdade, trata-se de uma opacificação da cápsula posterior do cristalino, a membrana que mantém a lente intraocular no lugar após a remoção da catarata original.

Durante a cirurgia de catarata, a lente opaca (catarata) é removida e substituída por uma lentes intraoculares (LIO). No entanto, a cápsula posterior do cristalino, que é transparente, é deixada intacta para apoiar a nova lente intraocular. Com o tempo, essa cápsula pode ficar opaca, devido ao crescimento de células epiteliais residuais do cristalino original, levando a uma visão embaçada ou turva, semelhante aos sintomas da catarata original.

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Quais são os três tipos de catarata secundária?

Existem três tipos principais de catarata secundária:

  • Opacificação da cápsula posterior (OCP): o tipo mais comum ocorre quando a cápsula posterior, que sustenta a lente intraocular, se torna turva ou opaca. Isso pode acontecer meses ou até anos após a cirurgia.
  • Catarata subcapsular anterior: menos comum que a OCP, ocorre na parte anterior da cápsula do cristalino, onde a nova lente intraocular foi inserida. Pode ser devido a uma resposta inflamatória ou uma reação do tecido ao material da lente intraocular.
  • Fibrose da cápsula: este tipo de catarata secundária envolve a formação de tecido fibroso na cápsula do cristalino. Pode levar à opacificação da cápsula e distorção da visão.

Quais são as fases da catarata secundária?

As fases da catarata secundária podem ser divididas em fase inicial, fase intermediária e fase avançada. Na fase inicial, os pacientes notam uma leve visão embaçada ou turva, especialmente em condições de baixa luminosidade. 

Pode ser difícil de detectar sem um exame oftalmológico detalhado, já que a opacificação inicial costuma ser sutil e apenas observável por meio de exames específicos.

Já na fase moderada, a visão torna-se ainda mais embaçada, dificultando a leitura e a realização de tarefas diárias. Nessa etapa, a sensibilidade ao brilho e à luz pode aumentar. A opacificação da cápsula posterior é mais evidente ao exame da lâmpada de fenda, com o qual o oftalmologista nota o aumento na densidade da opacificação.

Por fim, na fase avançada, a visão fica substancialmente prejudicada, semelhante à visão que tinha antes da cirurgia de catarata original. É o momento em que as atividades diárias são severamente afetadas. Nela, o paciente observa uma significativa redução na acuidade visual, facilmente mensurável durante um exame oftalmológico.

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Quando a catarata é grave?

É considerada grave quando afeta significativamente a visão e interfere nas atividades diárias. Algumas características e sintomas de uma catarata grave incluem:

  • Perda significativa da acuidade visual: a visão fica tão embaçada ou turva que dificulta realizar tarefas cotidianas como ler, dirigir, assistir televisão ou reconhecer rostos.
  • Redução da sensibilidade ao contraste: dificuldade em distinguir entre diferentes tons de cores ou entre objetos e seus fundos, especialmente em condições de pouca luz.
  • Aumento da sensibilidade ao brilho e halos ao redor das luzes: a visão é afetada por luzes brilhantes ou faróis de carros, criando um ofuscamento que dificulta a visão noturna.
  • Deterioração da percepção de cores: as cores parecem desbotadas ou amareladas, o que afetará atividades que dependem da percepção precisa das cores.
  • Mudanças frequentes na receita de óculos: necessidade constante de ajustar a prescrição dos óculos, sem uma melhora significativa da visão.
  • Impacto nas atividades diárias: a dificuldade em realizar atividades que antes eram fáceis reduz a qualidade de vida e a independência.

Como é diagnosticada a catarata secundária?

Para o diagnóstico, o oftalmologista conversa com o paciente sobre os sintomas experimentados. Em seguida, ele exige o histórico de cirurgias oculares, especialmente a cirurgia de catarata, e qualquer inflamação nos olhos também é relevante.

A partir daí são realizados exames detalhados, como o exame da lâmpada de fenda, para visualizar a lente intraocular e a cápsula posterior do olho. A lâmpada de fenda ajuda a identificar a opacificação da cápsula posterior (OCP) ou qualquer fibrose, ou alterações subcapsulares anteriores.

Também é realizado um teste de Acuidade Visual, no qual o especialista avalia a clareza da visão do paciente, medindo a capacidade de ler letras ou símbolos em uma tabela de Snellen, ou um dispositivo similar. Reduções significativas na acuidade visual indicam a presença de catarata secundária.

Outro exame que detecta a presença da doença é o Exame de Fundo de Olho (Oftalmoscopia), que permite a visualização da retina e do nervo óptico para excluir outras causas de perda de visão. Um oftalmoscópio é usado para examinar a parte posterior do olho.

Em alguns casos, a Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é usada para obter imagens detalhadas das estruturas oculares, ajudando a confirmar o diagnóstico de opacificação da cápsula posterior ou outras alterações relacionadas. Bem como os testes de sensibilidade ao contraste e visão de cores são aplicados para avaliar a capacidade do paciente de distinguir entre diferentes tons e cores.

Veja também: Catarata congênita: você sabe o que é?

Principais sintomas e causas da catarata secundária

Os sintomas da catarata secundária incluem:

  • Visão turva ou embaçada:
  • Sensibilidade à luz (Fotofobia):
  • Halos ou círculos de luz ao redor de fontes luminosas, especialmente à noite.
  • Dificuldade em ver de perto e de longe:
  • Dificuldade em distinguir entre diferentes tons de cores ou entre objetos e seus fundos.
  • Redução na clareza da visão, dificultando tarefas cotidianas como ler, dirigir ou assistir televisão.

As causas da catarata secundária são variadas. Uma delas é o crescimento de células epiteliais remanescentes do cristalino sobre a cápsula posterior, causando opacificação. Além disso, a resposta inflamatória durante o processo de cicatrização pós-cirúrgico pode desencadear a formação de tecido opaco na cápsula posterior. 

Outros fatores incluem reações ao material da lente intraocular implantada durante a cirurgia e características específicas da lente intraocular utilizada, que podem influenciar a incidência de catarata secundária. 

Opções de tratamento para catarata secundária

Para tratar existem algumas opções. Aqui estão algumas opções de tratamento:

Capsulotomia posterior com laser YAG

Este procedimento usa um YAG laser para fazer uma abertura na cápsula posterior opacificada, permitindo que a luz alcance a retina e restaurando a visão clara.

É um procedimento ambulatorial rápido e indolor, realizado com anestesia tópica. Além disso, a recuperação costuma ser rápida, com poucos riscos de complicações.

Cirurgia de substituição de lente intraocular (LIO)

Em alguns casos, especialmente se houver outras complicações oculares além da catarata secundária, pode ser necessária a remoção da lente intraocular existente e substituição por uma nova LIO.

A cirurgia é considerada se a cápsula posterior estiver muito danificada ou se houver necessidade de corrigir outras condições oculares concomitantemente.

Medicamentos anti-inflamatórios

Em casos de inflamação ocular persistente, após a cirurgia de catarata, o uso de medicamentos anti-inflamatórios é prescrito, para controlar a resposta inflamatória e prevenir complicações, embora isso não trate diretamente a opacificação da cápsula posterior.

Observação ativa

Em alguns casos leves de catarata secundária, especialmente se não estiver afetando significativamente a visão do paciente, é adotada uma abordagem de observação ativa, monitorando a progressão da opacificação ao longo do tempo antes de optar por um tratamento mais invasivo.

Tratamentos complementares

Dependendo da situação, são recomendadas terapias complementares, como o uso de colírios lubrificantes ou óculos com lentes de filtro, para reduzir o desconforto causado por sintomas como sensibilidade à luz e halos ao redor das luzes.

Veja também: Recuperação da Cirurgia de Catarata: como se recuperar e o que esperar?

Como prevenir a catarata secundária?

A prevenção é alcançada por meio de escolhas adequadas durante o procedimento, como a seleção cuidadosa da lente intraocular para minimizar o crescimento de células epiteliais sobre a cápsula posterior. 

Além disso, é essencial realizar consultas oftalmológicas regulares para monitorar a saúde ocular, controlar a inflamação pós-cirúrgica e adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta rica em antioxidantes e a redução de fatores de risco conhecidos, como tabagismo e exposição excessiva à luz ultravioleta. 

Em conclusão, a catarata secundária é uma complicação que pode surgir após a cirurgia de catarata, afetando a cápsula posterior do cristalino e comprometendo a visão. No entanto, com diagnóstico precoce e opções de tratamento adequadas é possível restaurar a qualidade visual dos pacientes. 

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Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.

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