Lentes Intraoculares (LIO): qual é a melhor opção?

Lente intraocular

O implante da lente intraocular (LIO) é responsável por melhorar a qualidade de vida de quem sofre de catarata, uma doença do cristalino relacionada ao envelhecimento. Com uma variedade de opções disponíveis, as lentes intraoculares garantem que o paciente possa retomar sua rotina.

As lentes intraoculares (LIO) são uma película artificial inserida para substituir o cristalino danificado, seja por acidente, por doenças ou desgastes naturais. Esse processo começou a ser desenvolvido no meio do século XX até possuir as características atuais. 

Geralmente, quem usa lente intraocular é aquela pessoa que sofre de catarata, mas ela também é recomendada para corrigir problemas de vista e graus de refração, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. 

A catarata resulta na opacidade do cristalino, que é a lente natural do olho, responsável por proporcionar foco e clareza à nossa visão. Durante o procedimento cirúrgico, o cristalino é removido através de uma sonda minúscula e substituído por lentes intraoculares, que são permanentes e projetadas para durar ao longo da vida. 

Confira, a seguir, os principais modelos usados em cirurgias, em que situação eles são recomendados e quais são as variações consideradas as melhores disponíveis no mercado.

Quando é recomendada a lente intraocular?

Um dos procedimentos oftalmológicos mais comuns no Brasil e no mundo é a cirurgia de catarata para a inserção de lentes intraoculares, necessária quando o cristalino se torna opaco, causando embaçamento e comprometimento da visão.

A seleção das lentes que serão implantadas no olho do paciente deve ser cuidadosamente avaliada para garantir qualidade e nitidez ao longo da vida. Para isso, são realizados cálculos que analisam o trajeto da luz dentro do globo ocular.

A implantação de lentes intraoculares é indicada em casos nos quais o paciente necessitaria de óculos de grau com lentes muito espessas e pesadas após a remoção da catarata.

A microcirurgia de catarata é um procedimento simples, realizado com o auxílio de um microscópio que permite gerar resultados satisfatórios para a vida do paciente, podendo, até mesmo, corrigir o grau do astigmatismo, da miopia ou da hipermetropia.

O procedimento cirúrgico de implante de lentes intraoculares emprega uma técnica conhecida como facoemulsificação. Nessa técnica, instrumentos em miniatura são inseridos no olho, realizando incisões mínimas para fragmentar o cristalino, que é então substituído por uma lente intraocular que reproduz sua função.

Veja também: Quando operar a catarata? Saiba quando é indicado fazer o procedimento!

Quais as diferenças para as lentes de contato comuns?

Além de serem inseridas de maneira cirúrgica dentro do olho do paciente, as lentes intraoculares têm como objetivo o resgate total da visão. Já as lentes de contato são de caráter corretivo e, por vezes, estético (lentes coloridas).

As lentes de contato ainda são de uso temporário, não havendo nenhum tipo de implante para esse modelo. Elas podem ser gelatinosas ou lentes rígidas, mas nunca serão permanentes como as intraoculares.

Tipos de lentes intraoculares disponíveis (LIOs)

Assim como as lentes de contato comuns, as LIOs apresentam versões rígidas e flexíveis.

No caso das lentes rígidas, os oftalmologistas têm evitado usá-las nas cirurgias, isso porque, por necessitarem de grandes incisões e não serem auto-selantes, o procedimento é mais complicado, e usa suturas (pontos) para manter a vedação da área operada. Além disso, o pós-operatório é complexo e a recuperação mais lenta. 

Já as lentes flexíveis tratam-se de uma tecnologia mais avançada no cuidado com os olhos — podendo dobrar e entrar por incisões menores, que não necessitam de pontos. Assim, as lentes flexíveis podem ser monofocais ou multifocais e estão disponíveis nos modelos tórica e não tórica. 

Entenda melhor cada uma delas abaixo:

1. Monofocais não tóricas

Essas lentes intraoculares são recomendadas para pacientes com baixo astigmatismo corneano. 

Elas são as mais estabelecidas e amplamente utilizadas. Geralmente, são prescritas para corrigir miopia leve, hipermetropia de até 6 graus e astigmatismo de até um grau, proporcionando uma visão mais nítida para longe. Após a intervenção, é provável que o paciente precise de óculos para visão de perto.

2. Monofocais tóricas

Essas lentes intraoculares são recomendadas para pacientes com astigmatismo corneano superior a 1 grau. Representando um avanço relativamente recente na oftalmologia, essas lentes possuem várias curvaturas projetadas para corrigir a condição, o qual não pode ser tratado pelas lentes monofocais convencionais.

Com isso, é possível reduzir consideravelmente a necessidade dos chamados “óculos para longe”. Esta é uma tecnologia importada, empregada para corrigir astigmatismos moderados a altos. Assim como nas lentes intraoculares monofocais não tóricas, é provável que o paciente ainda necessite de óculos para visão de perto após o procedimento.

3. Multifocais

A lente intraocular multifocal pode ser tórica ou não tórica, mas ambas são desenvolvidas em processos altamente tecnológicos, corrigindo ao mesmo tempo a visão de longe, de perto e a visão intermediária.

Algumas podem exigir o uso de óculos em situações de leitura, mas há ainda as acomodativas, que são variações diferenciadas que permitem que o material emule melhor a anatomia natural do cristalino.

Quando indicadas da forma correta, elas proporcionam excelente acomodação e independência visual ao paciente, adaptando a visão com focos tanto para longe quanto para perto.

4. Monofocais esféricas

Trata-se de uma lente simples a ser implantada em um cenário de catarata, que corrige somente a hipermetropia ou a miopia. Ao usar uma lente desse tipo, é provável que o paciente precise usar óculos mesmo após a cirurgia.

5. Monofocais asféricas

É um modelo de maior qualidade que, diferentemente das esféricas, não apresenta irregularidades nas extremidades, melhorando a definição das cores e também a visão de noite.

As monofocais asféricas são confeccionadas com alta tecnologia, sendo recomendadas para correção de miopia, hipermetropia e alterações ópticas de maior complexidade. Entretanto, por abordarem somente um foco, pode ser necessário o uso de óculos.

Veja também: Depois da cirurgia de catarata precisa usar óculos: por quê?

Qual a melhor lente intraocular?

O objetivo da cirurgia de catarata é que o paciente consiga abandonar de vez os óculos de grau. 

Dessa forma, a melhor lente para cirurgia de catarata, classificada como premium, é a importada, considerada de melhor qualidade do que as nacionais. 

Além de corrigir melhor os graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo, a lente importada, em muitos casos, não necessita de ponto na operação. 

Benefícios e resultado da cirurgia: melhoria na qualidade de vida

A inserção dessas lentes possibilita que o paciente retome suas atividades diárias sem dificuldades, tais como a leitura, condução e prática esportiva.Ademais, muitas dessas lentes são dotadas de proteção contra raios UV, fornecendo uma defesa adicional contra os danos causados por essa radiação preocupante. 

Portanto, caso você perceba sua visão se deteriorando e observe a opacificação do cristalino, não precisa se alarmar. É uma condição geralmente reversível, que pode ser tratada prontamente!

Quais devem ser os cuidados pós-operatórios das lentes intraoculares?

Os cuidados pós-operatórios das lentes intraoculares garantem uma recuperação suave e previnem complicações. Aqui estão algumas orientações gerais que podem ser recomendadas pelo oftalmologista:

  • Administração de medicamentos: o médico pode prescrever colírios ou outros medicamentos para prevenir infecções, controlar a inflamação e promover a cicatrização. Siga rigorosamente as instruções de dosagem e aplicação.
  • Proteção dos olhos: evite esfregar ou pressionar os olhos após a cirurgia. O uso de óculos de proteção ou tampões oculares durante o sono pode ser recomendado para evitar qualquer pressão acidental.
  • Repouso e recuperação: não exerça atividades que colocam pressão nos olhos, como levantar objetos pesados, praticar esportes intensos ou esforçar-se excessivamente.
  • Evitar água nos olhos: o que pode incluir evitar nadar em piscinas e proteger os olhos durante o banho.
  • Evitar esforço visual excessivo: limite o tempo de exposição a dispositivos eletrônicos, leitura e atividades que exijam um esforço visual intenso.
  • Seguir as consultas de acompanhamento: o oftalmologista agendará consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação e ajustar qualquer medicação conforme necessário. É importante comparecer a todas as consultas agendadas.
  • Relatar quaisquer sintomas: se ocorrerem sintomas incomuns, como dor intensa, visão embaçada, fotofobia ou síndrome do olho vermelho, é crucial relatar imediatamente ao oftalmologista.
  • Evitar exposição à poeira e sujeira: evite ambientes empoeirados ou sujos que possam aumentar o risco de infecção nos olhos.

Veja também: Com quantos dias posso caminhar após cirurgia de catarata? Veja as recomendações dos especialistas!

Qual o preço de uma lente intraocular?

O implante de lente intraocular é uma cirurgia que, em média, custa a partir de R$ 2.000 por olho, podendo variar conforme a gravidade da doença, o tipo de lente implantada e a técnica utilizada. 

No entanto, os custos podem ser mais elevados em determinados casos. Vale ressaltar que também é possível realizar o procedimento gratuitamente pelo SUS.

Consulte o oftalmologista!

Neste artigo, vimos que as lentes intraoculares representam uma inovação crucial no campo da oftalmologia, proporcionando uma solução eficaz para uma série de condições visuais, incluindo a catarata. 

Mas para que você possa encontrar a melhor solução, é fundamental procurar ajuda com um oftalmologista capacitado.

Com uma variedade de opções disponíveis, desde monofocais a multifocais, e flexíveis a rígidas, as lentes intraoculares permitem aos pacientes recuperar não apenas sua visão, mas também sua qualidade de vida. 

A decisão sobre o tipo de lente intraocular a ser implantada deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta as necessidades individuais do paciente e as recomendações do oftalmologista. Além disso, os cuidados pós-operatórios desempenham um papel crucial na garantia de uma recuperação suave e livre de complicações. 

Com o avanço da tecnologia e as melhorias contínuas nas técnicas cirúrgicas, espera-se que o acesso a essas inovações oftalmológicas continue a melhorar, proporcionando uma visão clara e uma vida mais plena para um número cada vez maior de pessoas.

Se você ou alguém que você conhece apresentar visão opaca, dupla ou turva, é importante buscar a avaliação de um oftalmologista o mais rápido possível. 

Na COI, você encontra uma equipe especializada em diagnóstico e tratamento oftalmológico, equipamentos modernos, um centro cirúrgico avançado e serviços acessíveis. Entre em contato e agende já sua consulta! 

Banner com o botão de agende sua consulta
Picture of Dr. Ricardo Filippo

Dr. Ricardo Filippo

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Durante sua vida acadêmica, participou de dezenas de congressos e simpósios, no Brasil e no exterior, e ministrou diversas aulas sobre Oftalmologia. Dr. Ricardo Filippo é especialista em oftalmologia e produz conteúdos sobre saúde ocular.
Olho e pálpebras de mulher em preto e branco.

Como é o pós-operatório da blefaroplastia?

O pós-operatório da blefaroplastia exige cuidados para garantir uma recuperação tranquila e bons resultados. Recomenda-se evitar esforço físico, dormir com a cabeça elevada e aplicar

Comentários